TERMODIELÉTRICO, documentário dirigido pela cineasta e artista Ana Costa Ribeiro, é uma experiência visual poética e intimista que chega aos cinemas brasileiros no dia 10 de outubro com distribuição da EMBAÚBA FILMES. O filme explora a vida e a obra do físico Joaquim da Costa Ribeiro, avô da diretora, descobridor do fenômeno termodielétrico – processo que revela a geração de correntes elétricas associadas à mudança de estado físico de certos materiais. Neste ensaio visual, Ana Costa Ribeiro mistura imagens de arquivo público e pessoal, ultrapassando os limites da biografia científica para abordar temas universais como pertencimento, memória e perda. “O filme é uma maneira de explorar a curiosidade do meu avô, a forma como ele olhava o mundo, e refletir sobre como essas mesmas questões podem se aplicar às nossas relações humanas”, afirma a diretora. O longa, que teve sua première mundial no IDFA, na Holanda, na Envision Competition (mostra dedicada a filmes com experimentação de linguagem), e já passou por festivais como o Festival do Rio, a Mostra de São Paulo, é o primeiro de Ana como diretora. Cineasta, escritora e montadora, Ana já dirigiu curtas, como ARPOADOR, e séries documentais, como EDUCAÇÃO E SOCIEDADE NO BRASIL. Além disso, ela também já realizou duas exposições individuais. “Minha primeira exposição individual se chamava ‘A casa é quando a gente volta’. Estou muito interessada na não linearidade do tempo, e isso tem a ver com física também. Aos meus 44 anos, entendi que, para ir para a frente, preciso saber de onde vim” A estrutura narrativa de TERMODIELÉTRICO desafia o espectador a ir além do literal, através da montagem que justapõe cenas de arquivo a gravações inéditas e imagens atuais das paisagens brasileiras. “Eu trabalho com memória, meus filmes todos partem de arquivos”, explica Ana. A narração em off da diretora, presente ao longo de toda a obra, é outro elemento essencial para a construção desse ensaio. “Foi importante para mim que [a obra] tivesse a minha voz mesmo”, comenta. “O lado feminista do filme era assumir que a voz da mulher é sempre criticada. Ou ela é sensual demais ou doce demais... Enquanto isso, ninguém comenta nada quando a voz masculina é imperfeita. Quis mostrar que não há problema em uma mulher narrar com sua própria voz, com todas as suas imperfeições”. Além de sua profundidade pessoal e estética, TERMODIELÉTRICO também levanta questões políticas sobre o papel da ciência na sociedade contemporânea, refletindo sobre o atual cenário de desvalorização da ciência no Brasil. “Não fiz esse filme por causa disso, mas ele aconteceu em uma hora na qual a ciência estava sendo completamente destruída”, destaca Ana. |
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