Produzida pela TV Cultura, com direção do cineasta Ricardo Elias, a emissora lança a série Modernistas, que apresenta um dos movimentos mais importantes da cultura brasileira, o Modernismo. Quatro documentários inéditos relatam a vida e a obra dos principais artistas que participaram da Semana de Arte Moderna de 1922 - Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Victor Brecheret.
Composta por quatro episódios de 26 minutos cada, a série foi elaborada a partir de uma ampla pesquisa, misturando depoimentos, fotos de acervo pessoal, acervo da TV Cultura e imagens de arquivo. “O documentário busca um olhar intimista e pessoal dos personagens, mesclando depoimentos de autoridades no assunto com parentes próximos. A ideia é atualizar as figuras dos modernistas, destacando não só o seu legado, mas a influência que exercem até hoje. Já que os modernistas pensaram o Brasil como poucos na história da nossa cultura e estamos sempre recorrendo a eles quando precisamos discutir ou rever a nossa identidade”, diz Ricardo Elias. A série estreia na TV Cultura nesta quarta-feira (13/5), às 22h45, com o episódio sobre Tarsila do Amaral. Nas demais semanas (20 e 27/5 e 3/6), respectivamente, vão ao ar a vida e obra de Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Victor Brecheret.
Episódio 1 - Tarsila do Amaral
Conduzido pela sobrinha-neta de Tarsila conhecida como Tarsilinha, a edição destaca a carreira artística da pintora até seu recente sucesso no MOMA - Museu de Arte Moderna de Nova York -, em 2018, com uma exposição exclusiva Inventing Modern Art in Brazil, que a expôs para o mercado internacional. O episódio destaca também o sucesso da exposição Tarsila Popular, em 2019, no Masp, em São Paulo, que contou com a visitação de 402 mil pessoas - recorde de público. E o caráter didático das suas obras, já que a pintora é uma das primeiras artistas a serem apresentadas para as crianças. Uma curiosidade a destacar é que a edição tem um dos únicos registros em vídeo de Tarsila, feito em 1972, e que pertence ao acervo da TV Cultura. A atriz Victoria Blat, que atuou na série Dois Irmãos da Rede Globo, interpreta em alguns momentos a pintora.
Episódio 2 - Oswald de Andrade
Narrado pela sua filha mais nova, Marilia de Andrade, dançarina e professora da Unicamp, o episódio fala da convivência com o mais ousado e controverso modernista. E aborda o esquecimento que Oswald foi submetido até ser resgatado pelo Teatro Oficina. Poético, inovador, ousado, o documentário mescla os poemas do artista com imagens de seus livros e biografia pessoal. Como diz um dos depoentes na edição, a obra de Oswald se pauta pela sua biografia. Sua trajetória artística e sua obra se misturam com fatos cotidianos, como a briga com Mário de Andrade, com quem se desentendeu e amargou um arrependimento até o fim da vida.
Episódio 3 - Mário de Andrade Mário de muitas faces, como diz um dos seus poemas, “Eu sou 300, sou 350”. Pesquisador, musicista, professor de piano, escritor, agente cultural, folclorista, fotógrafo. Ele exerceu múltiplas atividades e em cada uma delas foi mais genial do que na outra. O autor do clássico Macunaíma também é um dos mais importantes pesquisadores da cultura brasileira. É responsável pelo registro e resgate de muitas danças e músicas folclóricas de todo o Brasil. Ele também criou uma série de aparatos culturais como bibliotecas itinerantes, a Biblioteca Pública de São Paulo, hoje Biblioteca Mário de Andrade, e o Coral Lírico Paulistano. O episódio é conduzido pelo seu sobrinho Carlos Augusto de Andrade, e ilustrado por um rico acervo de fotografias, além de uma visita à antiga casa do artista, hoje um centro cultural. O ator Paschoal da Conceição interpreta Mário de Andrade em alguns momentos.
Episódio 4 – Victor Brecheret Gênio, escultor conhecido pelas obras espalhadas pela cidade de São Paulo, a trajetória de Brecheret se mistura com alguns momentos importantes da história da capital Paulista. Ele também possui obras diversas que dialogam com a cultura brasileira. Na edição, a filha de Victor Brecheret, Sandra Brecheret fala da biografia do pai, do período em que viveu na Europa, seus grandes monumentos e também das esculturas funerárias que fez ao longo da vida, entre elas a Musa Impassível, exposta na Pinacoteca de São Paulo.
Sobre Ricardo Elias Premiado diretor de cinema e televisão, dirigiu os filmes Mare Nostrum (2018), Os 12 Trabalhos (2006), De Passagem (2003) e o média-metragem Um Filme de Marcos Medeiros, além dos programas de televisão Manos e Minas, Telecurso e TerraDois, eleito Melhor Programa da TV Brasileira de 2017 pelo Prêmio APCA. O longa Os 12 Trabalhos foi premiado na categoria Terceiro Troféu Coral no Festival de Havana e Troféu Horizons no Festival de San Sebastián, em 2006, e Melhor Direção e Melhor Roteiro no Cine PE, em 2007. Pelo longa-metragem De Passagem, Elias recebeu os prêmios de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro e Troféu da Crítica no Festival de Gramado; Melhor Filme na Mostra de São Paulo e Melhor Roteiro e Melhor Direção no Festival de Cinema Brasileiro de Miami, todos em 2003.
Já Um Filme de Marcos Medeiros levou o Troféu Pery Ribas e Troféu Especial do Júri no Festival de Gramado, em 2000. |