Foto: Ônibus atingido pela explosão. De acordo com a polícia de Israel, os explosivos foram embalados com pregos para atingir o maior número de pessoas. (Reprodução/Conta oficial do Twitter do Estado de Israel)
Um adolescente de 16 anos morreu e outras 22 pessoas ficaram feridas após ataque terrorista realizado em Jerusalém nesta manhã de quarta (23), de acordo com policiais e médicos israelenses. A polícia suspeita que uma célula de alguma organização terrorista esteja por trás do ataque, aumentou o nível de alerta de segurança e os agentes estão vasculhando a cidade em busca de outros possíveis dispositivos. Nenhum grupo reivindicou o atentado por enquanto, mas o Hamas elogiou a tragédia.
Ocorreram duas explosões em dois pontos de ônibus diferentes perto de entradas para Jerusalém: a primeira aconteceu perto da entrada principal em Givat Shaul, pouco depois das 7h da manhã, horário de pico, resultando em dezoito pessoas feridas, incluindo duas em estado crítico e duas em estado grave, sendo que um estudante não resistiu aos ferimentos e faleceu no hospital. Uma segunda explosão ocorreu pouco depois das 7h30, no entroncamento de Ramot, a três quilômetros de distância da primeira, fazendo com que cinco pessoas levemente feridas por estilhaços ou que sofreram com ataques de ansiedade também precisassem de atendimento médico. Esse foi o primeiro ataque a bomba contra civis israelenses em mais de seis anos.
A polícia de Israel suspeita que as explosões foram causadas por dispositivos explosivos quase idênticos, detonados remotamente, escondidos em arbustos atrás dos pontos de ônibus. Os dispositivos foram embalados com pregos para maximizar os danos e atingir mais pessoas com a explosão, de acordo com os policiais.
O grupo terrorista Hamas se pronunciou a favor da tragédia. Em comunicado, o porta-voz da organização Mohammad Hamada disse que “a ação transmitiu a mensagem à ocupação, dizendo que nosso povo permanecerá firme em suas terras e se agarrará ao caminho da resistência”, ameaçando que “os próximos dias serão intensos e mais difíceis para o inimigo” e que “chegou a hora de criar células espalhadas por toda a Palestina e prontas para o confronto”.
As explosões ocorrem em meio a um contexto de aumento das tensões que se estende na região desde o começo deste ano, após uma série de ataques palestinos que deixaram 29 mortos em Israel e na Cisjordânia. Nos últimos meses, também houve vários ataques por esfaqueamentos em Jerusalém, principalmente na Cidade Velha. No mês passado, um atirador palestino matou um soldado israelense em um posto de controle perto de Jerusalém.
André Lajst, cientista político e presidente executivo da StandWithUs Brasil, lamenta os ataques, já que “com esses atentados, os terroristas atingem pessoas inocentes, tanto árabes quanto judeus, indiscriminadamente, e disseminam o ódio e a violência em nome da sua causa”. Para o especialista, a educação é o principal caminho para interromper o ciclo de violência e ódio na região e promover a paz, uma vez que “as crianças palestinas são ensinadas sistematicamente a odiarem judeus e israelenses, situação já denunciada algumas vezes pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA). Se o antissemitismo e a glorificação do terrorismo continuarem a ser ensinados assim, de forma sistemática, é muito difícil imaginarmos uma paz duradoura na região, em curto e longo prazo”.
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