Diretor do premiado curta-metragem “O Delírio é a Redenção dos Aflitos” (2016), Fellipe Fernandes estreia na direção de longas com RIO DOCE, que foi o grande destaque do Olhar de Cinema: Festival Internacional de Curitiba, vencendo o Prêmio Olhar e também o de Melhor Longa Brasileiro das Mostras Competitiva, Outros Olhares e Novos Olhares, além de Melhor Filme da Mostra Novos Rumos no Festival do Rio de 2021 e o Prêmio Fipresci de Melhor Filme do 34th Cinélatino Rencontres de Toulouse. O filme estreia em circuito nacional em 20 de abril. A produção é da Ponte Produtoras e a distribuição, da Vitrine Filmes, por meio do projeto Sessão Vitrine, contemplado pelo PROAC 34/2022, programa de fomento do Governo do Estado de São Paulo e Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. A estreia no longa, para o diretor, foi um desafio, mas sua experiência como assistente de direção (“Sol Alegria”, “Aquarius” e “Bacurau”) o ajudou na empreitada. “Ainda que esse trabalho exija habilidades e saberes específicos, diferentes do de diretor, a possibilidade de poder acompanhar de perto o processo criativo desses realizadores me ajudou a entender as possibilidades de caminhos a serem percorridos. Então tudo que eu faço carrega um pouco deles e de todas as outras pessoas que cruzaram meu caminho ao longo desses anos e com as quais eu pude trocar e aprender.” O personagem principal é Tiago, interpretado pelo rapper Okado do Canal, que mora em Rio Doce, periferia de Olinda, e leva uma vida dura. Pai de uma menina pequena, ele descobre a identidade de seu próprio pai, ausente em toda sua vida, quando é procurado por uma de suas meias-irmãs que também lhe conta que o homem morreu. A partir dessa descoberta, a vida desse rapaz se transforma e ele passa a questionar sua própria identidade. Fernandes também assina o roteiro e explica que em RIO DOCE “acompanhamos a jornada emocional de um homem negro periférico em crise com o modelo de masculinidade que se vê reproduzindo, sufocado pela solidão, dificuldade de comunicação, pressão social e falta de compreensão dos próprios sentimentos. Tudo isso em meio à sua relação com três gerações de mulheres e diante de um conflito de classes”. Além disso, Fernandes define o filme como uma construção coletiva, na qual a participação de todos foi fundamental. “A versão final do roteiro, aquela que foi filmada, foi construída a partir dos ensaios e das dinâmicas de criação que criamos com os atores/atrizes e preparadores de elenco. Nesse sentido, Fábio Leal e Carolina Bianchi exerceram papéis fundamentais no sentido de facilitar a comunhão desse processo criativo.” Por fim, destaca o trabalho com o diretor de fotografia Pedro Sotero e a direção de arte de Thales Junqueira. “Pensamos muito sobre qual imagem gostaríamos que o filme tivesse e entendemos que a textura era algo essencial nessa construção. Então nosso trabalho de arte e fotografia foi no sentido de construir essa textura específica que reforçasse a existência do meio.” RIO DOCE será lançado no Brasil pela Vitrine Filmes, por meio do projeto Sessão Vitrine. Sinopse Tiago é um jovem trabalhador que descobre a identidade do pai ausente, quando conhece as suas meias-irmãs, fato que o leva a questionar a sua própria identidade às vésperas de completar 28 anos. Morando em Rio Doce, na periferia de Olinda, região metropolitana do Recife, ele luta para encontrar seu lugar no mundo. Nesse processo, ele fortalece laços afetivos, transformando assim sua forma de ser e de ver o mundo. Ficha Técnica Direção: Fellipe Fernandes Roteiro: Fellipe Fernandes Produção: Dora Amorim, Julia Machado, Thaís Vidal Empresa Produtora: Ponte Produtoras Produção Executiva: Dora Amorim, Julia Machado, Thaís Vidal Direção de Produção: Luiza Ramos Primeiro assistente de direção: Milena Times Direção de Fotografia: Pedro Sotero Montagem: Quentin Delaroche Direção de Arte: Thales Junqueira Figurino: Rita Azevedo Maquiagem: Ebony Som Direto: Lucas Caminha Desenho de Som: Nicolau Domingues Elenco: Okado do Canal, Cíntia Lima, Cláudia Santos, Carlos Francisco, Nash Laila, Thassia Cavalcanti, Amanda Gabriel País: Brasil Ano: 2021 Duração: 90 minutos Sobre Fellipe Fernandes Fellipe Fernandes é um realizador e jornalista nascido em Recife no ano de 1988. Nos últimos 12 anos, trabalhou como assistente de direção em obras audiovisuais como “Bacurau” (2019), dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dorneles, “Piedade” (2019), de Cláudio Assis, “Sol Alegria” (2018), de Tavinho Teixeira, “Reforma” (2018), de Fábio Leal, “Mistéria – Episódio Piloto” (2017), de Daniel Bandeira, “Aquarius” (2016), também de Kleber Mendonça Filho, e “Represa” (2016), de Milena Times. Seu primeiro curta-metragem como diretor e roteirista, “O Delírio é a Redenção dos Aflitos”, estrou na Semana da Crítica do Festival de Cannes de 2016. Foi exibido em mais de 30 festivais nacionais e internacionais, recebendo 15 prêmios, entre os quais o de Melhor Roteiro, Melhor Direção e Melhor Direção de Arte do Festival de Brasília de 2016, além do prêmio principal do Goiana Mostra Curtas. Em 2019, seu segundo curta-metragem, “Tempestade”, estreou na Mostra de Cinema de Tiradentes e tem feito carreira nos festivais nacionais desde então. Naquele mesmo ano, Fellipe filmou seu primeiro longa-metragem como diretor e roteirista, RIO DOCE, que chega aos cinemas em abril de 2023. RIO DOCE foi exibido em abril de 2021 no Cine en Construcción do Cinélatino - Toulouse para projetos em working in progress ao lado de mais cinco filmes da América Latina. Sobre a Ponte Produtoras A Ponte Produtoras foi criada por Dora Amorim, Julia Machado e Thaís Vidal no Recife, em 2015, para produzir o trabalho de jovens realizadores. Seus filmes já foram exibidos em importantes festivais brasileiros e internacionais (como Brasília FF, Rio IFF, Semana da Crítica de Cannes, Chicago IFF, IndieLisboa, Rotterdam IFF e Locarno FF). Sobre a Vitrine Filmes A Vitrine Filmes, desde 2010, já distribuiu mais de 200 filmes e alcançou milhares de espectadores apenas nos cinemas do Brasil. Entre seus maiores sucessos estão "Bacurau", de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, Prêmio do Júri no Festival de Cannes 2019; "O Processo", de Maria Augusta Ramos, que entrou para a lista dos 10 documentários mais vistos da história do cinema nacional; e "Druk - Mais Uma Rodada", de Thomas Vinterberg, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2021. Em 2020, a Vitrine Filmes iniciou um novo ciclo de expansão e renovação. Entre as iniciativas, o lançamento da Vitrine España, que produz e distribui longas-metragens na Europa; o Vitrine Lab, curso online sobre distribuição cinematográfica, vencedor do prêmio de distribuição inovadora do Gotebörg Film Fund 2021; a Vitrine Produções, para o desenvolvimento e produção de títulos brasileiros; e, em 2022, a criação do selo Manequim, focado na distribuição de filmes com apelo a um público mais amplo. Na produção, o primeiro lançamento, "Amigo Secreto" (DocLisboa 2022), de Maria Augusta Ramos, que teve mais de 15 mil espectadores no Brasil; o romance adolescente "Jogada Ensaiada", de Mayara Aguiar, em desenvolvimento; "O Nosso Pai", curta de Anna Muylaert exibido no Festival de Brasília; e "Caigan Las Rosas Blancas" (White Roses, Fall!), de Albertina Carri, a continuação de "Las Hijas del Fuego", distribuído pela Vitrine Filmes em 2019. Em 2023, a Vitrine Filmes apresenta ainda mais novidades para a produção e distribuição audiovisual. Entre as estreias, estão confirmados para os próximos meses a animação “Perlimps”, de Alê Abreu; "Bem-vinda, Violeta!", de Fernando Fraiha; e o vencedor do Festival de Gramado "Noites Alienígenas", de Sérgio de Carvalho. Já a Sessão Vitrine, projeto inovador de formação de público e distribuição coletiva de produções e coproduções brasileiras em salas de cinema comerciais, terá, em 2023, o patrocínio do PROAC. O filme "Mato Seco em Chamas", de Adirley Queirós e Joana Pimenta, exibido no Festival de Berlim e premiado no Festival do Rio e no Festival de Brasília, abriu esta edição, que teve também "Medusa", de Anita Rocha da Silveira, exibido na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes e premiado no Festival do Rio; e RIO DOCE, de Fellipe Fernandes. |
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