sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

 

Pesquisa inédita revela hábitos culturais dos moradores de Curitiba.




Maior pesquisa sobre a relação dos brasileiros com a cultura já realizada no país, Cultura nas Capitais mapeia acesso e exclusão em 26 capitais e no Distrito Federal; 


Curitiba tem acesso acima da média das capitais na grande maioria das 14 atividades pesquisadas; 


Para 57% dos entrevistados em Curitiba, as atividades culturais que frequentam acontecem longe do bairro onde moram; 


Leitura de livros (68%) é a opção cultural mais praticada; 


Sertanejo é o ritmo musical preferido na cidade; 


Museu Oscar Niemeyer é o mais lembrado pelos moradores;


Resultados, metodologia, infográficos e relatórios completos: www.culturanascapitais.com.br

 

Curitiba (PR),  fevereiro de 2025 – Os moradores de Curitiba têm percentuais de frequência em atividades culturais acima da média das capitais brasileiras na grande maioria das atividades pesquisadas no estudo Cultura nas Capitais. A atividade cultural mais citada é a leitura: 68% dos entrevistados leram pelo menos um livro no último ano. O ritmo musical preferido é o sertanejo e o Festival de Curitiba (teatro) é o evento cultural considerado mais importante pelos moradores da capital paranaense. 

Esses são alguns dos achados da pesquisa inédita da JLeiva Cultura & Esporte, com patrocínio do Itaú e do Instituto Cultural Vale por meio da Lei Rouanet, Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura. O projeto também conta com a parceria da Fundação Itaú. 

A pesquisa apresenta um detalhamento inédito sobre a relação da população de todas as capitais brasileiras e do Distrito Federal com a cultura em sua cidade. O universo coberto pelo levantamento é de 37,5 milhões de pessoas, segundo o Censo demográfico de 2022 do IBGE, e o estudo abordou 19.500 pessoas presencialmente em nível nacional e 600 moradores de Curitiba, entre fevereiro e março de 2024, sobre suas práticas culturais ao longo dos 12 meses anteriores.

Numericamente, Curitiba tem índices de acesso acima da média das capitais brasileiras em 11 das 14 atividades pesquisadas: livros, jogos eletrônicos, cinema, visita a locais históricos, museus, bibliotecas, teatro, dança, feiras do livro, circo e concertos de música clássica. 

Em um caso, o de saraus, o número é idêntico ao do conjunto (12%); em festas populares e shows de música, os resultados ficaram abaixo da média nacional, mesmo assim, dentro da margem de erro. As principais diferenças positivas em relação à média nacional, pelo critério de pontos percentuais, estão na visita a locais históricos (9 pontos percentuais), museus e bibliotecas (8 pp), jogos eletrônicos, feiras literárias e leitura (6pp).
 
No outro extremo, o da exclusão, o resultado se repete. Em 12 das atividades, o percentual de pessoas de Curitiba que nunca foram às atividades pesquisadas é menor que a média das capitais. 

Em ordem decrescente, as atividades de que os moradores de Curitiba mais participam são: leitura de livros (68%), jogos eletrônicos (57%), visitas a locais históricos (54%), ida ao cinema (51%), ida a shows musicais (40%), a festas populares (34%), a museus (34%), a bibliotecas (33%), ao teatro (29%), feiras do livro (27%), a espetáculos de dança (25%), circos (17%),  saraus (12%) e concertos de música clássica (10%). 

Na comparação com a pesquisa realizada em 2017, em que foram analisados os hábitos culturais de 12 capitais brasileiras com relação a 12 atividades culturais (todas as citadas acima, com exceção de locais históricos e feiras literárias), os resultados de Curitiba seguem a tendência das demais capitais: queda no acesso à cultura. No entanto, a capital paranaense apresentou um recuo menos acentuado do que outras cidades. A exceção foi o cinema, cuja frequência caiu de 67% para 51% (menos 16 pontos percentuais), um recuo superior à média das 12 cidades (queda de 12 pontos percentuais).

Interesse aponta público potencial 
Além do acesso, a pesquisa avaliou o interesse das pessoas por cinco atividades culturais: shows, festas populares, museus, teatro e dança. As pessoas que não foram a determinada atividade nos 12 meses anteriores à pesquisa, mas indicaram alto interesse nessa mesma atividade, são consideradas público potencial.

Os resultados apontam que, para algumas das atividades pesquisadas, se o público potencial de fato fosse à atividade, o acesso cresceria em até 80%. Por exemplo: 25% dos entrevistados foram a alguma atividade de dança em Curitiba; outros 20 % não foram, mas gostariam muito de ter ido. No teatro, o acesso foi de 29%; 25% não foram, mas manifestaram alto interesse em ir. 

Acesso desigual por região 
Para 57% dos entrevistados em Curitiba, as atividades culturais que frequentam acontecem longe do bairro onde moram, enquanto para 14%, elas ocorrem no próprio bairro. Essa distância pode ser um fator limitador para o acesso.

Manifestações populares, eventos e culinária 
Para as pessoas que disseram ter ido a festas populares nos 12 meses anteriores à pesquisa (34%), os pesquisadores perguntaram se elas foram a festas juninas, desfiles de Carnaval e blocos de Carnaval. As festas juninas lideram em participação, com 68%, enquanto o Carnaval atrai 33% (blocos) e 32% (desfiles).  

A pesquisa também perguntou a todos os entrevistados qual evento cultural consideram o mais importante da cidade. A resposta era livre e foram citados mais de 100 eventos. O Festival de Curitiba (teatro) se destacou como o mais lembrado pelos moradores da capital em termos de importância. 

Quando perguntados sobre pratos típicos de Curitiba, os entrevistados citaram pinhão como o mais representativo, à frente, por exemplo, de feijoada e carne-de-onça.

Música 
No campo musical, o sertanejo é o gênero mais citado em Curitiba, com 47% da preferência, acima da média nacional de 34%. Outros gêneros com forte presença incluem rock (30%) e MPB (23%). A maioria dos entrevistados consome música por meio de celulares (86%), utilizando aplicativos como YouTube (64%), Spotify (51%) e TikTok (22%).

Audiovisual 
Metade dos entrevistados em Curitiba (51%) disse ter ido ao cinema pelo menos uma vez nos 12 meses anteriores à pesquisa. 
A televisão (79%) e o celular (54%) são os principais meios para assistir a filmes e séries. Os serviços de streaming lideram em preferência (56%), seguidos de TV por assinatura (39%) e TV aberta (35%).

Museus 
O Museu Oscar Niemeyer é o mais citado na pergunta sobre a última visita a um museu, com 48% das respostas. No total, 50 diferentes espaços culturais foram citados pelos 34% da população que disseram ter visitado algum museu ou exposição nos 12 meses anteriores. 

Entre os entrevistados que frequentaram museus, 64% afirmaram que a última visita foi gratuita e 16% dos entrevistados disseram ter acessado o site de um museu para conhecer sua coleção.

Teatro 
Entre os moradores de Curitiba, 29% disseram ter ido ao teatro no último ano. Os tipos de espetáculos mais frequentados foram teatro adulto (51%) e infantil (48%). A maioria costuma ir ao teatro em família com crianças (40%), seguida por pessoas que vão ao teatro em casal (22%) e com amigos (18%). Entre os que não foram ao teatro, os motivos mais citados foram falta de interesse (35%), de tempo (33%) e questões econômicas (23%).

Práticas culturais e motivações 
34% dos moradores da capital que responderam à pesquisa praticam alguma atividade ligada à cultura, como artesanato, dança e música. A razão mais citada para essa prática é o cuidado com a saúde mental (47%), destacando a relevância dessas atividades para o bem-estar.

Espaços culturais e oportunidades de crescimento 
O Museu Oscar Niemeyer é o espaço cultural mais conhecido, entre dez listados na pesquisa. Mas também é um dos diversos locais icônicos da capital que permanecem pouco visitados. Mesmo sendo famoso, 28% das pessoas que conhecem ou já ouviram falar do museu nunca o visitaram. Situações semelhantes ocorrem com a Ópera de Arame (23%) e os Teatros Guaíra (32%) e Paiol (42%). 

Seminários nas capitais
O projeto Cultura nas Capitais contempla seminários em todas as cidades analisadas pela pesquisa. As próximas datas são:

●    11 de fevereiro - Belém - Sesc Ver-o-Peso
●    19 de fevereiro - Rio de Janeiro - Museu do Amanhã
●    26 de fevereiro - Brasília - IPEA
●    12 de março - Belo Horizonte - Sesc Palladium

Os demais seminários serão anunciados gradativamente no site.


Metodologia
Nesta edição da pesquisa Cultura nas Capitais foram ouvidas 19.500 pessoas, moradoras de todas as capitais brasileiras - as 26 estaduais, além de Brasília - com idade a partir de 16 anos, de todos os níveis socioeconômicos, entre os dias 19 de fevereiro e 22 de maio de 2024. As pessoas foram abordadas pessoalmente em pontos de fluxo populacional. Ao todo, os pesquisadores foram distribuídos por 1.930 pontos de fluxo (entre 40 e 300 por capital), em regiões com diferentes características sociais e econômicas. Os entrevistados respondiam até 61 perguntas, além das relacionadas a características sociais e econômicas (como escolaridade, cor da pele etc.). O instituto responsável pelo estudo é o Datafolha.
Além da pergunta sobre renda, a pesquisa também adotou o  Critério Brasil de Classificação Econômica, um instrumento de segmentação econômica que utiliza o levantamento de características domiciliares (presença e quantidade de alguns itens domiciliares de conforto e grau de escolaridade do chefe de família) para diferenciar a população em classes: A, B, C, D ou E (Fonte: ABEP – Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa).

Sobre a JLeiva Cultura & Esporte
Consultoria especializada em concepção, planejamento, execução, análise e disseminação de dados e informações sobre o setor cultural no Brasil. Conduz estudos, mapeamentos e benchmarking para empresas privadas, instituições públicas e organizações sociais com atuação em cultura e esporte — como Fundação Itaú, Fundação Roberto Marinho, Vale, British Council, Vale, Nike, Museu do Amanhã e Instituto Goethe. Desde 2010, realiza pesquisas de hábitos culturais, consolidando-se como referência nessa área.


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