Waldo Rafael
Apenas 28 quilômetros contra o relógio e uma amostra condensada do nível de dificuldade que promete o Rali Dakar 2024. Teve muita areia, pedra e pontos complicados em termos de navegação. Assim foi o prólogo, em forma de alça, saindo e voltando para Al Ula. Dia de aquecer os motores e tirar a habitual pressão que os pilotos sentem nos dias antes da largada da maior e mais dura prova off-road do mundo.
Estreante no Dakar, Rodrigo Varela comemorou com muito entusiasmo a conquista do quinto lugar na categoria T4 (SSV) ao lado de seu parceiro Enio Bozzano Júnior, ainda mais depois das complicações com o transporte do seu UTV do Brasil para a Arábia Saudita. A embarcação que trazia carro original sofreu atraso após desviar de piratas no Mar Vermelho.
Com a rota alterada, o UTV não chegaria a tempo, o que impossibilitaria Rodrigo de competir. Com ajuda do pai e piloto Reinaldo Varela (campeão do Rali Dakar 2018), a busca por um carro reserva começou. Localizaram um modelo em Portugal que, após adaptações, foi aprovado pela inspeção do Dakar para correr.
“Conquistar essa colocação na estreia é muito importante porque nos dá muita confiança para seguir conforme as estratégias que traçamos, mesmo depois de tudo o que passamos nos últimos dias para ter o UTV pronto para a competição. Em princípio, competiríamos na T3 (Challenger), mas com a mudança de UTV achamos melhor andar na T4 por conta da equipe e da quantidade de peças. Nosso Can-Am Maverick X3 foi aprovado na inspeção e no prólogo nos mostrou que está em excelente condição de nos conduzir muito bem por todas as etapas e, quem sabe, ao pódio. É o que buscaremos”, vibra Rodrigo.
Em busca do tri...e do tetra
A Can-Am pode alcançar a sétima vitória consecutiva na classificação geral em sete anos de disputa na categoria UTVs nesta edição. Tal feito poderá acontecer pelas mãos do norte-americano Austin Jones e do catarinense de Lajes (SC) Gustavo Gugelmin, que partem para o tricampeonato já que venceram em 2022 e 2023. E mais: Gugelmin, que já é o brasileiro mais vitorioso da história do Dakar nos UTVs, se ganhar será tetracampeão (era ele quem navegava para o pai de Rodrigo Varela, Reinaldo, em 2018, conforme pontuado acima).
Embora o dia de prólogo não tenha sido dos mais satisfatórios para a dupla atual bicampeã, o rali está apenas começando, afirma Gugelmin: “Começamos hoje a esquentar os motores e aproveitamos para fazer alguns testes. Já entendemos o que funcionará melhor e amanhã sim será o dia de colocar toda a nossa experiência em ação. Haja coração”.
Can-Am Factory
A equipe South Racing Can-Am mostrou bastante habilidade, com importantes colocações no prólogo. Na categoria T4 apresentou excelente desempenho, com o português João Ferreira garantindo a segunda posição ao lado do parceiro Filipe Palmeiro. Logo atrás, o brasileiro Cristiano Batista e seu navegador, o português Fausto Mota, terminaram em quarto, enquanto a estreante Sara Price, dupla com Jeremy Grey, em sexto, no primeiro Dakar da piloto americana. As 6 primeiras posições nessa categoria ficaram muito próximas, com apenas 0,56" separando os concorrentes.
Já na categoria T3, a equipe Can-Am Factory utilizou a etapa do prólogo para testar novas configurações para a corrida. Uma abordagem estratégica que demonstra o preparo para enfrentar os desafios até o último dia da competição, em 19 de janeiro.
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