“Dezesseis”, “sessenta”, “seiscentos”: é com S, SS, SC ou Ç?
Se existe algo que o ranking elaborado pela Preply destaca é como, quando o assunto é o domínio do nosso próprio idioma, boa parte da população está longe de entender integralmente certas regrinhas de ortografia, como é o caso da diferenciação nem sempre tão clara entre as letras S, SS, SC e Ç.
Prova disso é o fato de que, entre as milhões de pesquisas online envolvendo a grafia correta de certas palavras, ocupam o topo da lista de termos mais confusos do ano justo “sessenta” e “seiscentos”, que reúnem, ao lado dos também presentes “dezesseis” e “dezessete”, uma mesma dificuldade: distinguir o uso dos “s” e cedilhas sobretudo durante a escrita dos numerais por extenso.
A própria expressão “por extenso”, aliás, que também faz parte da lista, parece ter gerado deslizes similares durante 2023, visto que possivelmente aparece no ranking dadas as suas prováveis variações equivocadas em meio ao “s” e “ç” — as mais comuns sendo “extenço” e “estenço”. Nesse caso, como reforça a plataforma, basta ter em mente que a palavra leva um “x” na primeira sílaba, enquanto é finalizada com apenas um “s” na última. Ou seja: nada de “c” ou “ç” dessa vez…
De “bullying” a “airfryer”, o desafio ao escrever palavras estrangeiras
A essa altura, já não é novidade para ninguém que escrever palavras de outros idiomas corretamente é um desafio compartilhado por muitas pessoas, mesmo quando os termos em questão já são familiares aos ouvidos da população.
Nas buscas online de janeiro a setembro, por exemplo, três velhos conhecidos (e constantemente usados no Brasil) foram responsáveis por grandes volumes de pesquisa envolvendo suas grafias: “airfryer”, “shopping” e “iphone”, todos com combinações de letras pouco usuais na língua portuguesa, seja o “pp”, “ph” ou sílabas com a letra “y”.
Além deles, ainda originaram dúvidas alguns termos em inglês para funcionalidades específicas do universo digital — e que, portanto, estão mais do que presentes em nossas vidas —, como “Whatsapp” e “Wi-fi”.
A confusão na hora de escrever, como explica a plataforma, tende a ocorrer por questões de fonética e pronúncia, uma vez que existem letras ou combinações com sons diferentes nos idiomas português e inglês. Com a falta de exposição à língua inglesa por meio da leitura e audição, nada mais justo que os internautas sintam a necessidade de ir à internet para registrá-las corretamente, o que explicaria as milhões de buscas nos últimos meses.
“Coco” ou “côco”: afinal, qual acento usar?
Agudo, grave, circunflexo... enquanto escrevemos, tão corriqueiro quanto trocar certas letras ou não conseguir entender termos estrangeiros é fazer confusão diante do uso dos acentos gráficos — algo que os internautas sabem bem.
No quesito acentuação, a propósito, foram duas as palavrinhas que fizeram os brasileiros se indagarem sobre suas grafias este ano: “coco” e “vovó”, cujas estruturas de certo modo apontam para duas perguntas semelhantes: afinal, levam ou não levam acento? Se sim, em qual sílaba exatamente?
Para “coco”, é só se lembrar de que, desejando se referir ao fruto do coqueiro, o correto seria utilizar “coco”, sem acento mesmo. Do contrário, adicionar um acento circunflexo ao termo ou faria quem escreve se referir informalmente a fezes (“cocô”) ou, por fim, ir contra as regras atuais do nosso idioma, uma vez que a palavra “côco” não consta na Língua Portuguesa.
Por outro lado, se “coco” não leva acento, tanto o termo “vovô” quanto “vovó” são, sim, palavras acentuadas, mas com particularidades que variam conforme o gênero do avô ou da avó a quem se está levando em conta: “vovô”, com circunflexo, sendo utilizado para a forma masculina, enquanto “vovó”, desta vez com acento agudo na última sílaba, para se referir carinhosamente à mãe dos pais de alguém. Muito mais fácil do que parece, não?
Sobre a Preply
A Preply é uma plataforma online de aprendizagem de idiomas que conecta professores a centenas de milhares de alunos em 180 países em todo o mundo. Atualmente, mais de 40.000 tutores ensinam mais de 50 idiomas, impulsionados por um algoritmo de aprendizado de máquina que recomenda os melhores professores para cada aluno. Fundada nos Estados Unidos, em 2012, por três fundadores ucranianos, Kirill Bigai, Serge Lukyanov e Dmytro Voloshyn, a Preply cresceu de uma equipe de três pessoas para uma empresa com mais de 600 funcionários de 62 nacionalidades diferentes, com escritórios em Barcelona, Nova York e Kiev.
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