O PODER FAMILIAR AINDA EXISTE?
Com base em fatos reais iremos seguir nossa coluna política desta semana. Eis que numa determinada Instituição de acolhimento de crianças e adolescentes em situação de risco familiar, ocorre a seguinte situação que irei descrever abaixo para reflexão de debate sobre o poder familiar e nossa justiça brasileira.
Crianças e adolescentes que sofrem risco familiar perante membros de sua família, podem ser retirados temporariamente de tais, indo residir em Instituições de acolhimento, isto é, uma segunda casa por assim dizer, até que o Juiz (TJ PR) e o Promotor (MP PR) definam a situação em pleito, a qual pode ser o retorno ao lar ou processo de adoção (desconstituição do poder familiar). No decorrer deste trâmite processual e familiar, existe o dia da visitação aos acolhidos por parte de seus familiares (se assim autorizados por lei), para continuar o convívio entre pai, mãe, tio, tia e congêneres ao menor acolhido e, exatamente neste dia de visitação que acontece o seguinte fato: o pai vem de encontro para visitar seu filho e após tal visita, na hora de ir embora, embaixo de uma árvore (tentando se “esconder” de todos) lágrimas escorrem por estar indo embora e ali “deixar” seu amado filho sem poder fazer absolutamente nada, a não ser esperar seu processo seguir na justiça dos homens.
Neste caso em específico, o pai não teve culpa alguma por seu filho vir a ser acolhido na Instituição, pelo contrário, tudo fez e faz para ter seu filho novamente em sua residência, pois mesmo sem saber ao certo se irá existir um convívio com ele, comprou berço, reformou a casa, comprou móveis novos e o mais emocionante, possui um babador “com o cheiro” do seu filho, o qual ele tendo saudades de seu pequeno agarra o babador como se seu filho fosse!
A questão política social que temos para analisar é a questão da morosidade da nossa justiça brasileira, pois enquanto pilhas e pilhas de processos se formam na frente dos nossos magistrados, pais e filhos sofrem pensando no futuro juntos. A necessidade de um melhor aparelhamento aos nossos magistrados é urgente! Sem a base a tais, se torna impossível história como esta aqui descrita e tantas outras pelo nosso Brasil a fora, terem seu final feliz! Pois a única visita que pais e familiares esperam é o parecer ser juntado ao PROJUDI (sistema da justiça) do magistrado autorizando o retorno aos braços de seus amados!
César Prevedello