A cena inédita foi eternizada após uma única tentativa e em cerca de 5 segundos. Durante esse curto período, Maragni ainda precisou ajustar sua posição para capturar o ângulo perfeito do anel de fogo. Já antes do grande dia, o fotógrafo testou diversas possibilidades para prever o imprevisível e conseguir registrar esse momento raro. Durante os ensaios e estudos, que começaram 4 meses antes, Maragni visitou mais de 20 picos e montanhas ao redor da praia para a checagem prévia do lugar ideal, além de diversos cálculos para o fotógrafo encontrar a angulação exata para posicionar o surfista.
Para Marcelo Maragni foi um dos trabalhos mais desafiadores e complexos dos seus quase 25 anos de carreira: “Esse foi uma das fotos mais complexas que já fiz, foram trabalhosas tentativas de encontrar um local com a angulação de azimute, que é um ângulo em relação ao Norte e com uma inclinação específica de altura. Também usei dois celulares para simular um teodolito, que é um equipamento de medição de relevo; coloquei um filtro de densidade neutra na lente para diminuir a luz que entraria na câmera e usei espelhos para refletir a luz do Sol e iluminar o atleta e evitar o efeito de silhueta na imagem do Ítalo que o pôr do Sol costuma causar”, explica o craque.
O eclipse no Brasil começou a ser visto por volta das 15h do sábado, até o término do fenômeno, quando o Sol se puser no horizonte por volta das 18h. Especificamente o ‘anel de fogo’ se formou por volta das 16h40, durando um curto período que tornou a fotografia tão rara quanto o fenômeno natural. O eclipse anular pôde ser visto do país somente pelos estados do Amazonas, Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba e Pernambuco, mas o privilégio ficou para o município litorâneo do Rio Grande Norte, onde o surfista cresceu, deixando agora mais um marco para a cidade onde vive. O projeto foi realizado com apoio das marcas Canon e Ford.
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