O Brasil precisa falar sobre um tabu: a finitude
Por Layla Vallias
Vamos viver mais tempo na velhice do que em outras fases da nossa vida. Hoje, estamos diante do fenômeno da longevidade e devemos chegar até os 100 anos – em uma perspectiva conservadora, pois os avanços da ciência podem tornar a existência ainda mais longeva. As estatísticas apontam que vamos chegar até os 120 anos. Pela primeira vez na história, a humanidade tem mais tempo para viver; sonhar; reinventar a vida, a carreira, os relacionamentos e a própria trajetória. A chave está em desenvolver novos territórios nos quais o capital social e intelectual lapidado em décadas possa redefinir padrões de consumo e comportamento. No Brasil, estamos envelhecendo em um ritmo acelerado; em 2050 seremos o sexto país mais velho do mundo. Para se ter uma ideia, temos atualmente mais de 30 milhões de pessoas com mais de 60 anos e quase 60 milhões de brasileiros com mais de 50 anos. Mas, mesmo com a existência alongada, há um momento em que a finitude chegará. E qual é a nossa percepção sobre esse momento?