A LISTA DE FACHIN E AS ELEIÇÕES DE 2018.!
A lista do relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, acerta em cheio os níveis mais altos da classe política. Nomes que tinham ambições de candidatura à Presidência em 2018, como Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Serra (PSDB), Geraldo Alckmin (PSDB) e Aécio Neves (PSDB) viraram alvo das investigações. O Legislativo também sai afetado - caciques correm o risco de perder o posto que há muito ocupam.
Diante deste cenário, aqueles que ficaram de fora da lista passam a ter oportunidade de ascensão. O analista político da Universidade de Brasília (UnB), David Fleischer, avalia que pode haver renovação de até 70% na Câmara dos Deputados nas próximas eleições. Ele diz que esse índice costuma ficar em torno de 50%. “Encheu bastante a bola do João Dória porque os três tucanos maiores, Serra, Alckmin e Aécio, foram manchados fortemente. Ele surge como tucano disponível e com boa aprovação. É o empresário que antes de ser prefeito nunca mexeu com a política”, afirma.
A ex-candidata a presidente Marina Silva e a fundadora do Psol Heloísa Helena, ambas na Rede, andam afastadas da política, aponta Fleischer. Entretanto, não é possível descartar, por exemplo, a força de Marina, que consegue explorar bem o discurso da ética contra a corrupção. Como Lula era o único candidato do PT, estaria perdido sem ele, segundo Fleischer.
Assim, ele destaca a possibilidade de ascensão do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) que busca partido maior para dar suporte na corrida presidencial. Ciro Gomes (PDT) ficaria ainda na média de 12% dos votos válidos, segundo o analista. “Muito errático, fala demais. Não consegue controlar a
boca”, disse.
O momento de fragilidade dos políticos tradicionais abre portas para nomes novos, como afirma o analista política político Paulo Baía. “O sistema político faleceu e junto com ele todos os atores políticos. Novos nomes são bem vindos dentro de um quadro de caos. A sociedade quer novidade. Só vamos saber passados dois, três meses. Neste momento nada é sólido. Podemos esperar o aprofundamento do caos”, argumenta.
Para a professora da UFC, Mirtes Amorim, o momento não é de pensar em nomes, mas atitudes como a reforma política. “Depois de ter o nome indiciado ninguém sai fortalecido. Inclusive Eunício Oliveira defendendo lista fechada é um descalabro. Interesse próprio”, conclui.
Agora é esperarmos as cenas do próximo capítulo dessa novela política que virou o nosso Congresso Nacional e o Poder Executivo em geral!
César Prevedello Coelho