Artigo
Como foi o ano para a pequena indústria tecnológica? Um balanço do ponto de vista de quem trabalha o dia a dia
Por Hidalgo Dal Colletto e Ricardo Helmlinger*
São Paulo, janeiro 2021.
2020 foi um ano que, realmente, ficará na memória mundial. Em mais de 30 anos de trabalho, vimos poucos movimentos mercadológicos tão surpreendentes como os ocorridos neste ano e, para nossa surpresa, o setor industrial parece demonstrar sua capacidade de fênix – o ser mitológico que morre, é consumido em chamas e renasce das cinzas.
Os números do ano comprovam essa comparação. Em abril, início da pandemia, a produção industrial tomou um tombo de -18,8% - índice recorde desde que os números começaram a ser computados pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), em 2002. O setor passou por uma fase de desolação. Porém, em maio e junho, iniciou-se uma retomada, com índices produtivos positivos em 7% e 8,9% que, se não foram suficientes para cobrir a queda anterior, ao menos deram o acalanto que a fênix precisava para renascer. Por mais quatro meses seguintes, os números permaneceram positivos, mesmo o país mantendo-se em pandemia: junho apresentou 8% de crescimento; agosto, 3,2%; setembro, 2,6% e outubro, 1,1%. Quando novembro chegou, houve a queda de -1,2% - e, no acumulado do ano, o setor industrial tem queda de -1,1%.