Curitiba da América.
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29 de Março aniversario da capital Paranaense . |
Curitiba, eu senti o frio e aqueci meu coração quando cheguei
Andei descalço nos gramados dos parques e bosques
Soprei pedidos sinceros e secretos ao vento da noite
Caminhei por calçadas e ladrilhos da XV
Voei sobre o piso petit-pavê como um pedestre discreto
Falei com os artistas das praças
Brindei à beira do assoalho dos bares
Saudei o doce amargo da partida repentina
Curitiba, quando penso nas flores esqueço o passado
Sinto a chuva pueril de um povo orgulhoso
De imigrantes distantes em uma terra de luz
Com pinheiros, pinhas e pinhais
Araucárias e copas altas
Curitiba frutifica o brio de quem resiste
Quem persiste nos sonhos consagrados
Mesmo com medos estranhos ou sombras apagadas
Curitiba, um sonho de outono
Uma primavera fresca, um verão sigiloso
Um inverno quente
Com noites foscas e luzes flamejantes
Teu espírito corta os pedaços crus da alma
Ascende a chama da esperança
A quem não mede ou examina os próprios desejos
Todos ensejos possíveis, todos os dilemas visíveis
Onde as colinas findam no horizonte
Ipês e cerejeiras videntes
Curitiba, do Alto do Iguaçu, das memórias do Paraná
Do Paranismo, dos índios tingui
De culturas abissais, da fé e preces abertas
Cheia de belezas e realezas
Repleta de castigos e castiçais
Pedaços e predicados
Eu te venero, relevo e espero
Na sacada ao olhar as estátuas, os prédios e castelos
Curitiba, da XV, do Batel, do Guabi, do Xaxim
Das Barreirinhas, dos Santos Lourenços, da ordem ou melancolia cívica
Do tempo dos vinhos e sabores da Felicidade, da Santa Felicidade
Dos templos e cenários do cinema
Com caminhos verdes, linhas verdes e as cenas urbanas
Eu ainda estou aqui, voltei para o alto da glória, cheguei das entranhas de um deserto seco
Porque, Curitiba, a América é você, a Europa um frasco em cada sentido o espaços
Daquelas ruas do Bacacheri, com a Boa Vista até as ladeiras históricas do Centro
Por todas as mansões e casas velhas, as chácaras e as laranjeiras de onde passei
Curitiba, eu sumi na madrugada
À beira das escadas do Caravelli
Desejei ficar e fiquei
Serei minha Paris por tuas ruas
Permaneci em solo de areias brancas
Com os olhos ventilados para frente
Cheio de ar e entusiasmo até os dias passarem
Minha poesia ficará até tempo das araucárias selarem
Sonhos, mitos e verdades profundas e tenras
Trago tendas, visões e o paraíso da alma para ti
Curitiba, Curitiba, Curitiba da América
Curitiba do Brasil, do Paraná, do Brasil
Curitiba, das catedrais e da ópera de arames soltos
Jardins e Botânicos
Curitiba, da América, eu sou um pinho iluminado!
Poema existencial inspirado em América, do poeta beat Allen Ginsberg
Pedro Lichtnow, jornalista e escritor
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