p r i s m, ópera vencedora do Pulitzer 2019,
estreia em setembro no Theatro Municipal de São Paulo
Baseada em experiências pessoais das autoras Ellen Reid e Roxie Perkins, ópera ganhou o Pulitzer
na categoria composição musical e o prêmio de melhor ópera inédita de 2018 pelo Music CriticsAssociationof North America; p r i s m é espécie de parábola que trata de abuso sexual e emocional contra a mulher; A mezzo soprano Rebecca JoLoeb e a soprano Anna Schubert são respectivamente mãe e filha nesta trama carregada de tensão psicológica;
Em paralelo às apresentações, Theatro promove ciclo de conversassobre os desafiosda mulher no mundo da música e ópera
Anna Schubert e Rebecca Jo Loeb | Foto: Maria Bonanova
No dia 4 de setembro, quarta-feira, às 20h, a temporada lírica do Theatro Municipal de São Paulo estreia a ópera p r i s m, premiada produção de 2018, realizada em parceria entre a compositora Ellen Reid e a libretista Roxie Perkins. Ambas se inspiraram em experiências pessoais para a elaboração da obra. Com direção cênica de James Darrah e produção da Beth Morrison Projects, que representam a vanguarda na direção de trabalhos dessa envergadura, os espetáculos serão acompanhados pela Orquestra Sinfônica Municipal, sob direção musical e regência de Roberto Minczuk, e participação do Coral Paulistano, dirigido pela maestrina Naomi Munakata. As récitas seguem nos dias 5, 7, 10, 11, 13 e 14, sempre às 20h, e no dia 8, domingo, às 18h (sessão com audiodescrição). Nos dias 6 e 7 de setembro, ocorre o ciclo de conversas “Diálogos Prismados: A voz e a arte das mulheres”, com participação de diversas dramaturgas, artistas e outras profissionais que debaterão os desafios da mulher no mundo da música e ópera. Com curadoria de Camila Fresca e Marici Salomão, o evento terá entrada franca e ocorrerá na Sala do Conservatório na Praça das Artes, anexa ao Theatro Municipal.
A menos de um ano de seu lançamento, p r i s m já amealhou dois prestigiados prêmios: em abril último, aobraganhou o Pulitzer de música 2019 pela composição de Ellen Reid, eno final de julho, p r i s m foi premiada como a melhor ópera inédita de 2018 pelo MCANA – Music Critics Associationof North America. Primeiro trabalhode Ellen Reid no campo operístico,p r i s m estreou em novembro de 2018 no Off Grand Opera de Los Angeles, seguindo no início deste ano para o Festival PROTOTYPE, de Nova Iorque, com grande sucesso de crítica nos EUA.São Paulo é a terceira cidade do mundo a receber a ópera.
O enredotrata de um trauma – decorrente deviolência física e psicológica contra a mulher. Compositora e libretista contam a história do relacionamento entre uma mãe e uma filha no contexto deste atual epesado tema. Essa abordagem vai de encontro àprerrogativa do Theatro Municipal de promover a inclusão em todas as frentes e ampliar a percepção do público sobre as possibilidades estéticas e discursivas no campo operístico, através da exibição da recentíssima produção mundial.
“prism chega impulsionando nosso projeto artístico de diversidade e pertencimento”, explica Hugo Possolo, diretor artístico do Theatro. “Esta obra ressalta a abertura para óperas contemporâneas, cuja qualidade merece visibilidade e reconhecimento,e também aponta para a importância dessa linguagem abordar conteúdos de relevância social, como a questão do assédio, tratado com impactante poesia por Ellen Reid e Roxie Perkins”, conclui. p r i s m é a terceira ópera da Temporada Lírica 2019 do Municipal, após a apresentação de Rigoletto, de Verdi (julho), que trata de um tema bastante atual – abuso sexual, manipulação e poder, e da cômica O Barbeiro de Sevilha, de Rossini (fevereiro).
Em entrevista recente para a crítica musical KyleMacMillan, Ellen Reid fala sobre a empatia do público nas apresentações nos EUA: “É muito sombria [a ópera]. Não tínhamos ideia de como a plateia reagiria às récitas. Falando por mim e em nome de todos do time que se empenharam pelo resultado, nós realmente acreditamos na obra e estamos emocionados com a receptividade. É incrível.”
Na descrição da diretora criativa Beth Morrison, a união das “complexas características femininas desenhadas por Perkins e o vívido e sensorial mundo musical de Reid, traçam um oportuno retrato dos percalços que uma pessoa precisa enfrentar para sobreviver.”
Resumo da ópera
O espetáculo traz a história da jovem Bibi (a soprano Anna Schubert), e de sua mãe idólatra, Lumee (a mezzo soprano Rebecca JoLoeb), que vivem juntas e isoladas do mundo, encerradas em uma espécie de santuário imaculado, o prisma que dá nome à obra. Ambas tentam proteger uma à outra de uma perigosa doença à espreita e que já infectou as pernas de Bibi – tolhendo-lhe a capacidade de andar. Todos os dias, a mãe tenta dar à filha o remédio para tratar a sua doença, mas cada vez que a menina está prestes a tomar a medicação, o Lado de Fora do prisma irrompe com fúria assustadora – deixando Bibi com medo de tomar o remédio.
Uma noite, desesperada por agradar à sua implacável mãe, Bibi tenta tomar todas as doses de uma vez, mas é impedida por uma luz azul tóxicaque entra por debaixo da porta,atravessando o santuário.Seduzida por um sinal caleidoscópico vindo do Lado de Fora, a menina começa a se rebelar contra as ordens de sua mãe –rompendoassim o relacionamento e a frágil existência no claustro. Ofuscada pelas cores e pelas lembranças de sua vida, que se confrontam com as mais recentes, Bibi precisa escolher entre abandonar a mãe para descobrir a verdade sobre sua condição, ou aceitar as históriasque ela lhe conta e assim suportar a única vida que conhece. p r i s m esmiuça a elasticidade da memória depoisda ocorrência de um trauma, e trata das distâncias a serem percorridas para “se sentir melhor” – não importando o preço.
Estrutura
Além das duas protagonistas, quatro bailarinos, coreografados pelo diretor-assistente Chris Emile, participam do espetáculo, simbolizando as projeções de Bibi. Além de mãe e filha, os dançarinos são as únicas pessoas capazes de alcançar o interior do santuário. Através deles, Bibi, que não anda, pode voar. Eles a pegam no colo, confortam e acalentam, ao mesmo tempo que provocam na menina memórias aflitivas.
A ópera tem a participação de 12 vozes do Coro Paulistano e 14 integrantes da OSM, sob direção musical e regência de Roberto Minczuk. Cada um dos três atos da peça tem distintas paletas de cores, entremeadas por linhas vocais que se elevam de forma lírica em um instante, para em seguida partirem para o bramido. Segundo Roxie Perkins, “a música atua como uma janela na mente da protagonista. “Ela varia vertiginosamente do sound design para as paisagens orquestrais. Essas variações refletem a rápida evolução do entendimento de Bibi de seu mundo e de como ela se enquadra nele”, explica.
p r i s m
Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo
Coral Paulistano
Direção Musical e Regência - Roberto Minczuk
Regente do Coro - Naomi Munakata
Coral Paulistano
Direção Musical e Regência - Roberto Minczuk
Regente do Coro - Naomi Munakata
Composição - Ellen Reid
Libreto - Roxie Perkins
Direção - James Darrah
Cenografia - Adam Rigg
Desenho de luz - Pablo Santiago
Figurinos - Molly Irelan
Produzido por Beth Morrison Projects
Libreto - Roxie Perkins
Direção - James Darrah
Cenografia - Adam Rigg
Desenho de luz - Pablo Santiago
Figurinos - Molly Irelan
Produzido por Beth Morrison Projects
Intérpretes
Anna Schubert, soprano (Bibi)
Rebecca JoLoeb, mezzo soprano (Lumee)
Rebecca JoLoeb, mezzo soprano (Lumee)
p r i s m foi encomendado por Beth Morrison Projects, David &KikiGindler, Linda & Stuart Nelson, e Elizabeth & Justus Schlichting, com apoio de Nancy e Barry Sanders, OPERA America’s Opera Grants for FemaleComposers, fundado por Virginia B. Toulmin Foundation e The Opera Fund: RepertoireDevelopment; The Francis GoeletCharitable Lead Trust; e o NationalEndowment for theArts – Art Works.
pr i s m foi desenvolvido por Beth Morrison Projects, LyricTheatre @Illinois/Krannert Center, Arizona StateUniversitySchoolof Music, Trinity Wall Street, e PROTOTYPE Festival
Serviço: p r i s m no Theatro Municipal de São Paulo
Setembro [récitas]
Quarta-feira, 4, às 20h
Quinta-feira, 5, às 20h
Sábado, 7, às 20h
Domingo, 8, às 18h – com audiodescrição
Terça-feira, 10, às 20h
Quarta-feira, 11, às 20h
Sexta-feira, 13, às 20h
Sábado, 14, às 20h
Local: Sala de Espetáculos, Theatro Municipal de São Paulo
Endereço: Praça Ramos de Azevedo, s/nº
Ingressos: R$ 120,00 | R$ 80,00 | 20,00
Horário de funcionamento da bilheteria: de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h, e sábados e domingos, das 10h às 17h.
Formas de pagamento: Dinheiro e Cartões de Débito e Crédito
Duração aproximada: 2 horas em três atos, com 1 intervalo de 20 minutos
Classificação indicativa: 16 anos
Capacidade: 1523 lugares
Acessibilidade: Sim
Ciclo de conversas “Diálogos Prismados: A voz e a arte das mulheres”
Curadoria: Camila Fresca e Marici Salomão
Local: Sala do Conservatório, na Praça das Artes, anexa ao Theatro Municipal
Datas: dias 6 e 7 de setembro
Entrada franca – mediante inscrição prévia