Obra retrata a história real de uma paixão proibida entre um padre beneditino e uma jovem aristocrata
Escritora Lenah Oswaldo Cruz transforma em autobiografia manuscritos que encontrou do pai sobre o romance que chocou as sociedades paulista e carioca dos anos 40
Pode até parecer o roteiro de uma novela de época, mas a história contada por Lenah Oswaldo Cruz no livro A Voz do Tempo é real, e as consequências são sentidas até hoje. A obra, autobiográfica, revela o relacionamento proibido do pai da autora, Luiz, um padre beneditino que chocou a sociedade dos anos 1940 ao deixar a batina após engravidar e casar com Dora, jovem da alta sociedade carioca.
Lenah e o irmão Victor, frutos desta paixão proibida, viveram a rejeição social por serem “filhos de padre”, e, posteriormente, pais desquitados – somente 23 anos depois, em 1977, o divórcio foi permitido no Brasil. O relacionamento não suportou as dificuldades sociais e a traição de Dora com um americano. Desprezada pelos progenitores, que pareciam se arrepender das escolhas da vida, Lenah conta como passou a infância e a juventude praticamente sozinha, entre o internato e a casa da avó Branca.