Atleta mala, pior de apitar, maior apuro, lesões, profissionalização... Sálvio Spínola abre o jogo em entrevista no The Noite
Ex-árbitro de futebol e atual comentarista relembra histórias da carreira em conversa com Danilo Gentili
(Fotos: Lourival Ribeiro/SBT)
Sálvio Spínola foi convidado do The Noite desta na ultima segunda-feira, 9 de dezembro. Em conversa com Danilo Gentili ele abriu o jogo sobre a arbitragem do Brasil e relembrou momentos e histórias da sua carreira de mais de 20 anos como árbitro e atualmente como comentarista.
Formado em Ciências Contábeis e Direito, Sálvio diz que um dos principais problemas no país é justamente o fato de os árbitros precisarem conciliar suas carreiras.
“Aqui, o árbitro não se dedica só ao futebol. É um bico. Na Europa ele se dedica só ao futebol. Desde 1990 falam em profissionalização aqui. Estamos em 2024 e no futebol brasileiro o único amador é o árbitro”, lamenta antes de contar como decidiu apitar jogos.
“Geralmente, árbitro é jogador frustrado. Tentou, não deu certo e aí por querer estar na brincadeira começa a apitar. Eu organizava os campeonatos na faculdade, faltavam os árbitros porque não tinha grana para pagar e aí eu ia apitar... Disso fui fazer o curso e ser árbitro de futebol”, afirma.
Entre as várias histórias que passou, Sálvio Spínola relembra os xingamentos vindos da torcida e o maior apuro que já passou. “Foi em um jogo das Eliminatórias da Copa do Mundo. O Presidente da República do Equador foi na televisão e disse: ‘Quero saber onde está esse juiz de futebol brasileiro. Estou decretando pena de morte para ele’. Isso porque eu marquei um pênalti que tirou eles da Copa. Para sair de lá não foi fácil.”
Ao longo da carreira como árbitro, Sálvio também sofreu com uma contusão. “Estava apitando Goiás x Fluminense. Fui correr e senti uma lesão. Normalmente, o quarto árbitro te substituí. Só que ele era de Goiânia, então falei que tentaria apitar mesmo desse jeito. Acabei só atrapalhando.”
Sálvio também foi taxativo ao eleger o atleta mais mala e pior de apitar. “Tem jogador que os bandeirinhas ficavam preocupados para saber se ele jogaria. O Muller era considerado o terror dos bandeirinhas por causa do impedimento. Ele entrava e saia e eles ficavam que nem loucos.”
“Cesar Sampaio (é o mais mala). Já tive a oportunidade de falar isso para ele. É inteligente, então ele ficava minando o árbitro. Quietinho, mas ficava 90 minutos enchendo o saco”, finaliza.
O The Noite é apresentado por Danilo Gentili e vai ao ar de segunda a sexta-feira, no SBT. Hoje, a partir de 00h30.
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