A arte sempre esteve no sangue de Bárbara Sut. Sucesso absoluto como Sônia, a sofrida e densa personagem de “Amor Perfeito”, folhetim das 18h da TV Globo, a atriz brilha também como Márcia na sitcom “A Sogra Que Te Pariu”, na Netflix e como Sara X, no longa-metragem de suspense “Medusa”, exibido em festivais renomados como a Quinzaine des Realisateurs, em Cannes e que agora está disponível em streaming. Na arte há 17 anos, Sut cresceu em meio a palcos e coxias, esboçando também seus primeiros versos e notas musicais ainda na infância. Interpretando papéis trágicos no teatro, como Julieta em “Romeu e Julieta - ao som de Marisa Monte”, a dramaticidade é uma marca importante do trabalho de Sut, e Sônia traz essa face agora para o audiovisual.
“A intensidade é o que me move como artista. Meus principais papéis desde criança foram assim. Então Sônia, desde o meu primeiro contato com a personagem, me pareceu um desafio muito instigante, por ter tantas camadas e por mostrar essa densidade em um registro audiovisual, que exige nuances diferentes das do palco.”
Em busca de um amor perfeito
Sônia transborda amor, dor e paixão em sua busca por afeto enquanto guarda segredos sobre seu duro passado. “Por um lado, uma mulher atormentada por fantasmas e pela dúvida em revelar ou não a verdade sobre sua história para Marê (Camila Queiroz); por outro, uma jovem solar que se lança na tentativa de criar algum futuro com Júlio (Daniel Rangel) e finalmente ser amada”, conta Bárbara.
O período de preparação da novela foi importante para atingir essa profundidade e nuances da personagem. “Assim como ela, tento estar alinhada com o meu desejo. Não tive o passado da Sônia, não sou mãe, não perdi um filho. Mas tenho outras perdas, outras desilusões que me fazem me conectar com os sentimentos da personagem nessa tentativa. Tem sido interessante ser atravessada pelo turbilhão que ela vive. E para isso, o trabalho com a Ana Kfouri, preparadora de elenco da novela, foi especial, um grande encontro”.
Desde os testes, “Amor Perfeito” foi uma grata surpresa. Admiradora do trabalho de Duca Rachid, a atriz se interessou pela possibilidade de participar de uma novela da autora, especialmente quando soube que o projeto teria direção artística de André Câmara, diretor com quem já havia trabalhado em 2014 no musical “Rebouças - O engenheiro negro da liberdade”.
Ainda sobre os encontros e reencontros que teve no projeto, Sut destaca o entrosamento do elenco, que segundo a atriz, convive em um clima festivo e amigável. Entre os colegas, ressalta a troca que tem com Isabel Fillardis e Alan Rocha, dos quais já era fã, Daniel Rangel, com quem trabalhou na novela “Salve-se Quem Puder” e João Fernandes. “Foi desses encontros que se abriu um caminho possível para que eu encontrasse a minha Sônia”.
Protagonista
Tendo protagonizado diversas peças musicais, Bárbara Sut tem uma carreira consolidada no meio: “foi um caminho natural como atriz, já que eu sempre gostei de cantar e dançar". A artista deu vida à Ombela no infantil "Ombela - A Origem das Chuvas" e viajou pelo país com os premiados “Romeu e Julieta - ao som de Marisa Monte”, em que interpretava Julieta; e Vozes Negras - A Força do Canto Feminino, em que viveu Carmem Costa, Alaíde Costa e Ludmilla.
Além de fazer turnê pelo país, “Romeu e Julieta” foi a primeira peça musical a ser transmitida ao vivo em dezenas de cinemas em todo o país e depois foi adaptada como um longa-metragem que ficou em cartaz em diversos estados.
“Vozes Negras” também foi inovadora, sendo a primeira série musical teatral no mundo. A cada fim de semana da temporada, era apresentado um capítulo da história com espaço para debates com o público. Sobre esses trabalhos, a atriz comenta: "Gosto de me envolver em projetos que me surpreendem e me desafiam a sair da zona de conforto. E a possibilidade de me apresentar para um teatro de 2000 lugares lotado é algo único, muito potente.”
Uma artista calorosa
Carioca e apaixonada por viajar e conhecer outras culturas, Bárbara destaca-se como compositora e intérprete de canções que apresentam uma brasilidade fortemente atravessada por referências à gêneros internacionais, como o candombe e a chanson française. Seu primeiro álbum, Calor, foi lançado em 2022 e está disponível em todas as plataformas digitais de música. Sobre esse trabalho, a artista destaca:
“O álbum costura gêneros com uma sonoridade acústica, intimista e intensa, que lembra alguns álbuns do Chico Buarque, da Mayra Andrade, e de outros artistas que são referências pra mim. O lançamento desse álbum de forma independente é uma das minhas grandes realizações profissionais e um dos meus maiores empreendimentos artísticos, já que eu compus as músicas, produzi o álbum e estive envolvida com outros profissionais em praticamente todos os processos para que esse projeto se realizasse", conta a cantora, que pretende futuramente fazer show do repertório do disco.
A obra é composta por 10 canções autorais, duas delas feitas em parceria com amigos:. “sinto que esse álbum me apresenta como artista justamente porque as letras trazem à superfície minha forma de ver o mundo em diferentes momentos da vida e me permite tratar, elaborar e registrar de forma poética algumas dores e emoções que eu não conseguia expressar apenas em palavras, que precisavam também de uma melodia e que, agora, estão compiladas neste trabalho”.
Fazendo História
O sucesso de Sônia não é o primeiro capítulo na história de Bárbara com a Globo, que começou com uma série de participações pontuais em novelas e seriados da emissora, como “Adnight”, “Rockstory”, “Malhação”, “Bonsucesso” e “Shippados”.
A atriz deu vida também à ginasta Dionice em sua primeira novela completa, “Salve-se Quem Puder”, folhetim das 19h exibido em 2020. A novela saiu do ar e teve suas gravações interrompidas por causa da pandemia de COVID-19 e depois foi retomada com uma série de protocolos de segurança. "Foi uma experiência peculiar, envolvendo uma série de sentimentos e apreensões. Trabalhar nesse contexto foi uma honra. É algo que vai ficar marcado para sempre, em mim e na história”, relembra.
Além da novela, Sut também gravou a primeira temporada da sitcom “A Sogra Que te Pariu” nesse contexto e conta que foi especialmente desafiador e importante fazer comédia em um momento tão desolador: “todos vínhamos de um período muito duro e o contato ainda era muito mediado por equipamentos de proteção, precisávamos ficar isolados grande parte do tempo, enfim, protocolos para garantir a saúde de todos, mas que não criavam um clima especialmente propenso ao riso”.
De volta ao ar na TV aberta, participa de outro marco mais feliz em que, pela primeira vez na história, as três principais novelas da Globo apresentam protagonistas pretos: “Fico muito orgulhosa do caminho que venho trilhando e de alguns passos importantes que percebo que foram dados no meio artístico em relação à questão racial. É revolucionário que a gente ocupe espaços, para que seja cada vez mais normal ver negros protagonistas; com personagens complexos, afetivos e humanizados. E que isso se reflita para fora dos palcos, extrapole as telas. Eu faço parte dessa mudança. E isso, sendo uma artista preta, me deixa enormemente realizada. É algo do meu trabalho que fica”.
Bárbara Sut nas redes
https://www.instagram.com/babisut
tiktok.com/babisut
www.youtube.com/barbarasut
twitter.com/barbara_
sut onerpm.link/calor_barbarasut
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Assim que possível retornaremos sua mensagem
Atenciosamente
Equipe Blog Leite Quentee news