No mundo todo, a poluição atmosférica já é responsável por 7 milhões de mortes anuais prematuras, sendo mais de 300 mil na região das Américas, segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Enquanto isso, no Brasil, pouco se sabe sobre a qualidade do ar. Apenas 7 dos 27 estados brasileiros realizam medições, de acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade (ISS) com dados do Ministério Público Federal (MPF). Além disso, apenas seis estados e o Distrito Federal atendem às exigências do Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar (Pronar), que definiu há 30 anos os poluentes atmosféricos que devem – ou deveriam – ser monitorados.
Ou seja, o monitoramento no Brasil ainda é precário, conforme informa o pesquisador do instituto Lactec, Luiz Eduardo da Silva dos Santos. “O número de estações de monitoramento é muito pequeno no país. O resultado é que não dispomos de informações representativas para que o setor público possa criar políticas visando a melhora da qualidade do ar”.
Sensores de baixo custo podem ser a solução
Melhorar a qualidade do ar é uma das ações recomendadas pela ONU como parte dos direitos humanos. No entanto, para que seja possível fazer um mapeamento adequado, é necessária uma rede de monitoramento mais densa que complemente as estações de referência, que atualmente é esparsa ou mesmo inexistente.
A falta de uma rede de monitoramento adequada se dá, principalmente, pela carência de recursos para investir e manter estações de referência, sendo este um dos principais entraves nas cidades. “Uma das possíveis soluções é usar redes fixas ou móveis de monitoramento da qualidade do ar através de sensores de baixo custo”, afirma Santos. O especialista enfatiza que muitos estudos corroboram com a ideia de que esse tipo de sensor tem enorme potencial para novas estratégias no controle de qualidade do ar, se apoiados por pós-processamento adequado e modelagem de dados que garanta a confiabilidade das informações.
Esse modelo, acredita o especialista, poderia aumentar a coleta de informações sobre a qualidade do ar em tempo real. “Isso permitiria, por exemplo, investigações espaciais e temporais mais detalhadas sobre as condições da atmosfera que nos rodeia”, explica. Esses dados, além de permitir o acesso das pessoas às informações, ainda podem complementar as redes existentes e apoiar na tomada de decisões para melhorar a qualidade de vida da população.
Monitorar é medida de controle
Monitorar os poluentes é uma forma eficaz de mensurar as concentrações dos poluentes atmosféricos e gerar dados sobre as condições da qualidade do ar. Medidas como esta permitem que sejam realizadas ações para mitigar as emissões e reduzir efeitos negativos à saúde e ao meio ambiente.
Os impactos da poluição do ar na saúde são tão graves quanto aqueles associados a problemas como tabagismo e dietas não-saudáveis, de acordo com a OMS. A questão é tão grave que está no topo da lista de prioridades de saúde que mais demandarão atenção pública nos próximos cinco anos.
Ainda, segundo a OMS, mais de 50% da população urbana foi exposta a poluição do ar pelo menos 2,5 vezes acima dos níveis considerados seguros. “Portanto, políticas que tornem as cidades inteligentes, resilientes e verdes, podem fornecer melhor qualidade do ar, ao mesmo tempo em que transformam a paisagem urbana”, observa o especialista do Lactec, João Paulo Jankowski.
Por outro lado, há ainda poluentes como o dióxido de carbono (CO2) e o metano (CH4) que contribuem com o aquecimento global, lembra Jankowski. “Assim, ações para melhorar o monitoramento da qualidade do ar, também abordarão a emergência climática. Por fim, vale lembrar que todos temos direito a um meio ambiente saudável, o que implica dizer que ar puro é um direito humano”, ressalta.
Sobre o Lactec
O Lactec é um dos maiores centros de pesquisa, tecnologia e inovação do Brasil. Atua fortemente nos mercados de Energia, Meio Ambiente, Indústria, Mobilidade Elétrica e Conectividade em todo o ciclo de inovação; desde P&D, ensaios e análises até a execução de processos complexos para o setor de infraestrutura. Há mais de 60 anos, suas soluções e serviços atendem às demandas atuais dos diversos setores produtivos da economia brasileira, como empresas, indústrias e concessionárias de energia. Saiba mais em: lactec.com.br
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Equipe Blog Leite Quentee news