O livro pelo mundo hoje
Por Fausto Panicacci*
No inspirador A condição da Arte – texto que serviu de prefácio a um de seus livros – Joseph Conrad (1857-1924) nos fala da “sutil, mas invencível, convicção de solidariedade que entrelaça a solidão de incontáveis corações, a solidariedade nos sonhos, na alegria, no sofrimento, nas aspirações, nas ilusões, na esperança, no medo, que une os homens uns aos outros, que une toda a Humanidade”.
Desconheço definição melhor da mais alta aspiração que possa ter um escritor: tocar, com esse senso de solidariedade universal, “o outro”. Até não muito tempo atrás, no entanto, era dificílimo um livro transcender barreiras geográficas e linguísticas, e ponho-me a pensar, por vezes, em quantas obras fantásticas não se perderam na soleira do tempo por simplesmente não terem alcançado os leitores a cujos temperamentos melhor apelaria.