Amor pelo Corinthians, VAR “tirando a magia do futebol”, homofobia nas arquibancadas, paixão pelo Japão e Catar... Emerson Sheik abre o jogo em entrevista ao Pod Pai Pod Filho
(Foto: Divulgação/SBT)
Assista a entrevista com Emerson Sheik: https://www.youtube.com/watch?
Emerson Sheik se aposentou dos gramados no fim de 2018. Desde então, mais de quatro anos e meio se passaram. Hoje, o ex-jogador se destaca no ramo do empreendedorismo e da comunicação, exercendo a função de comentarista no SBT. Mesmo assim, não há tempo que apague da sua memória e muito menos da de milhares de torcedores seu período como atleta profissional, especialmente dos corintianos, que jamais esquecem de quando ele vestia a camisa alvinegra e mais especificamente do dia 4 de julho de 2012, data em que marcou os dois gols sobre o Boca Juniors, na grande decisão da Libertadores. Convidado da semana para conversar com Téo José e Alessandro no “Pod Pai Pod Filho”, ele não esconde o amor pelo Timão e relembra, com carinho, a campanha do título invicto e inédito.
“Não teve um herói. A participação minha, assim como a de todos os outros, foi importante para o Corinthians ganhar o seu primeiro título da Libertadores. Não teve uma estrela que brilhou mais. A preparação, do primeiro jogo até a final, ali cada um contribuiu de uma maneira. Todos estavam muito preparados”, recordou.
Além dos dois gols, um episódio marcante da final contra o Boca foi a mordida na mão de Matías Caruzzo. Sheik relembra do momento e aproveita, inclusive, para dar sua opinião sobre o VAR. Segundo ele, a tecnologia acabou tirando “um pouco da magia do futebol”
“Hoje já não dava mais, né? O VAR iria estragar tudo (risos). Talvez, seja uma das últimas imagens, cada um tem a sua opinião, de um futebol mais raiz. Um futebol sem toda hora parar porque bateu no dedo, aí temos que ver se foi pênalti... Eu não sei se concordo com o VAR. Acho que tirou um pouco da magia do futebol. Não querendo ser e não sou malandro porque é direito de igualdade. Sem o VAR a malandragem do time preto, o time branco também tem. Então é igual para os dois”, opinou.
Dentre os sete títulos conquistados pelo Corinthians, destaque também para o Mundial de Clubes, com direito a grande atuação de Cássio, diante de milhares de corintianos que invadiram o Japão, na vitória de 1 a 0 sobre o Chelsea.
“O Cássio foi fantástico. Temos que falar a verdade, o tempo inteiro. Já somos campeões, o título é nosso, ninguém vai tirar, mas foi um massacre. Conseguimos nos defender muito bem, mas eles martelaram, martelaram, martelaram. O Corinthians tinha essa proposta de ser muito forte defensivamente e, contra o Chelsea, a estratégia foi perfeita”, afirmou.
Emerson Sheik, aliás, chegou ao Japão como figurinha conhecida de muitos torcedores, afinal viveu parte considerável da sua carreira lá, defendendo três clubes: Consadole Sapporo, Kawasaki Frontale e Urawa Red Diamonds, entre 2000 e 2005, quando foi para o Al-Sadd, do Catar, de onde também só guardo boas lembranças, tendo, inclusive, se naturalizado.
“São dois países que me apaixonei pelas pessoas e cultura. O Japão é fantástico. Parte da minha educação devo ao povo japonês porque lá aprendi muito... No Catar me deram o privilégio de ser um local, me naturalizar”, ressaltou Emerson, que, por pouco, não defendeu a seleção japonesa.
“Poucas pessoas sabem o que eu vou falar agora. O Zico era treinador da seleção japonesa. Dentro do universo futebolístico existia um buchicho para que eu pudesse me naturalizar japonês, mas veio uma proposta do Catar e aí não dá. (O Sheik) estava assistindo a um jogo, pela TV. Por sorte ou por D’us, era Urawa e Kashiwa, do Zico, a final da Copa Nabisco. Nós ganhamos. Fiz um gol nesse jogo e ainda abri a testa. Daí o dono do país, o rei, mandou o assessor me contratar. Tinha acabado de renovar meu contrato com o Urawa”, completou.
Curiosa também é a história contada por Emerson Sheik da negociação milionária com o clube árabe.
“Tem uma rede de restaurantes no Japão chamada Royal Horse. Falei para o meu empresário que queria ir nele, mas que não iria para o Catar. Na minha cabeça só existia bomba, granada e guerra naquele país... Só estava preocupado com o bife que vinha com a manteiga por cima, uma coisa maravilhosa. Eles ficaram conversando em inglês até que o meu empresário virou para mim e falou: ‘Emerson, ele perguntou quanto você quer para ir jogar no Catar?’. Eu falei: ‘Não quero ir, acabei de renovar aqui. Eu não vou’. Ele disse: ‘Fala um valor, uma coisa absurda só para ele desistir, qualquer coisa’. Falei um valor astronômico. Deu 30 segundos, ele quieto, fechou a cara, pediu a conta, o assessor pagou e mandou irmos no hotel. Aí eu falei: ‘Fazer o que no hotel?’ e ele respondeu: ‘Vamos lá assinar o pré-contrato’. Fiquei imaginando aquele valor na minha conta”, detalhou.
Enquanto jogou no mundo árabe, o ex-atacante ganhou inúmeros presentes. Muito por conta do seu jeito, além, é claro, da sua qualidade. “Isso acontecia muito comigo porque sempre fui um cara da zoeira e brincalhão. Os estrangeiros interagem pouco com os caras que tem muito poder, me parece medo. Eu, brincava muito com eles. Chegava e falava: ‘Vou fazer dois hoje, me dá um carro?’. Zoando, na brincadeira, mas, sempre, elas aconteciam e chegava um carro em casa”.
“Ganhei três carros em um jogo. Teve uma final e o príncipe falou: ‘Cada gol, um carro’. Era uma final importante e eles não tinham conquistado o título. O jogo terminou 3 a 3 e eu fiz os três. Fomos para disputa de pênaltis e eu fiz o gol do título. Ele me deu três carros e eu, óbvio, em tom de brincadeira, falei que eram quatro e ele: ‘Não, pênalti não vale’ (risos). Ganhei, também, muitos relógios. A premiação era absurda. Vivia com a premiação dos jogos, o dinheiro (do salário) não usava”, acrescentou.
Durante uma hora de bate-papo, Emerson Sheik também não deixou de falar de assuntos mais sérios, como os casos de homofobia no futebol, quando questionado sobre o polêmico episódio do ‘selinho’ em seu amigo e sócio Isaac.
“Se você ver os cantos das torcidas, todos eles são preconceituosos. Tudo tem preconceito. Estão tirando um pouco da cultura que tem dentro do estádio e o caminho que o futebol está indo, me parece muito ruim. O torcedor corintiano vai ser punido agora, o torcedor vai cantar de novo. Não vai mudar. Quando ele estiver bravo, ali não é amor, é paixão. O cara vai estar puto pra caramba, vai estar perdendo para o São Paulo, ele vai estar lá fazendo as brincadeiras que já existem há muitos anos. E não são todos que são homofóbicos”, finalizou.
O podcast completo com Emerson Sheik estará disponível no YouTube do SBT Sports e no próprio canal do “Pod Pai Pod Filho” a partir das 19h (de Brasília) desta segunda-feira (17).
|
Ética, nossa única escolha! Confira nossos canais para assuntos éticos em: www.gruposilviosantos.com.br/#
.
As informações contidas nesta mensagem e nos arquivos anexados são para uso restrito, sendo seu sigilo protegido por lei, não havendo ainda garantia legal quanto à integridade de seu conteúdo. Caso não seja o destinatário, por favor desconsidere essa mensagem. O uso indevido dessas informações será tratado conforme as normas da empresa e a legislação em vigor.
The information in this e-mail and in the attached files are confidential and may be legally privileged. There is no legal guarantee as regards the reliability of said information. If you are not the intended recipient please disregard the content thereof. The unduly use of this information is subject to the rules of the company and the legislation in force.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Assim que possível retornaremos sua mensagem
Atenciosamente
Equipe Blog Leite Quentee news