Com apartamentos cada vez mais compactos, empresas se movimentam para suprir as novas necessidades dos moradores
Ambientes considerados não essenciais acabam sendo deixados de lado e condomínios passam a ser uma espécie de centro de convivência com ambientes de uso comum
Estudos indicam que a cidade de São Paulo está em um período de mudança nos padrões de moradia, aumentando consideravelmente a quantidade de apartamentos cada vez mais compactos. Uma pesquisa realizada pela Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) identificou que a metragem média das unidades de até um dormitório caiu 40% em uma década, passando de 46,1 m² para 27,5 m², em 2021. Já os apartamentos de dois dormitórios reduziram mais de 13 m², indo de 57,5 m² para 42,3 m².
Diante dessa nova realidade, os moradores nem sempre conseguem se adaptar com facilidade. Um único espaço acaba tendo mais de uma utilidade e os ambientes considerados não essenciais, como lavanderia ou lazer, acabam sendo deixados de fora dos apartamentos. Para suprir as necessidades, empresas estão começando a levar ambientações até então individuais para as áreas comuns dos complexos residenciais. A Take, uma startup de Ribeirão Preto no interior de São Paulo, é um desses modelos de negócio que estão fazendo parte do movimento no qual condomínios estão se transformando em centros de convivência.
“Temos o propósito de proporcionar ao consumidor o máximo de facilidades e o mínimo de esforço possível em seu cotidiano. Apostamos no conceito de hiper conveniência para contribuir com os momentos de lazer dos moradores”, afirma Gustavo Almeida, CEO da Take. A empresa disponibiliza em áreas comuns a todos os moradores uma smart vending coolers, uma geladeira inteligente que oferece uma gama de bebidas alcoólicas e não alcoólicas 24 horas nos sete dias da semana e sem a necessidade de um vendedor para a intermediação da compra.
“Investimos em uma tecnologia própria que a partir da inteligência artificial faz o reconhecimento do produto retirado pelo morador. Ou seja, para adquirir um dos itens das geladeiras, basta realizar o cadastro no aplicativo da marca e aproveitar o momento, pois o pagamento será efetuado de forma automática via app”, explica Almeida.
Outra startup que acredita na importância de levar comodidade ao dia a dia do consumidor é a Minha Quitandinha, rede de minimercados autônomos. “Por meio do conceito de honest market, atuamos no varejo de proximidade, que também é conhecido como varejo de vizinhança, já que a proposta é oferecer ao consumidor um ambiente de conveniência a uma curta distância, que pode ser percorrida a pé ou em um rápido trajeto de carro”, revela Douglas Pena, CRO da Minha Quitandinha.
No caso da franquia, as lojas não exigem muito espaço, adaptando-se a locais acima de 2 m² e podendo ser instaladas tanto no hall de entrada, como em uma recepção ou corredor, ou até mesmo em uma vaga de garagem. A marca, que oferece um mix com até 700 produtos de forma personalizada, que vai desde congelados a itens de limpeza e higiene pessoal, também opera por 24 horas nos sete dias da semana em um sistema de self-checkout.
Já a Lavô, maior rede de lavanderias self-service do país, apostou em um formato de operação específico para condomínios, já que com o espaço cada vez mais restrito, as administrações resolveram apostar nas lavanderias coletivas como uma opção para os moradores. O CEO da rede, Angelo Max Donaton, explica que a mudança também parte do fato que, cada vez mais, as pessoas estão optando por simplificar o dia a dia. O espaço de lavar roupas é administrado pelo próprio condomínio, que fica responsável pela manutenção e atendimento. “A lavanderia fica restrita ao uso dos moradores, o que evita filas e tem um preço mais acessível, com valor médio de R$ 12 para lavar ou secar até 10 kg de roupa”, comenta Donaton. As máquinas são profissionais e, além de agilidade, representam economia nas contas do condomínio. Os equipamentos consomem apenas dois watts por ciclo, contra nove watts da máquina doméstica
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