A parentalidade na vida real e na ficção
Por Sérgio Giacomelli*
Eu tinha 11 anos. Era um final de tarde de domingo. Meu pai e eu voltávamos para casa após visitarmos meu tio. Estava chovendo, andávamos pelo lado da estrada desviando as poças d’água. A conversa entre pai e filho era agradável. Lembro dele segurando o guarda-chuva para nos proteger. Minha roupa estava seca, mas o ombro e as costas do meu pai estavam molhados. Percebi ali o cuidado e a proteção que ele tinha comigo.
Meu pai sempre aplicou uma disciplina positiva, com limites que preservavam nossa segurança moral com base em uma relação civilizada. Em casa ele e minha mãe se preocupavam em garantir com firmeza o senso de respeito mútuo entre todos nós apontando para os valores da família. Sua autoridade e seus limites no exercício de uma educação, com ensinamentos que pudessem encorajar nosso desenvolvimento pessoal e moral, criaram em nós um sólido vínculo familiar.