Por Pedro Lichtnow
Poemas Urbanos |
A MINHA PARIS
Curitiba é minha Paris
Minha solidão sensata
Aos passos moribundos
De céus escuros e lastros
Do tempo dos ladrilhos frios
De noites geladas
Dos cabarés escuros
Das mulheres de cetim
De sinais vermelhos, serenos
Ao Sena e às neblinas do palácio
À XV vívida na retina
Às câmeras da madrugada
Ao som de passadas pesadas
O passado nunca se vai
Ele permanece no canto calado, quieto e vivo
Sem som ou vícios
Com cortinas e fumaças,
Artistas, verdades e mentiras
Ilusões perdidas
Esperanças ávidas
Curitiba de alma, prazeres, carnes
Cobiças
Suspeitas e armadilhas
De saias alongadas, quantas feridas...
Curitiba, minha Paris
Minha menina
Divã, santa e blasfêmia
Com dias fechados e céu nublado
Em outonos estranhos e verões passageiros