Lorca era gay na Espanha conservadora dos anos 1930. Mesmo assim manteve relacionamentos que se tornaram famosos, inclusive com o pintor Salvador Dalí (uma amizade íntima que Dalí mais tarde diria que não era apenas amizade mas uma "paixão erótica muito forte" — apesar de nunca correspondida).
Em 1932 Lorca conhece Rafael Rodríguez Rapún e eles mantêm uma relação amorosa por quase quatro anos, com altos e baixos e sempre fingindo que eram apenas amigos para a sociedade.
A Isto Edições, editora independente gaúcha, no mês do orgulho LGBT+ está lançando os poemas que García Lorca escreveu inspirado no amor por seu companheiro, sonetos belíssimos, louvados por nomes como Pablo Neruda, que ficaram inéditos por 50 anos, escondidos pela família que não aceitava a homossexualidade do poeta.
Lorca foi assassinado por grupos fascistas no início da Guerra Civil Espanhola (por falsas acusações políticas e por ser gay, de acordo com seu biógrafo mais famoso) e Rafael, atormentado pela perda, alista-se para lutar do lado republicano e morre exatamente um ano após seu amado.
A nova edição
Esta edição vem com uma nova tradução dos onze poemas, publicados de forma bilíngue, e ainda um artigo da professora especialista em literatura hispânica da Universidade de Yale (EUA), Noël Valis, em que ela estuda a maneira como Lorca ultrapassou a tragédia, a guerra, a homofobia e as tentativas de apagamento para se tornar um "ícone gay". Além disso, o professor Hugo J. C. Retamar, doutor em Letras pela UFRGS, escreve um prefácio sobre o poeta. O texto de apresentação do livro vem com a história dos poemas e dos último amores de García Lorca.
Sonetos do amor obscuro
Federico García Lorca
Tradução de Ederson Nunes
14x19cm — 80 páginas
ISBN 9786599596698
Em campanha de pré-venda:
https://www.catarse.me/sonetos_lorca
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