Nove dias, mais de 28 horas acumuladas e 3.800 quilômetros de prova, com um detalhe: uma costela trincada antes do início da competição. Mas técnica, experiência e muita garra levou Deni Nascimento, ao lado de seu navegador Gunnar Dums, ao lugar mais alto do pódio na categoria UTV na 31ª edição do Rally dos Sertões. A dupla apoiada pela Can-Am virou o jogo na oitava e última etapa chegando em primeiro e eliminando a diferença de 1m28s que a separava de Rodrigo Varela e Matheus Mazzei, até então os favoritos ao título, já que vinham liderando a disputa desde a etapa Maratona.
“Foi um rali de superação. Desde o primeiro dia lutando com dores na costela. Mas Gunnar e eu sabíamos do nosso potencial e do nosso Maverick X3 e deixamos para ir para cima no dia certo. Mesmo fazendo uma excelente prova ontem, chegamos a pensar que seria impossível tirar a diferença para os primeiros colocados, mas aconteceu. A briga foi grande. Temos excelentes pilotos competindo, o Rodrigo é um grande vencedor, sabíamos que seria acirrado, mas deu tudo certo e agora é comemorar mais um título para nós e para a Can-Am, que nos apoia de maneira tão importante”, vibrou Nascimento logo após um minuto e meio intermináveis de espera para saber se tinham conquistado o título.
Deni Nascimento comemora também o bicampeonato, já que venceu a disputa em 2019 ao lado de Idali Bosse, e é o grande vencedor do Campeonato Brasileiro de Rally Cross-Country, divulgado ontem oficialmente pela CBM – Confederação Brasileira de Motociclismo. Rodrigo Varela leva o vice tanto no Sertões quanto no Cross-Country. Disputa acirradíssima entre os dois pilotos Can-Am até praticamente o último minuto. “Diz o ditado que o rali só termina quando acaba. E foi isso o que aconteceu. Dominamos as quatro últimas etapas, mas tivemos problemas nas dunas e perdemos os minutos de diferença que nos separava do segundo lugar. Mas o UTV veio incrível em toda a competição, a equipe está de parabéns. O negócio é se preparar e ir para as próximas dando o máximo de novo”, afirmou Rodrigo Varela.
Com isso, a Can-Am também se sagra, mais uma vez, líder absoluta, com o décimo-primeiro título consecutivo. Mais, a marca canadense figura em sete das 10 primeiras posições do ranking geral da competição. E segue: dos 91 UTVs inscritos, nada menos do 67 foram de Can-Am Maverick X3.
Um saldo e tanto e que levou a marca também ao segundo (Rodrigo Varela/Matheus Mazzei), e terceiro (Thiago Fraga/Álvaro Amarante) lugares na geral. Fraga e Amarante também se sagraram campeões da categoria UTV2. “Após a Maratona quase desistimos, mas depois tivemos dias muito bons. Tiramos muito tempo e conseguimos um quarto lugar na geral. Hoje precisávamos manter 2 minutos, que parecem pouco, mas não são. Conseguimos!”, comemorou Fraga.
Já Nelsinho Piquet e seu navegador Cesar Peduti levaram a melhor e ficaram com o primeiro lugar da categoria UTV3 (décimo-primeiro na geral). Desde sua primeira investida no universo dos ralis, em 2020 (apenas como convidado), o filho do tricampeão mundial de Fórmula 1, Nelson Piquet, vem marcando forte presença e, em sua terceira participação oficial, termina com um importante título para sua renomada coleção, que inclui Fórmula E, Lamborghini Super Trofeo, NASCAR e Stock Car.
“Estamos muito felizes. Sertões é sempre uma prova muito difícil. A gente passou por estresse, perrengues, dificuldades, mas conseguimos o título este ano na UTV3. Obrigada a todos e a Can-Am por ter nos ajudado a realizar essa prova maravilhosa, que exige empenho e amor de muitas pessoas. Por isso, é gratificante conquistar esse título. Queria vencer a UTV3 para ir para a UVT2 e depois UTV1 e no futuro Dakar. Estou aprendendo e melhorando a cada ano para chegar lá”, afirmou Piquet Jr.
Outros dois Varela se destacaram no Top 10 do ranking final: Bruno e seu navegador Gustavo Bortolanza ficaram com a quarta colocação, enquanto Gabriel e Ênio Bozzano com a nona. E outra conquista importantíssima para o grupo de pilotos apoiados pela Can-Am foi a colocação do estreante Felipe Fraga e seu parceiro Gabriel Dall Agno. Oriundo da Stock Car, dos GT3 e protótipos, Fraga, até então, só havia corrido no RN 1500 deste ano como preparação para o Sertões. Começou bem terminando em sétimo lugar na geral e em terceiro na Categoria UTV2, a mesma em que seu irmão Tiago Fraga foi campeão. Resumindo: pilotos, navegadores e Can-Am Maverick X3 fizeram bonito nas cinco primeiras posições do ranking geral.
“Ver meu irmão ganhar é incrível porque foi ele quem me trouxe para cá, para os UTVs. Estava na disputa, mas queria que ele ganhasse. O que viesse para mim estava bom. Mas foi muito melhor do que poderia imaginar. Os Maverick X3 nos ajudaram a chegar até aqui, nossa equipe maravilhosa e o apoio incondicional da Can-Am”, exaltou Felipe Fraga.
Duplas apoiadas pela Can-Am
O bicampeão do Sertões (2020 e 2021), Deninho Casarini e seu parceiro Ivo Mayer finalizam a competição no Top 10, na oitava posição na geral e em quinto na categoria UTV1. Bruno Conti, piloto de 18 anos e destaque Can-Am no Rally Dakar deste ano com a sexta colocação, e seu navegador Rafael Capoani, conquistaram o décimo-sexto lugar no ranking e uma incrível quinta posição na UTV2.
As representantes femininas da Can-Am, Helena Deyama e Cris Starling, terminaram o Sertões 2023 em trigésimo-quarto (sexto na categoria UTV3), enquanto o patriarca dos Varela, da Família da Poeira, Reinaldo, em quadragésimo-quinto (terceiro na categoria UOP). Já o grande campeão do Rally Dakar, com três títulos como navegador, Gustavo Gugelmin, e seu pai Sergio Gugelmin, conquistaram a quadragésima-sexta posição (oitavo na categoria Over50).
Hegemonia Can-Am no Rally dos Sertões
2023 – Deni Nascimento/Gunnar Dums’
2022 – Rodrigo Varela/Matheus Mazzei
2021 – Deninho Casarini/Ivo Mayer
2020 – Deninho Casarini/Ivo Mayer
2019 – Deni Nascimento/Idali Bosse
2018 – Enrico Amarante/Breno Rezende
2017 – Bruno Varela/João Arena
2016 – Bruno Sperancini/Breno Rezende
2015 – Bruno Sperancini/Lourival Roldan
2014 – Vinícius Mota/Rafael Shimuk
2013 – Carlo Collet/Marcos Lara
Resultados extraoficiais UTV – Geral
1. D. Nascimento/G. Dums – Can-Am – 28h30m17s
2. R. Varela/M. Mazzei – Can-Am – a 1m39s
3. T. Fraga/A. Amarante – Can-Am – a 33m00s
4. B. Varela/G. Bortolanza – Can-Am – a 35m06s
5. G. Cestari/J. Ardigo – Polaris – a 35m50s
6. T. Luza/H. Ribeiro – Polaris – a 36m23s
7. F. Fraga/G. Agnol – Can-Am – a 39m18s
8. D. Casarini/Ivo Mayer – Can-Am – a 46m36s
9. G. Varela/E. Bozzano – Can-Am – a 47m55s
10. N. Valentim/B. Rezende – Polaris – a 54m42s
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