Modernismo de Vilanova Artigas
Neste mês, mas especificamente no dia 23, comemorasse o centenário do nascimento do arquiteto Vilanova Artigas. Nascido em Curitiba, (23 de junho de 1915 - São Paulo, 12 de janeiro de 1985), Artigas é considerado um dos principais nomes da história da arquitetura de São Paulo (movimento arquitetônico conhecido como Escola paulista), seja pelo conjunto de sua obra, seja pela importância que teve na formação de toda uma geração de arquitetos. Dos arquitetos brasileiros, até hoje, é um dos mais premiados internacionalmente.
Nos anos de vida profissional, Vilanova Artigas projetou (construídos e não construídos) casas, sindicatos, clubes, escolas, edifícios públicos e projetos urbanísticos, nos estados de São Paulo (São Paulo, Itanhaém, Guarulhos e Jaú) e do Paraná (Ponta Grossa, Londrina, Paranaguá, Caiobá, Apucarana, Arapongas, Maringá e Paranavaí). Em Curitiba, das nove obras construídas (as demais foram demolidas), restam apenas três: o Hospital São Lucas, a Casa Bettega e a Casa Niclewicz, esta, sendo a última obra e casa modernista projetada no Paraná. Trágico para alguém que combatia tanto a especulação imobiliária e ver que suas obras foram destruídas pela mesma.
Vilanova Artigas acreditava que a arquitetura era "uma arte com finalidade" e implicava justamente na possibilidade da arquitetura ser usufruída pela maioria da população e, assim, participar da melhoria das condições sociais.
Fazendo uma breve pesquisa na web, entre publicações (artigos, livros, filme, estudos, dissertações), matérias, palestras e exposições referentes à vida e obra do arquiteto, há muito mais no estado de São Paulo do que no Paraná. No Paraná, a única exposição, alusiva ao centenário, que por mim foi presenciada, foi no Museu de Arte de Londrina e na Casa Cor Paraná 2015, e até o presente momento, nenhuma publicação nos mais variados meios de comunicação, mesmo específicos de arquitetura ou escolas de arquitetura.
Não sei se haveria algum rancor quanto ao arquiteto, por viver mais em são Paulo do que no Paraná, em não se estudar a sua obra ou até mesmo por demoli-las (e ao esquecimento), mas como escreveu Roberto Tourinho Fontan (PÓS-GRADUAÇÃO ARQUITETURA - UFRGS) “ É preciso esclarecer de forma mais
contundente ao povo do Paraná que cada vez que uma obra do Artigas foi demolida ou sofreu algum tipo de avaria, houve uma grande perda do patrimônio paranaense... e para o maior reconhecimento de Vilanova Artigas em seu Estado natal”.