Sons
musicais por toda a cidade reforçam a tradição de abrir a agenda
cultural do ano com a Oficina de Música de Curitiba. Em sua 32ª edição
ininterrupta, o festival acontece de 5 a 26 de janeiro, levando às salas
de aula mestres consagrados nos cenários nacional e internacional.
Serão 100 professores vindos de todo o Brasil e de 15 países como Suíça,
Portugal, França, Itália, Alemanha, Estados Unidos, Chile e Argentina,
responsáveis por 107 cursos nas fases erudita e popular. Já estão
previstos aproximadamente 80 espetáculos, levando ao público o talento
de artistas brasileiros e de várias partes do mundo. A programação
completa pode ser conferida no site www.oficinademusica.org.br.
O
concerto de abertura, às 20h30 do dia 5 de janeiro, no Auditório Bento
Munhoz da Rocha Netto do Teatro Guaíra, permite antever a excelência dos
espetáculos que integram a Oficina de Música. A Camerata Antiqua de
Curitiba, sob a direção musical de Rodolfo Richter, e tendo como
convidados a soprano Maria Cristina Kiehr (Argentina) e o tenor Rodrigo
Del Pozzo (Chile), executa a obra Frutares, do compositor carioca
Ronaldo Miranda (1948), feita especialmente para a Camerata Antiqua. A
música tem letra do premiado poeta curitibano Hamilton Faria. Completam o
repertório as Cantatas BWV 191 – Gloria in excelsis Deo, BWV 84 – Ich
bin vergnügt mit meinen Glücke e BWV 50 – Nun ist das Heil und die Kraft
und das Reich, do compositor alemão Johann Sebastian Bach (1685 –
1750).
No decorrer do
mês, a relação de atrações abrange concertos de música antiga, recitais
de diversos instrumentos e de canto, palestras, shows de orquestras,
artistas locais, nacionais e estrangeiros. A fase de Música Popular tem
início às 21h do dia 15, também no Auditório Bento Munhoz da Rocha Netto
do Teatro Guaíra, com o espetáculo Vocal Brasileirão convida Ivan Lins
que, sob a direção musical de Vicente Ribeiro, une o talento do grupo
curitibano à performance do cantor e compositor carioca, artista de
projeção internacional.
Promovida
pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC), por meio do Instituto
Curitiba de Arte e Cultura (Icac), a Oficina de Música provoca uma
benéfica invasão da cidade por centenas de violinos, violas, flautas,
oboés, fagotes, pianos, bandolins, guitarras, saxofones, baterias,
pandeiros, entre outros instrumentos, numa grande variedade de gêneros e
estilos musicais. A programação pedagógica atende à formação individual
do aluno, aliada às práticas em conjunto, em um intenso trabalho sob a
tutela individual ou coletiva dos professores. Compreendendo duas fases,
a Erudita e a Popular, a Oficina de Música terá como sede principal, na
primeira etapa, a UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná e,
no segundo momento, a FESP – Faculdade de Educação Superior do Paraná,
além de cursos nas Regionais curitibanas, recebendo perto de 1,5 mil
alunos.
As atividades
englobam orquestras, música de câmara, programa vocal voltado à montagem
de óperas e canto popular, banda sinfônica, práticas de coral, música
antiga, música e tecnologia, música popular brasileira com suas
derivações na música instrumental e música de raiz, ações e cursos
descentralizados em todas as dez regionais da cidade. “O festival
constitui-se em um grande desafio, pela grandiosidade do evento. Mas a
maturidade alcançada pela Oficina de Música de Curitiba permite
despertar a sociedade para a música, na formação da sua cidadania”,
destaca Marcos Cordiolli, presidente da Fundação Cultural de Curitiba.
Em
2014, a Oficina de Música renova o corpo docente em mais de 70%,
contando com nomes que pela primeira vez irão compartilhar seu talento
com os alunos. Entre eles estão o violinista Nathaniel Vallois
(França/Inglaterra), o violoncelista Alexander Baillie (Inglaterra), o
cravista Luca Guglielmi (Itália), Tomasz Wesolowski (Polônia), no fagote
barroco, e Robert Farley (Inglaterra), no trompete barroco. Outros
destaques ficam por conta de professores da fase de MPB, como Paulo
Freire (SP), de viola caipira, Lilian Carmona (RJ), de bateria, Amilton
Godoy (SP), de piano e Duofel (PR), de Música e Tecnologia, entre muitos
mais.
Imersão total - O
programa pedagógico, de total imersão musical, tem gerado, ao longo dos
anos, a preparação de várias gerações de músicos, que dão continuidade
aos trabalhos musicais no Brasil e no exterior, atuando em instituições
musicais mundialmente reconhecidas. Entre eles figuram nomes como
Alexandre Klein, que já ocupou o cargo de primeiro oboísta da Chicago
Symphony Orchestra e atualmente responde pela direção artística do
Festival de Música de Jaraguá; Cristiano Alves e Carlos Prazeres,
respectivamente primeiro clarinete e primeiro oboísta da Petrobras
Sinfônica; Carlos Moreno, que comandou a Orquestra Sinfônica da USP e
hoje rege a Orquestra Sinfônica de Santo André; e Nelson Kunze, editor
da Revista Concerto.
Outro
exemplo é o violinista curitibano Rodolfo Richter. Aluno das primeiras
Oficinas, Richter partiu para uma carreira internacional e vive há 15
anos em Londres, onde é professor do conceituado Royal College of Music.
O violinista responde, ainda, pela direção artística do Núcleo de
Música Antiga da Oficina de Música de Curitiba. Também se destaca a
flautista e oboísta Janete Andrade, que se especializou em Música Antiga
(Medieval e Barroca) na Schola Cantorum Basiliensis em Basel, na Suíça,
e hoje é convidada para visitar os mais expressivos centros
internacionais de música. Igualmente aluna das primeiras edições da
Oficina, Janete é responsável, atualmente, pela coordenação de Música
Erudita da FCC e pela direção artística geral da Oficina de Música de
Curitiba.
Apresentações em espaços alternativos são novidade deste ano
Verdadeira
trilha sonora da cidade, neste ano a Oficina de Música inova ao
proporcionar dois dias com apresentações gratuitas em espaços
alternativos. As bandas formadas durante as aulas se apresentam no Palco
da Boca Maldita, às 10h e às 16h do dia 25, sendo que às 14h30 o local
abrigará o show do grupo Bixiga 70. Na mesma data, às 11h, o Centro
Cultural Heitor Stockler de França será palco para a Roda de Choro
Especial, com a participação dos instrumentistas paulistas Izaias Bueno
de Almeida (bandolim), Israel Bueno de Almeida (violão de 7 cordas) e
Milton de Mori (cavaquinho).
No
dia 26, às 15h, a Escola Municipal Maria do Carmo Martins, na CIC,
receberá o show Paz de Usinas – Império sem Sentido. O encerramento das
atividades ficará por conta das apresentações de vários grupos
folclóricos e do Grito de Carnaval que o Bloco Garibaldis e Sacis
comanda, a partir das 13h, novamente no Palco da Boca Maldita.
Um
dos maiores festivais de música da América Latina, a Oficina de Música
de Curitiba dá continuidade à missão de permitir o acesso de todas as
comunidades à arte musical, atingindo a um público estimado em cinquenta
mil pessoas.