LUA
Eu olhei o brilho
Avistei o dia
Visitei a noite
Subi por escadas de diamantes
Alcancei os montes cinzas
Acariciei duas faces vivas
Beijei as mãos das estrelas
Uivei como um lobo solitário no espaço vazio
Óh Lua, de cor magenta e ares febris
Eu olhei a luneta das cidades
Do alto dos prédios escarnecidos
Lua soberana, Lua cheia e sideral
Lua cigana, de mistérios e lágrimas
Cintilante, suspiros ofegantes
Viva, intensa, com brilhos vorazes
Tumbas e cartazes
Temores e tenores
Eu ouço a vibração das nuvens da noite
Quando avisto luas suspensas em verões pálidos
Lua, seus contornos azuis são sutis
Com oceanos ocultos
Faces escondidas
Pedaços quebrados nos cantos sagrados
Eu lanço para ti meus sonhos com uma adaga de luz
Agora, ontem e nunca
Sempre, talvez, Lua de esperanças
Óh lua, óh Lua
Lua de amores
De amoras e paixões veladas
Com faces minguantes
Cheias e crescentes
Da fases e face Nova,
De tantas colheitas abundantes
Por mares severos
Tempestades desertas
Olho para você com olhos cautelosos
Olhos de admiração
Desejos, ambições e corações inundados por visões insensatas
Lua de estações e pensamentos sublimes
Quantas emoções eu levei aos céus da noite
Quantas graças pedi em nome do véu dos deuses
Quantas fantasias eu segurei com as minhas mãos abertas
Lua de ares, ventos e trovões
Dos recantos de mulheres invisíveis
Em campos de trigo aberto
Serenos ou seremos belos
Lua de caçadores do mundo
Pescadores de marés
Senhores dos tempos
Plantações infinita
Em cada alma linda
Em cada flor que desabrocha
Por terrenos de natureza esbelta
Eu rezo para tu, ó lua
Coloco o meu coração nas tuas mãos
Peço bênçãos e invenções
Conforto, carinho e perdão
Lua de almas gêmeas
Sentes a minha exaltação
Recebes o amor em porções
Em transe, levo meus penhores
Recebo louvores, céus, nuvens
Reflexos de sonhos livres
Sem prisões ou recintos escondidos
Lua de estrelas brilhantes
Eu aceito a luz do seu coração de diamante.
Pedro Lichtnow é jornalista, escritor e palestrante existencialista.
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