A
PROPORÇÃO DIVINA NA ARQUITETURA,
NA ARTE E NA MÚSICA
Arquiteto
Maicon Rodolfo Hamm
A arte é uma experiência de
equilíbrio da relação das partes com o todo.
Se olharmos atentamente uma flor, assim
como qualquer outra criação natural, ou ainda algo feito pelo homem,
encontraremos uma unidade e uma ordem comum em todos. Essa ordem tanto pode ser
percebida em algumas proporções que se repetem sempre, como na maneira de seu
crescimento, seja algo natural ou construído pelo homem.
Uma pintura, uma escultura, uma obra de
arquitetura, de música, de prosa ou poesia, está organizada e sensivelmente
equilibrada em torno de um sentido, de uma proporção oculta.
A harmonia da Proporção Divina foi
notavelmente desenvolvida nas catedrais góticas da Europa e nos projetos
modulares de Le Corbusier, na arquitetura contemporânea.
Também encontramos estas mesma
proporções nas pinturas de Leonardo da Vinci e Albrecht Drürer, nas esculturas
de Fídias e Michelangelo, bem como em toda a música.
Ao longo dos séculos muitas pessoas
descobriram e redescobriram a Proporção Divina. Ficaram sempre impressionadas com
as suas propriedades e chamaram-lhe de uma grande variedade de nomes
diferentes, como: Média Áurea, Proporção Áurea, Razão Dourada, entre outros.
Todas estas descrições, de maneira
simples, se referem à relação em perfeita proporção, do todo com as suas partes
e pode ser exemplificada matematicamente pela fórmula (1+√5)/2 ou o número
1,6180339...
A sua história começa com cálculos
feitos em placas de argila na Babilônia e pode ser seguida até a atualidade,
sendo sua relação definida pela primeira vez pelo arquiteto Marcus Vitruvios
Pollio em 27 a.C.
É difícil descrever adequadamente a
singularidade e a beleza desta proporção, que é determinada pela natureza e que
serviu de diretriz estética na arte e na arquitetura durante 2500 anos.
Se quisermos aprofundar mais, podemos
encontrar variações da Proporção Áurea em toda a parte, como exemplo: no
Pártenon como Triangulo Àureo, no interior do ouvido humano como Espiral
Dourada, nas pétalas da rosa como Ângulo Dourado e até mesmo no DNA humano com
números de Fibonacci.
Seria então a beleza um conceito
subjetivo e temporal?
Creio que não, pois a disciplina das
proporções e padrões dos fenômenos naturais e a disciplina manifestada nas mais
relevantes e harmoniosas obras do homem são a evidência do inter-relacionameto
de todas as coisas.
“Uma
vez alcançado o caráter orgânico de uma obra de Arte, essa obra é eterna. Tal
como o Sol, a Lua e as estrelas, as grandes árvores, as flores e a erva ela
existe e permanece enquanto e onde o homem estiver.”
Frank Lloyd Wright