Sobre o espetáculo
O texto é resultado da pesquisa sobre a tradição oral dos povos originários latino-americanos realizada por Rosana Reátegui. Na peça são apresentadas quatro histórias de mães de diferentes territórios da América Latina. Na tentativa de afastar os medos e perigos que cercam seus filhos, elas entoam canções de ninar em suas línguas de origem. As músicas são cantadas e tocadas ao vivo por Natalia Sarante, que também assina os arranjos: “Takuari porá”, em guarani; “Gumayta puñen may”, em mapuche; “Punulla waway”, em quechua; “Duerme negrito”, da tradição oral hispânica; e “Macochi pitentzin”, em nahuatl.
A viagem começa em uma vila chilena, na Terra do Fogo, onde uma criança com medo chora, porque raposas rondam a sua casa. O que pode fazer a mãe para acalmá-la? Seguindo as cordilheiras do Andes, rochas ecoam o canto de uma mãe para sua filha doente, numa cantiga que se repete durante toda a noite para evanescer a dor. Longe dali, um outro canto ressoa nas areias das Antilhas: um bebê só quer dormir quando a mãe voltar do trabalho. E, por fim, chega-se ao México, onde mãe e filha cantam para se reencontrarem.
O cenário dessa viagem é criado pelas artistas no decorrer das histórias. É feito de oito metros de juta – tecido oriundo de uma planta indiana, cultivada no Brasil e em outros países da América Latina. Versátil, a juta se transforma numa grande cordilheira, se desdobrando em montanhas com cavernas, num enorme rio e em caminhos íngremes percorridos pelos personagens confeccionados em lã, por Rosana.
A peça recebeu sete indicações no 7º Prêmio CBTIJ de Teatro para Crianças 2022: melhor espetáculo, texto adaptado, cenário, figurino, formas animadas, atriz (para Rosana Reátegui) e música adaptada/trilha sonora (para Natalia Sarante) – tendo levado o troféu nas duas últimas categorias. No Festival de Teatro de Pindamonhangaba 46°FESTE recebeu o Prêmio Especial pela Pesquisa em Cultura Latina para Crianças.
A trama, um projeto cênico da Qinti Companhia, traz um universo de texturas, palavras e melodias da mãe terra para falar da imensa e potente América Latina. A história começa no sul do continente, numa vila chilena, na Terra do Fogo, onde uma criança com medo chora, com medo das raposas que rondam a casa. Seguindo as cordilheiras, nas terras altas andinas, rochas ecoam o canto de uma mãe para sua filha doente, uma cantiga que se repete durante toda a noite para desvanecer a dor. Longe dali, num outro canto, ressoa nas areias das Antilhas um bebê que só quer dormir quando a mãe voltar do trabalho. Indo além, uma montanha de juta abre um novo caminho até o México, onde mãe e filha, para se encontrar, cantam cantigas de ninar na linguagem dos povos indígenas, em Tupi e Guarani.
Em uma interação com o público, as artistas começam a contação de histórias caminhando entre a plateia como andarilhas a procura de um lugar onde as pessoas falem palavras em guarani. Depois desse encontro esperado, elas apresentam a história da juta como tecido migrante que veio da Índia para renascer no Brasil. E, abrindo um grande tecido, convidam a todos para uma viagem pelo continente latino-americano.
A obra recebeu sete indicações para o Prêmio CBTIJ de Teatro Infantil, ganhando dois deles, Melhor Atriz para Rosana Reátegui e Melhor Trilha Sonora para a cantora e musicista uruguaia Natalia Sarante, que assina a parte musical e atua juntamente com Rosana: “É um trabalho feito com muita dedicação e carinho. Colocamos muitas temáticas latino-americanas que transcendem as linguagens e conectam todo mundo, no ponto de vista humano, sobre infância e maternidade”, comemora.
Oficina
Oficina presencial e interativa com a Qinti Companhia
Dia 27 de março, a partir das 13h, na Lona Cultural Hermeto Pascoal
A Cia oferecerá a oficina “Soy loca por tí, América”, uma aula – espetáculo para professores e público em geral interessado no repertório literário e musical de América Latina. Natalia Sarante e Rosana Reátegui, artistas pesquisadoras das expressões populares latinoamericanas oferecem um encontro em formato de aula - espetáculo para todas as idades. Serão apresentadas histórias músicas, poesias e receitas de alguns dos países da América hispanofalante com dinâmicas lúdicas onde os participantes poderão conhecer e praticar os cantos, conhecer as poesias e histórias tradicionais dos povos que habitam este continente e experimentar algumas delícias de culinária típica. O objetivo é num encontro de 2 horas trazer para o público brasileiro elementos culturais dessa "outra" América que às vezes é pouco conhecida, de uma forma interativa, participativa, lúdica, sensorial e divertida. No final da oficina entregaremos aos participantes material com informações e citações bibliográficas.
Interessados devem acessar o instagram @qinticompanhia .
Ficha Técnica
Concepção e Dramaturgia: Rosana Reátegui
Direção: Rosana Reátegui
Direção de Movimento e Formas Animadas: Marise Nogueira
Produção: A4 Filmes
Artistas em cena: Rosana Reátegui e Natalia Sarante
Cantos e Arranjos Musicais: Natalia Sarante
Figurino: Francisco Leite
Costureira: Maria Brandão
Iluminação: Thiago Monte
Operação de luz e Montagem: Renato Marques
Cenário: Renato Marques e Rosana Reátegui
Bonecos de lã: Rosana Reátegui
Direção de Produção: Paty Lopes
Oficineira: Cris Muñoz
Arte, projeto de mídia, fotos e vídeos: Rodrigo Menezes
Tradutora de libras: Thamires Ferreira
Coordenação Pedagógica: Marcia Renault
Produtor Executivo: Cido Accioly
Assessoria de Imprensa: Alexandre Aquino e Cláudia Tisato
Este edital é realizado com recursos provenientes do Edital Pró-Carioca Linguagens – Programa de Fomento à Cultura Carioca, integrado à PNAB – Plano Nacional de Aldir Blanc, promovido pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura da Cidade do Rio de Janeiro.
Serviço:
Espetáculo: “Canções para afastar o medo - Contos e Acalantos Latino-Americanos”
Duração: 50 min
Classificação: Livre (acima de 4 anos)
Entrada Gratuita
Datas, locais e horários:
- 27/3- Arena Cultural Hermeto Pascoal
Apresentação e oficina às 9h e 13h
Praça Primeiro de Maio, S/N, Bangu.
- 29/3- Arena Cultural Dicró, às 10h
Parque Ari Barroso - Entrada pela, R. Flora Lôbo, s/n - Penha Circular
- 30/3- Teatro Guignol do Méier, às 10h
Praça Jardim do Méier, zona norte da cidade.
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