Vale Tudo estreou em alta na Globo, quebrando vários recordes de audiência e com um galã roubando a cena: o herdeiro Afonso Roitman, vivido por Humberto Carrão. Para interpretar o economista que também é triatleta, o ator mergulhou de cabeça na preparação física. Em entrevista, Carrão revelou que acorda antes das 5h da manhã, treina pesado e pedala até o topo da Vista Chinesa, no Rio.
Apesar de parecer coisa de super-heroi, a rotina puxada não está tão distante da realidade de quem decide virar triatleta, segundo o Dr. Rodrigo Schröder, médico e comunicador de saúde com mais de 1 milhão de seguidores nas redes, referência em alta performance. Spoiler: não precisa ser atleta desde sempre — mas vai precisar fortalecer a mente, ter disciplina e um bom time por perto.
Começa no check-up. E não, você não precisa ser atleta para começar. “Ninguém nasce triatleta. A diferença entre um atleta de elite e uma pessoa comum está no planejamento, não no ponto de partida”, explica o Dr. Rodrigo. Segundo ele, “o primeiro passo é uma avaliação médica completa para mapear riscos cardíacos, metabólicos e ortopédicos”.
Depois, entra a parte mais prática: alimentação personalizada, treinos progressivos e uma rotina bem estruturada. Mas o segredo mesmo está na integração: “É indispensável a transdisciplinaridade. Médico, nutricionista e treinador têm que estar em sintonia.”
Precisa de mais força na mente do que no corpo. O maior desafio de virar triatleta está longe de ser aguentar o treino. “Os maiores desafios são mentais. É quebrar a rotina antiga, lidar com o desconforto e manter a disciplina”, diz Rodrigo. Segundo ele, “o corpo se adapta. O problema é que a mente resiste — e muitas vezes, sabota”.
Outro alerta importante: o excesso. “O entusiasmo inicial leva muita gente a querer atropelar etapas. E aí vêm as lesões. Treinar é importante. Recuperar, mais ainda.”
Esporte como terapia hardcore - Na preparação para o papel, Carrão falou sobre como o esporte o ajudou a compreender o personagem. Já Schröder confirma os impactos mentais do treino: “O esporte é talvez o laboratório mais real da vida. Você lida com dor, frustração, vitória, fracasso — e tudo isso sem filtro.”
É por isso que, para além da saúde, o esporte virou ferramenta até para CEOs e empreendedores. “Disciplina, foco, superação. Isso afia a mente e muda todas as áreas da vida”, afirma o médico.
Triatleta também quebra. E não é só músculos e ossos. Parece contra intuitivo, mas sim: triatletas também sofrem burnout. E muitas vezes sem perceber. “A mentalidade de ‘nunca é o suficiente’ é perigosa. Leva à exaustão física e mental”, alerta Rodrigo.
Os sinais? Mudança de humor, insônia, queda de rendimento, perda de prazer no treino. “O corpo avisa antes de quebrar. O problema é que poucos escutam.”
Alta performance é sobre viver bem — não só competir. Segundo Rodrigo, a chave está no equilíbrio. Ele fala dos “7 pilares” que sustentam a saúde de um triatleta — e de qualquer pessoa: corpo, mente, profissão, finanças, família, sexualidade e espiritualidade.
“Se você negligencia um desses, o resto desaba. Alta performance não é só sobre treinar mais. É sobre treinar com inteligência, descansar com intenção e viver com propósito.”
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