DOCUMENTÁRIO RECONSTITUI A VIDA E ANALISA A OBRA DE PINTOR BRASILEIRO, REFERÊNCIA NA ARTE ABSTRATA
Em ANTONIO BANDEIRA - O POETA DAS CORES, sobrinho do artista conduz uma viagem pelas memórias e pelo legado de um artista reconhecido internacionalmente |
“Nunca pinto quadros. Tento fazer pintura”. As palavras que ficaram famosas na cena artística brasileira são do cearense Antonio Bandeira, cuja vida e obra ganham um registro inédito no documentário ANTONIO BANDEIRA - O POETA DAS CORES, dirigido pelo cineasta Joe Pimentel e conduzido pelo sobrinho do pintor, Francisco Bandeira. O filme, que chega aos cinemas no dia 10 de abril, com distribuição da Sereia Filmes, ganhou o Troféu Mucuripe de melhor longa-metragem da mostra Olhar do Ceará, no Cine Ceará, no ano passado. Nascido em Fortaleza, capital do estado, em 1922, Antonio Bandeira virou um expoente da renovação da arte cearense, antes de ganhar reconhecimento internacional e se transformar em referência na arte abstrata. Conhecido por seu charme e reconhecido por seu pioneirismo, o pintor, desenhista e gravurista brasileiro ganhou grandes admiradores no meio artístico, como o crítico Frederico Morais, que, traduzindo a famosa frase de Bandeira, explica que, para ele, "o quadro não parece significar uma realidade autônoma. A pintura é um estado de alma". |
E é tentando desvendar essa alma, que ganhou muitos admiradores na França, onde morou por vários anos, que o documentário coleta depoimentos de artistas, curadores e críticos de arte de todo o país para reconstituir a trajetória de Antonio Bandeira e mostrar a evolução de sua obra e a celebração de seu talento fora e dentro do Brasil. ANTONIO BANDEIRA - O POETA DAS CORES tem estreia prevista nos cinemas brasileiros para o dia 10 de abril. |
Sinopse O documentário reconstitui a vida e analisa a obra de Antonio Bandeira, artista plástico cearense que ganhou renome internacional. Conduzido por seu sobrinho Francisco, o filme coleta depoimentos de artistas, curadores e críticos de arte, que desvendam as influências, técnicas e transformações de seu trabalho e o legado deixado pelo pintor, ajudando a decifrar sua trajetória na vida e na arte. |
Ficha técnica Direção: Joe Pimentel Produção Executiva: Isabela Veras e Maria Amélia Mamede Argumento: Lucas Benedetti e Joe Pimentel Roteiro: Joe Pimentel e Marcus Sá Direção de Fotografia: Bruno Pimentel Montagem: Tiago Therrien Trilha Sonora Original: Hérlon Robson Som Direto: Fernando Cavalcante, Leo Oliveira e Lênio Oliveira Mixagem de Som: Erico Paiva (Sapão) Design Gráfico: Leo Kemps e Dedê Oliveira Produção: Trio Filmes Distribuição: Sereia Filmes País e ano de produção: Brasil, 2024 Duração: 80 min Classificação: Livre Formato: 1.85 Flat, 5.1, colorido, DCP 2K |
Sobre Antonio Bandeira Autodidata, Bandeira expôs pela primeira vez em 1941, na primeira edição do Salão Cearense de Pintura, evento em que, dois anos depois, ganhou seu primeiro prêmio com a tela "Cena de Botequim". Foi um dos fundadores da Sociedade Cearense de Artes Plásticas, que transformou a cultura visual do estado, com exposições e cursos de arte. Em 1945, se mudou para o Rio de Janeiro, onde realizou sua primeira exposição individual e, um ano depois, para Paris, onde viveu até 1951, depois de ganhar uma bolsa do governo francês para estudar pintura, desenho e gravura na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts e na Académie de La Grande Chaumière. Insatisfeito, deixou a academia para se aproximar do cubismo e do fauvismo, participando de eventos importantes como o Salon d'Automne e o Salon d'Art Libre. Em 1947, formou, com o pintor francês Camille Bryen e o alemão Wols, o grupo Banbryols, que o levou gradativamente para o abstracionismo. Voltou ao Brasil em 1951, apresentou sua primeira grande exposição no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) e participou das duas primeiras edições da Bienal Internacional de São Paulo, assinando o cartaz da segunda. Em 1954, partiu para sua segunda temporada na Europa, onde ficou até 1959, com passagens por França, Inglaterra e Bélgica. Retornou ao Brasil com a agenda cheia de exposições e viagens por todo o país. Ao mesmo tempo, participou de mostras em Paris, Munique, Verona, Londres e Nova York. Com o tempo, passou a usar cores, linhas, superfícies, gotejamentos e respingos de tinta em busca de figuras abstratas de livre interpretação. Em 1961, editou um álbum de poemas e litogravuras de sua autoria, e, no mesmo ano, foi objeto de um curta-metragem. A partir de 1962, começou a incorporar materiais pouco usuais como miçangas, barbantes e isopor em suas telas e ganhou elogios de vários críticos com Pietro Maria Bardi, idealizador do MASP, que disse: “este charmant cearense, mais conhecido em Montparnasse do que em Copacabana, é o artista que representa fora do Brasil a nossa arte de cunho genuíno. Bandeira é inconfundível.” Voltou a Paris em 1964 e continuou produzindo até sua morte, consequência de um acidente cirúrgico, em 1967. |
Sobre Joe Pimentel O cearense Joe Pimentel começou a carreira como fotógrafo e diretor nos anos 80, com filmes como “Face Concreta da Memória e Muriçoca”, rodado em Super-8. Nos anos seguintes, foi operador de câmera, fotógrafo e assistente de direção de diversas produções de seu estado. Dirigiu e roteirizou os curtas “Retrato Pintado” (2001), vencedor de melhor filme e direção no Festival de Brasília e de melhor trilha e direção de arte no Cine Ceará; “Canoa Veloz” (2005), parceria com Tibico Brasil, duplamente premiado no mesmo festival (melhor produção e fotografia) ; e “Câmara Viajante” (2006), melhor produção cearense no Cine Ceará e melhor montagem no Kinoforum. Em 2008, codirigiu com Glauber Filho, o longa “Bezerra de Menezes - O Diário de um Espírito”, com Carlos Vereza e Nanda Costa; e realizou o curta “Invenção do Sertão” ao lado de Armando Praça. Foi diretor do longa “Homens Com Cheiro de Flor” (2010) e produziu o documentário “Damas da Liberdade” (2012). “ANTONIO BANDEIRA - O POETA DAS CORES”, que estreou no Cine Ceará em 2024 e agora chega aos cinemas, foi dirigido e roteirizado por ele. Seu próximo projeto é o longa, “Vozão – O Coração do Meu Povão”. |
SOBRE A SEREIA FILMES Em atividade desde 2007, a Sereia Filmes é uma produtora e distribuidora de filmes, responsável por lançar em circuito, entre outros, obras como “A Jangada de Welles” (2019) e “Mais Pesado é o Céu” (2023), todos de Petrus Cariry sendo o primeiro um co direção com Firmino Holanda; “Pequenos Guerreiros” (2021), de Barbara Cariry e recentemente a cópia remasterizada em 4K de “Corisco & Dadá” (1996), de Rosemberg Cariry. |
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