Na Semana Mundial da Fotografia, Michel Téo Sin, pioneiro da fotografia gastronômica no Brasil, destaca a importância de imagens bem-produzidas para atrair clientes e aumentar vendas em bares e restaurantes. A revista B&R, produzida pela Abrasel, conversou com o fotógrafo para entender como as fotos podem ser uma ferramenta estratégica no marketing gastronômico.
A influência da fotografia na gastronomia
O fotógrafo, com quase duas décadas de experiência em fotografia publicitária, ressaltou a importância de reservar uma porcentagem do faturamento para o marketing, especificamente para a produção de imagens de alta qualidade. “A fotografia influencia muito, tanto com o cardápio presencial quanto o digital ou no totenzinho na entrada”, afirma Michel.
Ele destaca, ainda, que uma imagem bem-feita pode ajudar o empresário a controlar os insumos em estoque e a vender produtos com melhor margem de lucro.
Fotografia ilustrativa x fotografia conceitual
Michel categoriza as fotos na gastronomia em duas principais: ilustrativa e conceitual. A fotografia ilustrativa, geralmente com fundo liso, é focada no produto, evidenciando a qualidade e os ingredientes do prato. “Visualmente, a proteína deve estar em destaque, pois é o elemento mais caro do prato”, explica.
Já a fotografia conceitual vai além, transmitindo sentimentos e experiências que o cliente pode ter ao consumir o produto. “Com uma imagem podemos transmitir aconchego, memórias afetivas ou um ambiente cosmopolita, por exemplo”, detalha Michel.
Dicas práticas para fotografar pratos e ambientes
Michel compartilha algumas dicas práticas para quem deseja investir em fotografia de qualidade:
1. Escolha o tipo de imagem: decida se quer uma foto ilustrativa do prato ou uma foto conceitual que represente a essência da marca. Um exemplo: em vez da foto do prato isolada, que tal colocar um pouco de ambientação, com uma taça de vinho ou um objeto bacana de decoração de mesa, se for um restaurante voltado para casais?
2. Iluminação: dê preferência à luz natural, que valoriza a textura e a cor dos alimentos. “Evite usar luz frontal. Prefira luz lateral, que dá volume e destaca as texturas”, recomenda.
3. Proporção visual: mantenha a proporção dos ingredientes conforme a ficha técnica do prato. Isso ajuda a transmitir uma imagem fiel e atrativa. Tenha certeza: o cliente vai comparar as porções dos ingredientes na foto com o prato à frente dele.
4. Destaque para a proteína: a proteína deve estar sempre em destaque, pois geralmente é o ingrediente principal e mais caro. E também é o que mais desperta o apetite.
5. Uso de luz artificial: se precisar usar luz artificial, utilize luzes com a mesma temperatura de cor para evitar distorções na imagem (nada de misturar a luz branca de led com uma luz âmbar de um spot, por exemplo). Só use o flash se você tiver muita intimidade com técnicas de iluminação.
6. Pós-produção: cuidado com os ajustes de cores e tons. Eles devem estar alinhados com a identidade visual da marca, seja ela mais leve e saudável ou mais densa e contrastada. As cores, os tons e até o tipo de iluminação devem refletir a proposta do estabelecimento.
“Se você tem uma comida mais saudável, provavelmente a identidade visual será mais clara e suave. Para uma marca ousada, como a de um bar de drinques, por exemplo, opte por contrastes e saturações mais fortes”, sugere.
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Equipe Blog Leite Quentee news