Doces: consumo cresce na pandemia e 63% dos brasileiros comem ao menos 2 vezes na semana Consumo brasileiro já era alto. Entenda os perigos que a prática pode trazer ao corpo. Consumo excessivo de açúcar está relacionado a problemas circulatórios, infecções, infertilidade, envelhecimento precoce da pele e até desenvolvimento de câncer | |||
São Paulo — 2021 - Bolo, lanche, chocolate, sorvete, sobremesa... tudo isso faz cada vez mais parte da nossa rotina na pandemia. Seja pelo home office, pelo estresse ou por um mau hábito adquirido, o fato é que o consumo de doces cresceu durante a pandemia. Um estudo do projeto ConVid - Pesquisa de Comportamento, realizado pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), em parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), entrevistou 44.062 brasileiros entre abril e maio de 2020 e mostrou que quase 2/3 (63%) dos brasileiros consome doce duas vezes ou mais por semana. No caso das mulheres, cerca da metade come chocolates e doces em dois dias ou mais na semana, o que representa um aumento de 7% com relação ao período anterior à pandemia. “Todos os açúcares não devem compor mais de 10% de todas as calorias ingeridas. O consumo de açúcares adicionados e escondidos é um dos principais equívocos alimentares da dieta ocidental, com inúmeras consequências indesejáveis à saúde. Um relatório de 2018 do US Burden of Disease Collaborators identificou a dieta de baixa qualidade como a principal causa de morte nos Estados Unidos e a previsão é que os custos com as doenças relacionadas à dieta continuem a subir se não forem adotadas políticas de educação e prevenção. Esses dados foram publicados em março de 2019 no JAMA”, explica a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). “Infelizmente, o consumo médio no Brasil, mesmo antes da pandemia, já era muito superior a isso (10% das calorias diárias)”, acrescenta.