O Bandplay, aplicativo de streaming do Grupo Bandeirantes, lança nesta sexta-feira (8) a produção 1538°C – The Iron Human, primeiro filme original da plataforma. O documentário descreve a jornada de Sergio Buonarotti, 53 anos, um triatleta do interior de São Paulo que ficou entre a vida e a morte após ser baleado em um assalto em agosto de 2011. Na ocasião, ele participava de um treino de ciclismo com amigos no Anel Viário Sul de Ribeirão Preto quando o grupo foi abordado por oito homens armados. Embora não tenha reagido, o empresário levou um tiro que atingiu seu abdômen, passou a 1 cm do coração, e saiu pelas costas.
O resultado foram quatro meses de internação, três deles em coma, 64 cirurgias, 138 transfusões de sangue, perda do rim esquerdo, baço, vesícula, metade do estômago, uma parte do pâncreas e do fígado, e 32 kg a menos – ele entrou no hospital com 71 kg e saiu com 39 kg. A situação era tão crítica que os médicos chegaram a desenganá-lo devido ao estágio de “quase morte”. “Senti muito medo de não sobreviver. Inclusive, passei por uma experiência onde me vi flutuando e passando por um portal dourado com várias pessoas vestindo roupas brancas. Enquanto eu estava inconsciente, minha família e meus amigos recebiam uma sequência de notícias ruins dia após dia”, relembra Buonarotti.
Três meses antes da data fatídica, que se tornou um dos casos mais emblemáticos do setor de traumas do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, Buonarotti havia feito seu primeiro Ironman - triatlo com 3,8 km de natação, 180 km de bike e 42 km de corrida. Depois de 20 dias de descanso, ele já se preparava para participar novamente da competição, que aconteceria no ano seguinte, mas seus planos foram brutalmente interrompidos. “Se não fosse pela minha reserva física eu certamente não teria resistido. O esporte, além da resistência, também nos ensina a perseverar quando as circunstâncias não são favoráveis”, enfatiza ele. “Saí do hospital numa cadeira de rodas e com o diagnóstico de que nunca mais voltaria a andar. Seis anos depois estava cruzando novamente a linha de chegada do Ironman. Não guardei rancor e nem mágoa das pessoas que fizeram isso comigo. Sempre tive a sensação de que minha história de resiliência e fé deveria chegar ao máximo de pessoas possível. As marcas no meu corpo representam quem eu sou e contam a minha batalha em que muitos soldados lutaram juntos por um objetivo comum. Elas me lembram todos os dias que tive o privilégio de ter uma segunda chance, de renascer um novo homem”, pontua.
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