Judeus em dormitório em campo de concentração polonês, 1943.
27 de janeiro, é celebrado o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto. A data foi estabelecida pela Assembleia das Nações Unidas e marca a liberação de Auschwitz-Birkenau, complexo de campos de concentração e extermínio, pelas tropas soviéticas em 1945. Setenta e sete anos após esse acontecimento, os sobreviventes do Holocausto ainda são numerosos em todo mundo, mas principalmente em Israel, que é o lar de 165.800 deles, de acordo com dados divulgados na quarta-feira pelo Ministério da Igualdade Social e Pensionistas israelense.
As agências estatais israelenses definem como sobrevivente qualquer pessoa “exposta” ao regime nazista, incluindo aqueles que viveram em países conquistados pela Alemanha nazista ou estavam sob influência do regime no período de 1933 a 1945, assim como refugiados que fugiram dessas áreas nessa época.
Dados do governo israelense indicam que os sobreviventes de hoje têm mais de 75 anos e cerca de 19% deles têm mais de 90 anos. Mais de 950 sobreviventes do Holocausto que viviam em Israel no final de 2021 tinham 100 anos ou mais. A grande maioria dessa população são mulheres, que representam 60% dos sobreviventes. Cerca de 40% migraram para Israel em 1951, e mais de um terço deles veio da antiga União Soviética na última onda de imigração ocorrida na década de 1990.
Com os sobreviventes envelhecendo, a preocupação com a continuidade das memórias do Holocausto também se tornou prioridade para o governo de Israel. O Ministério também informou que, só em 2021, o estado transferiu cerca de NIS 4,1 bilhões (cerca de 7 bilhões de reais) em benefícios e subsídios diretos aos sobreviventes, além de oferecer benefícios mensais a cerca de 50.800 sobreviventes, que variam de NIS 2.554 (quase 4.400 reais) a NIS 6.412 (quase 11 mil reais).
“A idade média dos sobreviventes do Holocausto é de 85 anos. Esses são os últimos anos que temos para servi-los, permitir que envelheçam com dignidade e também documentar suas histórias o máximo possível. Porque muito em breve, não haverá mais ninguém para contar essas histórias”, disse o ministro da Igualdade Social, Meirav Cohen. Ele disse também que medidas estão sendo tomadas com urgência, de forma a “reduzir e erradicar o fenômeno da pobreza entre os sobreviventes do Holocausto”.
André Lajst, cientista político e diretor executivo da StandWithUs Brasil, concorda com o ministro Cohen e defende que é muito importante celebrar essa data para que ela seja lembrada. “Lembrar do Holocausto é extremamente necessário para que não deixemos que algo semelhante se repita, e para que possamos identificar e reagir prontamente a qualquer sinal de antissemitismo. É por isso também que o papel de instituições como a StandWithUs, que promove a educação sobre Israel em escolas e faculdades públicas e particulares de todo o Brasil, é essencial para manter a memória viva”, explica o especialista.
No banco de dados da Unibes, entidade que oferece assistência aos sobreviventes do Holocausto no Brasil, há cerca de 300 brasileiros, entre beneficiados e candidatos à assistência.
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