O privilégio de ser casal
Marcia Esteves Agostinho
Casei-me e tornei-me mãe na década de 1990. Naquela época, ser mãe solteira já era socialmente aceitável e, se intencional, até bem-visto. Era a tal “produção independente”. Ainda assim, reconhecia-se a vantagem de criar filhos com um marido – o que nem sempre é possível. Portanto, era comum me perguntarem como havia conhecido meu marido. Respondia com minha versão da tradicional piada misógina: “Fiz Engenharia. Mas não funcionou. Já estava apelando para o doutorado em Engenharia, quando, finalmente, encontrei um marido! Agora eu posso estudar História…”