A
MATEMÁTICA DA BELEZA
Arquiteto
Maicon Rodolfo Hamm
O que é beleza? Seria um conceito
subjetivo e temporal ou uma ciência?
Desde a antiguidade o homem busca a
resposta para esta pergunta.
Filósofos, matemáticos, cientistas,
artistas, poetas, pintores e até mesmo, arquitetos, despenderam horas e horas
de estudo em busca das correlações científicas para o belo.
Os relatos mais antigos que temos notícias,
referem-se aos tratados do arquiteto romano Marcus Vitruvios Pollio (90 a.C –
20 a.C), que permaneceram perdidos por séculos, para serem reencontrados num
mosteiro alpino por volta do século XV.
Os tratados de arquitetura são peças
típicas do Renascimento, sendo o tratado de Vitrúvio, De Arquitectara libri
decem (~27 a.C), inspiração para o primeiro tratado de arquitetura da época
moderna: o De Re aedificatoria libri decem (1452, publicado em 1485), obra de
Leon Battista Alberti (1404-1472)
A partir dessa obra germinal, os
tratados foram aparecendo paulatinamente até se converterem no veículo
privilegiado da transmissão do conhecimento sobre a arte de projetar: a
arquitetura.
Alberti foi
o primeiro "uomo universale" do renascimento europeu. Escritor
humanista admirador dos clássicos, dedicou-se às ciências e às artes, estudou
geometrias e astrologia, foi poeta e ensaísta, desenvolveu estudos matemáticos
e óticos para consolidação dos conhecimentos de perspectiva no seu tempo,
interessou-se pela aplicação dos princípios harmônicos e compositivos da música
às regras da proporção em arquitetura.
O termo Concinnitas, extraído dos tratados de
Leon Battista Alberti, refere-se a uma teoria arquitetônica baseada no
equilíbrio do espaço humanizado e,
como tal, integrador de uma cultura do sensível e do belo.
Logo, o reconhecimento
da beleza pelo ser humano se dá pela leitura de proporções físicas e
matemáticas, mesmo que instintivamente, e são estas teorias, presentes em todos
os campos do conhecimento, que abordaremos nas próximas publicações.