sexta-feira, 20 de outubro de 2023

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TCHEKHOV É UM COGUMELO


Tchekhov é um Cogumelo, do Estúdio Lusco-Fusco, é exibida online em outubro

Dirigido por André Guerreiro Lopes, espetáculo estreou em 2017 e projeta em cena trechos de uma entrevista rara com o saudoso diretor José Celso Martinez Corrêa




"...uma delicada viagem pelo tempo que resulta em dos mais belos espetáculos presentes em nossa cena. Imperdível!”  - José Cetra Filho - Palco Paulistano, Jurado APCA SP 


"Belíssimo, alusivo, tchekhoviano, na sua névoa de irrealidade, de memória e de projeto" - Marcelo Coelho, Folha de SP 

Para celebrar o legado do saudoso José Celso Martinez Corrêa (1937-2023) e o Dia Nacional do Teatro, o Estúdio Lusco-Fusco apresenta online a gravação de Tchekhov é um Cogumelo, que estreou em 2017 e teve temporadas de sucesso em São Paulo, Rio de Janeiro e Portugal. A peça pode ser conferida de 17 a 20 de outubro às 20h, por meio do link: https://www.youtube.com/@estudioluscofusco.

O espetáculo, dirigido por André Guerreiro Lopes, mescla teatro, dança, neurociência e música ao vivo para montar de forma original trechos do clássico ‘As Três Irmãs’, do autor russo Anton Tchekhov (1860-1904). A gravação foi feita pela diretora de fotografia Flora Dias e Anna Júlia Santos.

Um dos pontos altos da montagem é a projeção de trechos de uma rara entrevista em vídeo concedida por Zé Celso para André Guerreiro e alguns colegas em 1995. Na ocasião, o diretor do Teatro Oficina conta sobre o processo criativo radical pelo qual o grupo passou em 1972 ao montar o mesmo texto de Tchekhov. E ainda relata como a experiência com substâncias alucinógenas permitiu a melhor compreensão da obra e resolveu desentendimentos estéticos entre os integrantes do grupo.

A conversa foi publicada no livro ‘PRIMEIRO ATO – Cadernos, Depoimentos, Entrevistas (1958/1974)’, do próprio Zé Celso, mas as filmagens permaneceram inéditas por mais de 20 anos até a estreia da peça.

A encenação retrata a vida de três mulheres presas nas memórias de um tempo passado e acuadas por um mundo em transformação. Atrizes de diferentes gerações, Djin Sganzerla, Helena Ignez e Michele Matalon, criam um jogo cênico que embaralha os diversos tempos. Seriam elas as três irmãs ou a mesma mulher em três momentos da vida? 

Em uma síntese do clássico tchekhoviano, como uma espécie de haicai, a peça aborda temas como apatia, caos, medo e desejo de mudança, ecoando as contradições do tempo presente. Em cena, ainda estão presentes os dançarinos Samuel Kavalerski e Fernando Rocha, o cantor e ator Roberto Moura e o grupo musical Embatucadores.

Outro destaque é a participação do próprio diretor em cena, que, durante a apresentação, veste um capacete com eletrodos que captam sua atividade cerebral e emoções. Esses estímulos ativam uma instalação sonora e visual desenvolvida pelo músico Gregory Slivar e instalada no palco. As ondas mentais produzidas por André Guerreiro controlam frequências que tocam sinos e fazem vibrar poças d’água nesse aparato tecnológico.

O espetáculo foi montado em 2017 no contexto das comemorações aos 10 anos de trajetória do Estúdio Lusco-Fusco. Na ocasião, foi indicado aos prêmios APCA (na categoria de melhor espetáculo) e Shell (de melhor música), além de ter sido eleito um dos três melhores daquele ano pelos críticos do jornal Folha de S.Paulo. O trabalho ainda foi apresentado no Teatro Sérgio Cardoso em São Paulo em 2018, em duas temporadas no Rio de Janeiro em 2018/19, no 42º FITEI no Porto, Portugal, além de outras cidades do Brasil.

Sobre André Guerreiro Lopes

Diretor artístico da Cia. Estúdio Lusco-Fusco, André Guerreiro Lopes explora a intersecção das linguagens do teatro, dança, cinema e artes visuais em espetáculos como no recente "Mutações" com Luis Melo no elenco, “Insônia - Titus Macbeth” (Prêmio Shell 2019 de Melhor Figurino, indicações ao Shell de Melhor Atriz e aos prêmios de Melhor direção, Melhor Espetáculo e Melhor Sonoplastia no Prêmio Aplauso Brasil), “Tchekhov é um Cogumelo”, “A Melancolia de Pandora”, "Ilhada em Mim - Sylvia Plath" (indicado ao Prêmio APCA de melhor direção) e "O Livro da Grande Desordem e da Infinita Coerência" (escolhido o 2º Melhor Espetáculo do Ano pelo júri da crítica da Folha de S.Paulo). Acaba de estrear seu segundo longa-metragem “O mel é mais doce que o sangue”, no Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba.

Recebeu os prêmios de Melhor Ator no 21 º Festival de Cinema Lusco Brasileiro, Portugal, no 41º Festival de Cinema Guarnicê e no Festival Internacional de Cinema Fronteira. Como ator convidado, atuou em produções como a peça "Dissecar Uma Nevasca", de Bim de Verdier, apresentado no Brasil, Estocolmo e no Odin Teatret na Dinamarca; os longas-metragens “A Moça do Calendário” e "Luz Nas Trevas - A Volta do Bandido da Luz Vermelha", de Helena Ignez; a novela "Sangue Bom"; e as minisséries “Hebe”, “Carcereiros”, "Dercy" e "JK", da Rede Globo. 

Por seis anos foi membro do Theatre de l'Ange Fou, companhia teatral sediada em Londres, apresentando-se em diversas cidades da Europa, Israel e Brasil. Foi integrante dos grupos CPT, de Antunes Filho, e Cia do Latão. Foi assistente de direção do diretor Bob Wilson nos espetáculos Garrincha – Uma Ópera das Ruas e A Dama do Mar. Entre trabalhos como cineasta, estão a direção dos curtas "O Voo de Tulugaq", premiado como Melhor Filme da Crítica no Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira, Portugal e exibido no Festival do Rio, Mostra Internacional de Cinema de SP, NY Film Festival - Lincoln Center e Wexner Center For The Arts, Ohio; “Antes do Amanhã”, exibido selecionado para o Beijing International Short Film Festival 2022, 33º Festival Internacional de Curtas de São Paulo, entre outros; e o longa “Siron. Tempo sobre Tela. Formado em audiovisual na ECA-USP e no Teatro Célia-Helena, especializou-se em teatro físico na International School of Corporeal Mime em Londres, em cinco anos de estudos com os últimos assistentes de Etienne Decroux, Steven Wasson e Corinne Soum. Estudou voz com Rona Laurie da Giuldhall School of Music and Drama de Londres e com Eudósia Acuña Quitero da ECA-USP.

Sobre Djin Sganzerla

Atriz e produtora, cofundadora da Lusco-fusco. Recebeu, entre outros prêmios, o APCA de Melhor Atriz de Cinema, Melhor Atriz no 12o Festival de Cinema Luso Brasileiro em Portugal e Melhor Atriz Coadjuvante no 39o Festival de Cinema de Brasília. Atua nos espetáculos da Cia. Lusco-fusco e como atriz convidada em teatro, cinema e TV. Trabalhou com diretores como Antonio Abujamra, em O Que é Bom em Segredo é Melhor em Público, Zé Celso Martinez Corrêa, em Cacilda!, Rogério Sganzerla, em Savannah Bay, Samir Yazbek e Helio Cícero, em Frank-1, Steven Wasson (Theatre de l’Ange Fou - EUA) em A Melancolia de Pandora, entre outros. Sob a direção de André G. Lopes atuou em  Insônia - Titus Macbeth, Tchekhov é um Cogumelo, Ilhada em Mim-Sylvia Plath, O Livro da Grande Desordem, O Belo Indiferente, entre outros, e codirigiu o Estranho Familiar. Em cinema atuou em mais de quinze longas metragens, com diretores como: Carlos Reichenbach, Paulo Cesar Saraceni, Helena Ignez, Julio Bressane, Rogério Sganzerla, Bruno Safadi, Eduardo Belmonte, Ivan Cardoso, o diretor português Rodrigo Areias, entre outros. Em 2020 estreou “Mulher Oceano”, seu primeiro longa como diretora,  nos EUA, foi vencedor de quatorze prêmios, entre eles Melhor Filme no Porto Femme International Film Festival – Portugal, no 24° CINE PE – Festival do Audiovisual, no Festival Internacional de Cinema de Santos, Melhor Direção no 44° Festival Guarnicê de Cinema e no 28° Festival de Cinema de Vitória.


Sobre Helena Ignez

Começou no teatro em 1960 em Salvador na antológica montagem de A Ópera dos Três Tostões, de Bertolt Brecht, dirigida por Martim Gonçalves, com cenários de Lina Bo Bardi e com Eugenio Kusnet como protagonista. Trabalhou como atriz com alguns dos mais importantes diretores como Judith Malina, Ziembinski, Antônio Abujamra. Atuou em Os Sete Afluentes do Rio Ota, de Monique Gardenberg, em Vestido de Noiva, em 2016 sob direção de Rodolfo Vázquez e Tchekhov é um Cogumelo com direção de André Guerreiro Lopes, em 2017. Dirigiu Savannah Bay de Marguerite Duras e Cabaret Rimbaud - Uma Temporada no Inferno, de sua autoria, para o Festival de Artes em Barcelona. 

Fez seu primeiro filme com Glauber Rocha, como atriz no curta-metragem “Pátio” em 1959. Fez inúmeros filmes do Cinema Novo, como “A Grande Feira”, “Grito da Terra”, “Assalto ao Trem Pagador” e “O Padre e a Moça”. Começou sua parceria criativa com Rogério Sganzerla em 1968 e atuou em quase todos os seus filmes. Seu trabalho como atriz incluem os filmes Antes do Fim, de Cristiano Burlam, Encarnação do Demônio, de José Mojica Marins, Hotel Atlântico, de Suzana Amaral, entre muitos outros.

Em cinema dirigiu, entre outros filmes, Canção de Baal, vencedor do Prêmio de Melhor Filme pelo Júri da Crítica no Festival de Gramado 2009; Luz nas Trevas, Prêmio da Crítica Boccalino d’Oro de Melhor Filme no Festival de Cinema de Locarno e Ralé, vencedor do prêmio Melhor Direção no 23o Festival Mix Brasil em 2016. Seu último filme, A Moça do Calendário, com roteiro de Rogério Sganzerla, foi premiado no Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria (Melhor Filme – Voto Popular), Melhor filme no Femina - Festival Internacional de Cinema Feminino e recebeu sete prêmios no 41º Festival Guarnicê de Cinema.

Helena recebeu homenagens em festivais como no 20º Fribourg International Film Festival, na Suíça, com a Mostra La Femme du Bandit com a exibição de 25 filmes,  e no 17º Kerala International Film Festival, na Índia, além de ter sido a homenageada do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, em 2017.

Sobre Michele Matalon

Trabalhou como atriz-dançarina com o Grupo Marzipan, com o qual também produziu espetáculos como “Marzipan 2015”, “Tico-Tico”, “Marzipan Dança”, “Palimpseto”, “Manos Arriba” e “Tratar com Murdock”, e com Gerald Thomas. Codirigiu com Monique Gardenberg os espetáculos “O Desaparecimento do Elefante”, “Inverno na Luz Vermelha”, “Um Dia No Verão” e “Os Sete Afluentes Do Rio Ota”. 

Atuou em “Pentesiléias”, com direção de Daniela Thomas e Bete Coelho, e nos seguintes espetáculos de Gerald Thomas “Império Das Meias Verdades”, “Saints and Clowns” e “Morte”, além de ter produzido “The Flash and Crash Days”. No cinema, foi diretora assistente de projetos como “A Moça do Calendário”, “Ralé”, “Luz Nas Trevas”, “Poder dos Afetos” e “Canção de Baal”, todos de Helena Ignez e do longa “Ó Paí Ó”, de Monique Gardenberg.

Sinopse

Teatro, dança, neurociência e música ao vivo se encontram neste espetáculo para abordar de forma original a peça “As Três Irmãs”, de Anton Tchekhov, uma das obras primas da dramaturgia russa. Três mulheres cercadas por um mundo em intensa transformação atravessam uma jornada de surpresas, desencantos e esperanças. Em cena, o próprio diretor interfere de forma inusitada no espetáculo: vestindo um capacete de eletrodos, suas ondas mentais e pensamentos controlam luzes e sons durante a apresentação.

Ficha Técnica 

DireçãoConcepção e Adaptação: André Guerreiro Lopes
Texto: extratos de “As Três Irmãs”, de Anton Tchekhov
Elenco: Djin Sganzerla, Helena Ignez, Michele Matalon, Samuel Kavalerski, Fernando Rocha e Robero Moura

Gravação: Flora Dias e Anna Júlia Santos.

Cenário e Figurinos: Simone Mina
Direção Musical e Instalação Sonora: Gregory Slivar
Iluminação: Marcelo Lazzaratto
Assistente de Direção e Direção de Cena: Rafael Bicudo
Participação Especial: Grupo Embatucadores

Preparação de Canto e Músicas Tradicionais: Roberto Moura
Produção Executiva: Náshara Silveira
Direção de Produção: Djin Sganzerla - Mercúrio Produções Ltda.

Visagista: Patrícia Boníssima

Direção de Vídeo: André Guerreiro Lopes

Operação de Luz: Ricardo Barbosa

Operação de Som: Renato Garcia

Pós-produção e Operação de Vídeo: Ricardo Botini

Contraregra: Manu Muniz

Crédito da foto: Jennifer Glass e André Guerreiro Lopes

Serviço

Tchekhov é um Cogumelo, a partir de ‘As Três Irmãs’, de Anton Tchekhov

Apresentações: de 17 a 20 de outubro às 20h

https://www.youtube.com/@estudioluscofusco

Classificação: 12 anos

Duração: 90 minutos

www.luscofusco.art.br


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