Sobre Antonio Bandeira Autodidata, Bandeira expôs pela primeira vez em 1941, na primeira edição do Salão Cearense de Pintura, evento em que, dois anos depois, ganhou seu primeiro prêmio com a tela "Cena de Botequim". Foi um dos fundadores da Sociedade Cearense de Artes Plásticas, que transformou a cultura visual do estado, com exposições e cursos de arte. Em 1945, se mudou para o Rio de Janeiro, onde realizou sua primeira exposição individual e, um ano depois, para Paris, onde viveu até 1951, depois de ganhar uma bolsa do governo francês para estudar pintura, desenho e gravura na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts e na Académie de La Grande Chaumière. Insatisfeito, deixou a academia para se aproximar do cubismo e do fauvismo, participando de eventos importantes como o Salon d'Automne e o Salon d'Art Libre. Em 1947, formou, com o pintor francês Camille Bryen e o alemão Wols, o grupo Banbryols, que o levou gradativamente para o abstracionismo. Voltou ao Brasil em 1951, apresentou sua primeira grande exposição no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) e participou das duas primeiras edições da Bienal Internacional de São Paulo, assinando o cartaz da segunda. Em 1954, partiu para sua segunda temporada na Europa, onde ficou até 1959, com passagens por França, Inglaterra e Bélgica. Retornou ao Brasil com a agenda cheia de exposições e viagens por todo o país. Ao mesmo tempo, participou de mostras em Paris, Munique, Verona, Londres e Nova York. Com o tempo, passou a usar cores, linhas, superfícies, gotejamentos e respingos de tinta em busca de figuras abstratas de livre interpretação. Em 1961, editou um álbum de poemas e litogravuras de sua autoria, e, no mesmo ano, foi objeto de um curta-metragem. A partir de 1962, começou a incorporar materiais pouco usuais como miçangas, barbantes e isopor em suas telas e ganhou elogios de vários críticos com Pietro Maria Bardi, idealizador do MASP, que disse: “este charmant cearense, mais conhecido em Montparnasse do que em Copacabana, é o artista que representa fora do Brasil a nossa arte de cunho genuíno. Bandeira é inconfundível.” Voltou a Paris em 1964 e continuou produzindo até sua morte, consequência de um acidente cirúrgico, em 1967. |