terça-feira, 25 de março de 2025

"Canções para afastar o medo - Contos e acalantos latinoamericanos" -Jul...

RIO DE JANEIRO

“Canções para afastar o medo – Contos e acalantos latino-americanos” une teatro, contação de histórias, animação e música 

O premiado espetáculo infantil amplia a temporada gratuita até o dia 30 de março, devido ao grande sucesso nas arenas culturais 

Rosana Reátegui e Natalia Sarante – (fotos: Renato Mangolin)


Idealizado e concebido pela narradora e atriz peruana-brasileira Rosana Reátegui, com direção de movimento da atriz brasileira Marise Nogueira, “Canções para afastar o medo – Contos e acalantos latino-americanos”, da Qinti Companhia, vêm, desde 2022, circulando por diversas cidades brasileiras. O espetáculo que une teatro, contação de histórias, animação e música, iniciou em 16 de março com uma temporada carioca pelas arenas culturais do Rio e fez tanto sucesso que a temporada gratuita se estendeu até o dia 30 de março, às 10h, no Teatro Guignol do Méier, que fica na Praça Jardim do Méier, zona norte da cidade. A montagem é realizada através do Edital Pró-Carioca Linguagens da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, dentro da cota para PCDs – em que membros do projeto são portadores de deficiência: Paty Lopes, Diretora de Produção, e Cido Accioly, Produtor Executivo.

 

 

A peça “Canções para Afastar o Medo – contos e acalantos latino-americanos”, retrata uma viagem pela América Latina por meio das canções de ninar locais, que ajudam as mães a acalmarem os seus filhos em momentos de temor e insegurança, muito comuns na infância e que são potencializados em um contexto de migração. Mas a circulação especial pelas arenas culturais da periferia carioca traz, também, o contexto de acalantar a vida de quem tem uma rotina de privações sociais.

Segundo Rosana, levar a peça ‘Canções para Afastar o Medo’ para escolas públicas e territórios da periferia do Rio de Janeiro é de grande importância para a companhia, pois atende ao principal objetivo que é o de levar cantigas e histórias para espaços onde as crianças passam por dificuldades, fragilidades e riscos.

          

- “Onde o medo se apresenta de forma constante pelas carências e vulnerabilidades. Na nossa caminhada artística constatamos que as cantigas são esperança cantada, são melodias maternas feitas de formas simples para proteger e acalentar. O medo vai embora, porque um canto de mãe é entoado para oferecer esperança. E para nós da Qinti isso é fazer arte latino-americana. Oferecer nas linguagens artísticas nossas potências originárias: nossos cantos, lendas, línguas e naturezas para reconhecer e valorizar nossas fortalezas, saber que mesmo com todas as dificuldades, o perigo não durará muito. E o medo pode acabar com um canto originário, um acalanto da terra. No espetáculo trazemos cinco cantos em línguas indígenas para também apresentar e valorizar o grande continente que nos acolhe. Nossa Companhia se chama Qinti que quer dizer Beija-flor na língua quechua, a língua das montanhas andinas. Beija-flor é mensageiro, ele sempre trará esperança aonde chegar”, explica.

 

Sobre as datas do espetáculo

As apresentações nas arenas culturais da zona norte e oeste acontecem ainda em março, no dia 27 - Arena Cultural Hermeto Pascoal (com apresentação e oficina) às 9h e 13h; dia 29 - Arena Cultural Dicró, às 10h e no dia 30, às 10h, no Teatro Guignol do Méier, que fica na Praça Jardim do Méier.


Natalia Sarante e Rosana Reátegui 


 

Sobre o espetáculo

O texto é resultado da pesquisa sobre a tradição oral dos povos originários latino-americanos realizada por Rosana Reátegui. Na peça são apresentadas quatro histórias de mães de diferentes territórios da América Latina. Na tentativa de afastar os medos e perigos que cercam seus filhos, elas entoam canções de ninar em suas línguas de origem. As músicas são cantadas e tocadas ao vivo por Natalia Sarante, que também assina os arranjos: “Takuari porá”, em guarani; “Gumayta puñen may”, em mapuche; “Punulla waway”, em quechua; “Duerme negrito”, da tradição oral hispânica; e “Macochi pitentzin”, em nahuatl.


A viagem começa em uma vila chilena, na Terra do Fogo, onde uma criança com medo chora, porque raposas rondam a sua casa. O que pode fazer a mãe para acalmá-la? Seguindo as cordilheiras do Andes, rochas ecoam o canto de uma mãe para sua filha doente, numa cantiga que se repete durante toda a noite para evanescer a dor. Longe dali, um outro canto ressoa nas areias das Antilhas: um bebê só quer dormir quando a mãe voltar do trabalho. E, por fim, chega-se ao México, onde mãe e filha cantam para se reencontrarem.


O cenário dessa viagem é criado pelas artistas no decorrer das histórias. É feito de oito metros de juta – tecido oriundo de uma planta indiana, cultivada no Brasil e em outros países da América Latina. Versátil, a juta se transforma numa grande cordilheira, se desdobrando em montanhas com cavernas, num enorme rio e em caminhos íngremes percorridos pelos personagens confeccionados em lã, por Rosana.


A peça recebeu sete indicações no 7º Prêmio CBTIJ de Teatro para Crianças 2022: melhor espetáculo, texto adaptado, cenário, figurino, formas animadas, atriz (para Rosana Reátegui) e música adaptada/trilha sonora (para Natalia Sarante) – tendo levado o troféu nas duas últimas categorias. No Festival de Teatro de Pindamonhangaba 46°FESTE recebeu o Prêmio Especial pela Pesquisa em Cultura Latina para Crianças.


A trama, um projeto cênico da Qinti Companhia, traz um universo de texturas, palavras e melodias da mãe terra para falar da imensa e potente América Latina. A história começa no sul do continente, numa vila chilena, na Terra do Fogo, onde uma criança com medo chora, com medo das raposas que rondam a casa. Seguindo as cordilheiras, nas terras altas andinas, rochas ecoam o canto de uma mãe para sua filha doente, uma cantiga que se repete durante toda a noite para desvanecer a dor. Longe dali, num outro canto, ressoa nas areias das Antilhas um bebê que só quer dormir quando a mãe voltar do trabalho. Indo além, uma montanha de juta abre um novo caminho até o México, onde mãe e filha, para se encontrar, cantam cantigas de ninar na linguagem dos povos indígenas, em Tupi e Guarani.


Em uma interação com o público, as artistas começam a contação de histórias caminhando entre a plateia como andarilhas a procura de um lugar onde as pessoas falem palavras em guarani. Depois desse encontro esperado, elas apresentam a história da juta como tecido migrante que veio da Índia para renascer no Brasil. E, abrindo um grande tecido, convidam a todos para uma viagem pelo continente latino-americano.


 A obra recebeu sete indicações para o Prêmio CBTIJ de Teatro Infantil, ganhando dois deles, Melhor Atriz para Rosana Reátegui e Melhor Trilha Sonora para a cantora e musicista uruguaia Natalia Sarante, que assina a parte musical e atua juntamente com Rosana: “É um trabalho feito com muita dedicação e carinho. Colocamos muitas temáticas latino-americanas que transcendem as linguagens e conectam todo mundo, no ponto de vista humano, sobre infância e maternidade”, comemora.

 

Oficina

Oficina presencial e interativa com a Qinti Companhia

Dia 27 de março, a partir das 13h, na Lona Cultural Hermeto Pascoal

A Cia oferecerá a oficina “Soy loca por tí, América”, uma aula – espetáculo para professores e público em geral interessado no repertório literário e musical de América Latina. Natalia Sarante e Rosana Reátegui, artistas pesquisadoras das expressões populares latinoamericanas oferecem um encontro em formato de aula - espetáculo para todas as idades. Serão apresentadas histórias músicas, poesias e receitas de alguns dos países da América hispanofalante com dinâmicas lúdicas onde os participantes poderão conhecer e praticar os cantos, conhecer as poesias e histórias tradicionais dos povos que habitam este continente e experimentar algumas delícias de culinária típica. O objetivo é num encontro de 2 horas trazer para o público brasileiro elementos culturais dessa "outra" América que às vezes é pouco conhecida, de uma forma interativa, participativa, lúdica, sensorial e divertida. No final da oficina entregaremos aos participantes material com informações e citações bibliográficas.

Interessados devem acessar o instagram @qinticompanhia .

 

Ficha Técnica

 

Concepção e Dramaturgia: Rosana Reátegui

Direção: Rosana Reátegui 

Direção de Movimento e Formas Animadas: Marise Nogueira

Produção: A4 Filmes

Artistas em cena: Rosana Reátegui e Natalia Sarante

Cantos e Arranjos Musicais: Natalia Sarante

Figurino: Francisco Leite

Costureira: Maria Brandão

Iluminação: Thiago Monte

Operação de luz e Montagem: Renato Marques

Cenário: Renato Marques e Rosana Reátegui

Bonecos de lã: Rosana Reátegui

Direção de Produção: Paty Lopes

Oficineira: Cris Muñoz

Arte, projeto de mídia, fotos e vídeos:  Rodrigo Menezes

Tradutora de libras: Thamires Ferreira 

Coordenação Pedagógica: Marcia Renault

Produtor Executivo: Cido Accioly

Assessoria de Imprensa: Alexandre Aquino e Cláudia Tisato

 

Este edital é realizado com recursos provenientes do Edital Pró-Carioca Linguagens – Programa de Fomento à Cultura Carioca, integrado à PNAB – Plano Nacional de Aldir Blanc, promovido pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura da Cidade do Rio de Janeiro.

 

 

Serviço:

Espetáculo: “Canções para afastar o medo - Contos e Acalantos Latino-Americanos”

Duração: 50 min

Classificação: Livre (acima de 4 anos)

Entrada Gratuita

 

Datas, locais e horários:

 

- 27/3- Arena Cultural Hermeto Pascoal

Apresentação e oficina às 9h e 13h

Praça Primeiro de Maio, S/N, Bangu.

 

 

- 29/3- Arena Cultural Dicró, às 10h

Parque Ari Barroso - Entrada pela, R. Flora Lôbo, s/n - Penha Circular

 

 

- 30/3- Teatro Guignol do Méier, às 10h

Praça Jardim do Méier, zona norte da cidade.

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