A missão Agência Comunica Brasil e élevar conhecimento e cultura a toda população, instigando a descoberta por novos aprendizados. Por isso, criamos o Minuto Leitura, um programa que vai somar à sua grade e que tem o objetivo de apresentar importantes obras da literatura mundial, de forma fácil ao mesmo tempo em que informa. Nesta edição, vamos falar a respeito do livro - Primavera de Cão por Patrick Modiano
Duração do áudio 2'35''
TEC/VINHETA DE ABERTURA - MINUTO LEITURA COM JANARY DAMACENA
MINUTO LEITURA: Primavera de Cão
Uma narrativa baseada em memórias reais que se misturam a momentos ficcionais em uma busca incessante por respostas ao silêncio de uma ausência. Assim transcorre toda a história do livro “Primavera de Cão”, do escritor francês Patrick Modiano. A história conta trechos da vida de um jovem que dedica grande parte do seu tempo em companhia (e ausência) de um fotógrafo mais velho que a cada dia se isola mais do mundo, fechando-se em si mesmo e sem permitir a aproximação que mesmo as pessoas mais próximas como antigos amigos ou grandes amores.
Todas essas lembranças são analisadas pelo personagem principal, que hoje aparenta ter a mesma idade que o fotógrafo tinha na época em que os fatos ocorreram. Isso faz com que o rapaz tenha um entendimento maior da vida naquele período que vai surgindo a cada página, entre passado e presente. Talvez a ausência seja o grande tema do livro “Primavera de Cão”, e a forma como o silêncio nos envolve, marcando a vida de modo firme, seja um convite para a reflexão de nossas próprias vidas. E nisso podemos constatar a genialidade de Patrick Modiano, que foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura em 2014.
Esse é o último dos três livros que compõem a "trilogia essencial" do escritor francês - que mesmo sendo uma trilogia, possuem histórias independentes, mas ligadas pelos detalhes de uma autobiografia romanceada. A maneira como a narrativa se desenrola nos oferece um sentimento de "melancolia necessária" para refletir o desenrolar de uma vida. Cada palavra melancólica tem sua justificativa necessária dentro do texto, em que o autor alerta a juventude afirmando: "Não se preocupe, meu jovem... Eu também costumava cair em buracos negros com frequência...". Uma bela obra, que transborda sensibilidade e nos faz pensar sobre os motivos de uma ausência inexplicável.
Por Janary Damacena.
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TEC/VINHETA DE ENCERRAMENTO - VOCÊ OUVIU, MINUTO LEITURA.
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