sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Saúde à Toda Prova.

 




Um Olhar Revolucionário sobre o Diagnóstico do Câncer de Próstata

 

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 Em meio à evolução dos tratamentos diagnósticos, sou testemunha, como médico radiologista, dos desafios enfrentados pelo sexo masculino em relação ao câncer de próstata. Esta doença, tão traiçoeira em seu desenvolvimento silencioso, demanda métodos de diagnóstico cada vez mais precisos.

 

Como segundo câncer mais comum entre os homens, sua detecção precoce é essencial para um prognóstico favorável. Para isso, é de extrema importância a consulta regular a um urologista a partir dos 50 anos ou mais cedo em caso de fatores de risco; como o histórico dessa doença na família . Essa prática, muitas vezes, inclui exames como o toque retal, PSA e ressonância magnética da próstata, fundamentais para detectar os primeiros sinais dessa condição.

 

Em caso de suspeita de neoplasia, o paciente deve ser submetido a uma biópsia, procedimento em que são retirados fragmentos do tecido prostático para detectar possível malignidade. Em relação a este último procedimento, a evolução tecnológica nos trouxe uma maneira revolucionária para realizá-lo: a Biópsia Transperineal de Próstata com Fusão de Imagens. Este método não apenas representa uma abordagem mais avançada, mas também proporciona um diagnóstico mais preciso e menos invasivo.

 

Consiste na remoção de fragmentos representativos de toda a superfície da próstata e da lesão suspeita, utilizando uma agulha de biópsia introduzida pela região do períneo do paciente e guiada por imagens obtidas por uma fusão de Ultrassonografia com Ressonância Magnética. O ultrassom fornece imagens que são combinadas em um software específico com as imagens da ressonância, gerando uma visualização em alta definição, em diversos planos e em tempo real, possibilitando a punção dirigida da área  com extrema precisão.

 

Este é também um exemplo de como a tecnologia pode transformar a experiência do paciente, pois o procedimento não só é minimamente invasivo, mas também reduz significativamente os riscos de infecção quando comparado ao método tradicional, o transretal – que pode apresentar complicações infecciosas, pois a agulha da biópsia pode levar bactérias da região retal para a próstata e causar uma infecção conhecida como prostatite. Em minha experiência na realização da biópsia transperineal, pude testemunhar a rápida recuperação dos pacientes e a incidência quase nula de infecções.

 

Além de minimizar riscos, também maximiza a eficácia do diagnóstico. Ao alcançar áreas da próstata não acessíveis pela via transretal, essa técnica eleva a taxa de detecção tumoral e, consequentemente, a precisão diagnóstica. Não é surpresa que esta biópsia já seja considerada o novo padrão-ouro em muitas sociedades urológicas ao redor do mundo, e vem ganhando cada vez mais destaque no Brasil. A tendência é que se torne padrão também em nosso país, em médio e longo prazos, em razão dos benefícios trazidos ao paciente em relação ao método tradicional.

 

Em vista do bem-estar proporcionado, encorajo a discussão aberta entre médico e paciente sobre as opções de biópsia. Oferecer essa nova abordagem, quando indicada, é uma oportunidade valiosa para melhorar a precisão do diagnóstico e a experiência de quem precisa se submeter ao procedimento.

 

A evolução na detecção do câncer de próstata é um testemunho do compromisso contínuo da medicina em proporcionar métodos menos invasivos e mais precisos, eficazes e seguros. Vejo essa inovação como uma promessa de um futuro em que o diagnóstico precoce do câncer de próstata será não apenas acessível, mas também altamente eficiente.

 

 

 

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Dr. João Vitor Bacarin é Médico Radiologista Intervencionista da Quanta Diagnóstico por Imagem. Possui Residência Médica em Radiologia e Diagnóstico por Imagem pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná – UFPR e em Radiologia Intervencionista e Angiorradiologia pelo Hospital A.C Camargo Câncer Center. É membro da Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Angioradiologia (SoBRICE).

 

 

Fotos: Acervo Quanta




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