Uma canção feita à beira mar para iluminar a vida.
Djavan e Família
Djavan reúne pela primeira vez seus filhos e netos para uma gravação em família na canção “Iluminado”, cujo videoclipe, o terceiro do novo álbum “D”, já está disponível nas plataformas digitais
Seus versos, tão potentesem sua simplicidade e cristalinos como se também estivessem iluminados pelo sol, já dizem tudo que precisa ser dito, contam mesmo a história da cançã
“Tudo é possível
Como um dia de sol
É jogar o anzol
Esperar
Pra ver o que vem”
O videoclipe de “Iluminado” – o terceiro de “D”, o 25º álbum autoral de Djavan, nasceu exatamente assim como diz a letra da canção: num dia de sol, diante do mar, os anzóis despretensiosamente jogados em forma de instrumentos musicais nas mãos do pai e da sua filha Sofia. E o que veio, das mãos dela, foi uma irresistível levada de ukulele que, aliada ao ambiente praiano, solar e familiar, foi o ponto de partida da canção.
Foi em janeiro deste ano, auge do verão azul nordestino, Djavan estava com alguns de seus filhos para a virada de ano na casa de praia da família, em sua Alagoas natal. As outras onze músicas de “D” – disponível desde 11 de agosto nos aplicativos de streaming – já estavam prontas e gravadas e ele aproveitava os dias de paz em Alagoas para escrever as letras. Como sempre que a família se reúne, todos de alguma forma se relacionando com música, começou-se a se tocar e cantar. Até que, como se fosse a brisa vinda do mar, a partir da batida do ukulele veio a ideia da melodia e da letra. E Djavan compôs, ali mesmo naqueles dias, “Iluminado”.
A nova canção, feita assim em família e seguindo a batida folk sugerida pela filha, inspirou em Djavan uma letra que falasse de esperança, de fazer o bem, da vontade de cantar, do espírito que se tem com filhos e netos em torno, de iluminar a vida através da música. Djavan acha que é a canção mais pop de “D” – álbum em si já bastante pop, lembrem do primeiro single, “Num mundo de paz”. E que lhe proporcionou um velho sonho (e que era o sonho de todos): gravar com os filhos e netos, dos mais velhos e já músicos profissionais Flavia Virginia, Max e João Viana, aos filhos mais novos Sofia e Inácio (“que toca um violão igual a mim”, surpreende-se o pai) e os netos Thomas Boljover e Lui Viana.
A gravação começa pela voz de Flavia, a filha mais velha, cantora e compositora que gravou pela primeira vez com o pai também muito novinha em “Curumim”, do álbum “Djavan” (1989). E estão lá o ukulele de Sofia Viana que deu origem a tudo, a percussão de João (o filho baterista) e os violões de Max (que também estreou ao lado do pai, no álbum “Novena”, de 94) e Inácio costurando-se com o do próprio Djavan. Todos os oito cantam na faixa, inclusive os desenhos complexos do arranjo vocal criado por Djavan. Como se, também nos versos autoexplicativos da canção, o compositor e sua prole dessem, cantando, a receita de como tudo pode ficar iluminado como o dia de sol que inspirou a canção:
“Vem cantar
Pra tudo aqui ficar
Iluminado”
Dirigido por Giovanni Bianco, também diretor de arte do álbum “D”, o clipe, que já pode ser visto na página de youtube de Djavan, traz o cantor e seus filhos e netos para o palco de um teatro – no caso, o lindo teatro do Copacabana Palace, recém reformado e reinaugurado. Com suas vozes e instrumentos, agora no palco iluminado, a família Viana insiste nos versos da canção e em seu recado, de que o palco e a canção podem fazer tudo possível, “como um dia de sol”:
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