Cláudio Sassaki, mestre em Educação pela Universidade de Stanford e cofundador da Geekie, analisa como um documentário despertou a atenção de pais, responsáveis e educadores para a urgência de incluir a educação digital na grade de disciplinas.
O século XXI – com o advento da tecnologia e seus respectivos impactos no cenário global – trouxe para a sociedade a figura do cidadão digital. Dessa persona, espera-se que utilize de maneira apropriada e responsável os recursos tecnológicos; esse atuar envolve direitos e deveres que, dado o ineditismo do momento, podem não ser tão claros e de fácil domínio quanto imaginamos. Há alguns anos, tenho ouvido pais, mães e responsáveis comentarem o quanto crianças e adolescentes, os chamados nativos digitais, são hábeis em navegar nesse mundo. Entretanto, essa conclusão é equivocada ao extremo. De acordo com pesquisa TIC Kids Online, quando desafiados a julgar as próprias habilidades na internet, 76% dos jovens brasileiros acreditam saber mais do que os pais; 71% afirmam conhecer muito sobre como usar a rede. No entanto, da teoria à prática, em um experimento da mesma organização, 30% dos jovens não souberam verificar se uma informação na internet estava correta. Esse dado é relevante, porque prova que há necessidade de orientação; da mediação de pais e professores. Aliás, essa conclusão fica muito clara com o docudrama The Social Dilemma (O Dilema das Redes), lançado pela Netflix.