Comentário de Ivo Pugnaloni
A cada 11 anos as manchas solares provocam ciclos de secas e enchentes mais intensas e destrutivas.
Sabendo disso, há mais de 5.000 anos, as civilizações orientais do Antigo Egito, da Mesopotâmia, da China e dos Vales dos rios Hindu e Ganges construíram enormes barragens, sistemas de irrigação, cisternas, aquedutos e canais.
Por isso os historiadores as chamam de “civilizações hidráulicas”.
No Ocidente, Roma, muito mais tarde, também fez o mesmo: construiu mais de 1000 grandes reservatórios de água entre os séculos I e IV DC em todo o Império, em especial na Iberia, Galia, Itália, Egito e Grécia.
Mais do que reservatórios, Roma construiu imensos aquedutos para trazer cada vez mais água de grandes distâncias para as suas principais cidades em todo o mundo como o que vi em Braga, ou “Bracara Augusta”. Por isso, Roma também é considerada por muitos estudiosos como a primeira Civilização Hidráulica do Ocidente.
Na Amazônia, os geoglifos e as pesquisas com sistema LIDAR de sondagem aérea estão provando que no lugar da hoje Floresta Amazônica floresceu uma Civilização hidráulica baseada numa agricultura abundante intensiva, extensos canais de irrigação e de transporte de carga.
Um dia no futuro, a História, não mais feita com a tradução de hieróglifos ou papiros, mas através da simples leitura de arquivos em pdf, irá contar a “História dos Inimigos das Águas”.
Como se chamarão no futuro aqueles que, no Pantanal, no Cerrado, no Pampa, na Amazônia tiveram como ocupação combater, usando dinheiro escuso e cargos públicos a construção de reservatórios de água?
“Antes das Grandes Secas, até mesmo funcionários públicos, muitos deste até mesmo, dentro do judiciário e do ministério público, valiam-se da ajuda de canais de divulgação pagos com verbas oficiais e privados para combater a construção de qualquer tipo de armazenamento de água doce”.
“Verbas vindas do exterior, de governos estrangeiros, instituições financeiras internacionais e da indústria do petróleo, subornavam autoridades, jornais, redes sociais, emissoras de rádio e televisão para acreditar que acumular água era um crime contra a natureza”.
“Com a ajuda desse dinheiro vindo do exterior formaram-se associações de cidadãos, que embora honestos e sem receber nada por isso, faziam combate permanente aos reservatórios de água e dentre eles, especialmente, eram combatidos com especial fúria, os que aproveitavam os desníveis da água entre montante e jusante dos depósitos do curso hídrico para gerar energia elétrica”.
“Toda uma teoria de combate ideológico foi rapidamente transplantada da Europa e Estados Unidos para o Brasil, Argentina, Chile e Peru partir do início do século XXI, segundo a qual as hidrelétricas eram as responsáveis por matança de indígenas e não os governos militares e civis que as construíram sem o menor respeito aos direitos humano”.
“Nas escolas até as universidades, professores formados nos países da Civilização do Petróleo ensinavam e construíram teses acadêmicas culpando as hidrelétricas até mesmo pelas secas”
“Técnicos de empresas sediadas em países que possuíam as maiores indústrias carboníferas do planeta, maior até do que a chinesa era patrocinadora e orientadora de cursos de extensão, pós-graduação, mestrado e doutorado focados em combater o uso da força de gravidade terrestre sobre as águas reservadas para gerar energia, viabilizar a navegação fluvial, a criação de pescado e moluscos, a fruticultura e a irrigação por gotejamento das culturas perenes ou sazonais”
“Donos de usinas de geração termelétrica que usavam petróleo foram na época os principais financiadores do suborno”.
“Nesta semana, entre os dias 20 e 25 de setembro de 2053, os Museus dos Crimes dos Inimigos da Água de Cuiabá e de Campo Grande mostrarão documentos a respeito dessa época de escuridão e queimadas”
“Na próxima semana Rio e São Paulo estarão no circuito”
Meteorologistas fazem alerta para o pior cenário de estiagem da história em 2025
O Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec) emitiu um alerta preocupante sobre as condições climáticas em Mato Grosso do Sul para 2025. O estudo, realizado em parceria com INMET, ANA e Cemaden, prevê um agravamento da seca, com chuvas abaixo da média histórica e aumento das temperaturas. Em 2024, o estado já registrou o ano mais quente em 31 anos, com média de 26,1°C, superando a média histórica de 24,5°C. Municípios como Ponta Porã, Amambai e Campo Grande registraram déficit de precipitação superior a 600 mm. Para o trimestre abril-junho de 2025, espera-se condições ainda mais críticas, com alto risco de incêndios florestais, especialmente nas regiões oeste e sudeste do estado.
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