O primeiro romance de Rebecca Navarro Frassetto apresenta o encontro de três crianças com um ser de outro planeta, retratando questões humanitárias, ambientais e emocionais
Ora, diante de tantos questionamentos, por vezes pessimistas, por vezes descrentes, cabe aos artistas o reencantamento do mundo e, consequentemente, da vida. O romance de estreia de Rebecca Navarro Frassetto, “Nosso Amigo Gaivota”, coloca os leitores no coração desse reencantamento.
Edmilson Felipe (Doutor em Antropologia, psicanalista, escritor e poeta).
Obra de ficção fantástica voltada para o público juvenil, o romance de estreia da escritora paulistana Rebecca Navarro Frassetto (@rnf.escritora), “Nosso Amigo Gaivota” (207 págs.) aborda temáticas importantes como a preservação do planeta, a empatia e o futuro da humanidade. Através de sua prosa poética, a autora traz uma jornada pelo tempo e espaço, repleta de desafios e aprendizados, com histórias de amor e de amizade. Segundo Edmilson Felipe, doutor em antropologia, psicanalista, escritor e poeta, que assina o prefácio do livro, trata-se de uma “incrível travessia de sonhos, esperanças, imaginações e (Rê)encantamentos”.
A autora irá realizar uma tarde de autógrafos no dia 19/10, na praça Benedito Calixto, das 13h às 16h, durante o evento "Autor na Praça”, organizado pelo espaço Plínio Marcos.
Os leitores são apresentados inicialmente a Luna, Julio e Leo, três irmãos que se envolvem em uma trama que muda a vida deles – e de todos os terráqueos – para sempre. A aventura começa quando Gaivota, um ser diferente de tudo aquilo que as crianças já haviam visto, aparece na Cabana de Cristal. O novo companheiro revela ser um “humano do futuro”, vindo de Alana, um planeta distante que viria a ser habitado pelos terráqueos, em milhares de anos.
Os quatro viajam até Alana, onde precisam completar a difícil missão de salvar os dois mundos. Nessa fantasia com toques de realismo mágico, o jovem leitor se diverte e ao mesmo tempo, aprende sobre a importância de valorizar os sentimentos e preservar a vida na Terra. Ao longo da leitura, ressoa o questionamento: “qual o legado da humanidade?”
A autora contou com a influência das obras de Gabriel García Márquez, Kazuo Ishiguro e Haruki Murakami em seu estilo de escrita para “Nosso Amigo Gaivota”. Originalmente, a ideia para a história começou como um artigo científico. Após algum tempo de trabalho, Rebecca decidiu escrever sobre esses temas em um livro juvenil.
Fã de artistas como David Bowie, Charles Bukowski e Quentin Tarantino, Rebecca tem 46 anos. Nasceu em São Paulo, capital e vive em Mogi das Cruzes, no interior paulista. Em 2001, lançou seu primeiro livro de poesia, de forma independente. Entre 2002 e 2008, a escritora trabalhou como co-editora dos jornais culturais Jornal da Praça e Café Literário. Em 2015, após ter sido mãe, voltou à literatura, lançando seu fanzine “O barulho do vento”.
Confira um trecho do livro:
“A última geração de cosmigrantes, os milhões de humanos que saíram da Terra para habitar Alana numa viagem só de ida que levou quase mil anos, embora devidamente treinada para o Grande Dia quando todos pisariam no solo firme e fértil do novo planeta, cogitava os infortúnios que enfrentaria. Quais? E como saber? A raça humana nunca esteve de fato preparada para os planos do amanhã. Ao contrário, contou sempre com a alquimia do café com leite, ou, naquele caso, dos inúmeros estudos conduzidos junto ao jogo de cintura improvisado que lhes garantiria a sobrevivência. Não que alguém assumisse essa segunda parte…”
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