terça-feira, 7 de dezembro de 2021

News da Hora


 Cia do Sopro faz mostra de repertório online de 9 a 20 de dezembro de 2021 


Os espetáculos “A Hora e Vez”, de “A hora e Vez de Augusto Matraga”, de João Guimarães Rosa, com direção de Antonio Januzelli, “Como Todos os Atos Humanos”, com direção de Rui Ricardo Diaz e “Medea” (versão do inglês Mike Bartlett para a tragédia de Eurípedes), com direção de Zé Henrique de Paula serão exibidos pela página do Youtube da Companhia

Link para 


Formada por Fani Feldman, Rui Ricardo Diaz, Plínio Meirelles, Osvaldo Gazotti e Antonio Januzelli, a Cia. do Sopro tem como princípio uma dimensão temporal dilatada, onde o tempo processual de cada trabalho pulsa no tempo que dita a própria criação. 


Para os criativos, “realizar essa mostra, principalmente em tempos onde a trajetória artística foi completamente abalada por conta de uma pandemia, onde os artistas da ‘presença’ foram diretamente arrancados do exercício de seu ofício, traz o vislumbre da continuidade do fazer artístico por meio de ação coletiva”. 

Para além das apresentações,  haverá um bate-papo com o público sobre cada um dos espetáculos, sempre no último dia de cada peça.

Os espetáculos serão exibidos nesta ordem: 

  • De 09 a 12 de dezembro “A HORA E VEZ”

  • De 13 a 16 de dezembro “COMO TODOS OS ATOS HUMANOS”

  • De 17 a 20 de dezembro “MEDEA”


Sobre os espetáculos 

A HORA E VEZ

 “A Hora e Vez” conta a história de Augusto Matraga, o Nhô Augusto, “homem duro, doido e sem detença”. Depois de quase ser morto numa emboscada e perder seu poder de coronel, Nhô tenta recomeçar sua vida por meio da reclusão, do trabalho e da penitência.

O espetáculo “A Hora e Vez” foi criado dentro do Laboratório Dramático do Ator, de Antonio Januzelli. O Laboratório Dramático do Ator surge da inquietação de Januzelli diante da figura do homem/ator. A pesquisa tem como eixo central os estudos sobre o intérprete e os caminhos que o levam a um trabalho de interiorização e construção cênica. Durante os estudos não há preocupação com o tempo de processo, mas sim com a busca pela potência cênica de um criador que possa integrar à sua arte a relação direta com o vir e o devir que dá sentido e continuidade à sua própria existência.

O espetáculo estreou em 2014, no SESC Ipiranga, e em 2015 realiza nova temporada no Espaço Parlapatões. Em 2016, fez sua terceira temporada no Teatro do Núcleo Experimental. O espetáculo “A Hora e Vez” integrou a Mostra “Solos e Monólogos no CCBB”. Além de ter circulado por diversas unidades do SESC no interior, passou pelo Itaú Cultural, entre outros. Por esse espetáculo, em 2020, a Cia. foi convidada para integrar o Círculo de Debates “Memória, Acervo e Pesquisa” pelo SESC/CPT, em homenagem a Antunes Filho e a sua versão histórica de A Hora e Vez de Augusto Matraga. Em março de 2020 o espetáculo estreou no Teatro Poeira, no Rio de Janeiro, junto com “Como Todos os Atos Humanos”, e permaneceriam em temporada até final de maio, não fosse a pandemia interromper a ocupação, após duas semanas de sucesso de público e crítica.


Ficha técnica: 

A partir do conto “A Hora e Vez de Augusto Matraga”, de João Guimarães Rosa

Idealização: Rui Ricardo Diaz e Cia. do Sopro

Adaptação e atuação: Rui Ricardo Diaz 

Direção e Figurino: Antonio Januzelli

Direção audiovisual: Léo Bertero

Assistência: Fani Feldman

Iluminação: Osvaldo Gazotti

Pesquisa de Vocábulo Regional: Joaquim Dias da Silva

Estudo de Teatro Físico: Luis Louis 

Produção: QUINCAS

© Agnes Guimarães Rosa do Amaral, Vilma Guimarães Rosa e Nonada Cultural Ltda.


COMO TODOS OS ATOS HUMANOS

“Como Todos os Atos Humanos” aborda a “naturalização da violência” e leva à cena, em uma alusão inversa de Electra, uma narrativa tétrica na qual a filha, obcecada por seu pai é por ele subjugada e, ao contrário do que dita sua paixão e admiração, o extermina furando seus olhos com um estilete. Ao cometer esse “parricídio ocular”, ela termina por incidir simbolicamente no aniquilamento arquetípico do patriarcado e de toda a vigília que a redoma masculina exerce sobre a mulher.

O espetáculo “Como Todos os Atos Humanos” é construído a partir de referências plásticas de artistas como Francis Bacon, Munch, Magritte, entre outros e a partir de referências literárias de autores como Marina Colasanti, Nelson Coelho e Giorgio Manganelli. O diálogo entre esses potentes materiais é gerador de uma dramaturgia que, embebida dos respectivos universos, configura um espetáculo com traços de realismo fantástico. O texto faz uso de toda crueza, beleza e poesia que há em cada um dos autores, de modo que o material levado à cena explora a natureza da condição humana. 

O espetáculo trata de forma “simbólica” do “feminino” refém do patriarcado, da violência explícita ou mesmo velada a qual a mulher vem sendo submetida ao longo da história. A peça estreou em agosto de 2016 no Teatro do Núcleo Experimental, permaneceu em cartaz por três meses em São Paulo. Com esse trabalho em 2018, a Cia. abriu a Mostra Solos Monólogos no CCBB, passou pelo Itaú Cultural na Av. Paulista e no SESC São José dos Campos. Em março de 2020 o espetáculo estreou no Teatro Poeira, no Rio de Janeiro, junto com o “A Hora e Vez”, e permaneceriam em temporada até final de maio, não fosse a atual pandemia interromper a ocupação, após duas semanas de sucesso de público e crítica. 


Ficha técnica
Dramaturgia e atuação: Fani Feldman 

Direção: Rui Ricardo Diaz 

Direção audiovisual: Munir Pedrosa

Assistência de direção: Plínio Meirelles 

Preparação: Antonio Januzelli 

Iluminação: Osvaldo Gazotti

Cenário/ Figurino: Daniel Infantini

Fotos: Agueda Amaral e Yukio Yamashita

Idealização: Cia. do Sopro 

Produção: QUINCAS 


MEDEA

Medea está em depressão, o marido Jasão a deixou por outra mulher, seu filho, Tom, perdeu a fala. O desamparo dá a ela um ar que mistura poder e impotência. Suas atitudes inspiram empatia e repulsa, ambivalência que se reflete na vida real: ela se vinga da nova esposa de Jasão e mata seu próprio filho com uma faca de cozinha. Incapaz de reaver o homem que ama, ela destrói tudo o que é remotamente querido para ele, e faz isso sem se importar, tomada por uma fúria nitidamente alocada neste tempo no qual a violência é vestida por sentidos polivalentes e, no mais das vezes, empenhada com a frieza da apatia. Esta versão surpreendentemente contemporânea explora a fúria privada e subjacente de como no mundo de hoje uma mãe, alimentada pela raiva da infidelidade do marido, pode ser levada a cometer o pior crime possível. 

Esta Medea leva à cena a obra de um dos mais ousados dramaturgos europeus contemporâneos, com sua versão deste clássico grego. Mike Bartlett, ao adaptar este clássico grego, transporta o território e a realidade originais da Grécia antiga a um terreno suburbano localizado em um conjunto habitacional britânico, análogo aos bairros que bordejam as áreas centrais de cidades grandes ao redor do mundo. E o faz não por mera similaridade, nem tampouco para assegurar a fruição do espectador com artifícios referenciais deste tempo, mas para tratar de matérias próprias da contemporaneidade, sem que, por conta disso, perca de vista o alicerce mitológico que respalda sua obra. Não há, portanto, uma simples atualização, Bartlett reloca o mito ao presente e se desvia do tecido dramático original, revelando, desse modo, particularidades imprevistas, rumores inéditos e problemáticas exclusivas do modus operandi deste nosso tempo. 

FICHA TÉCNICA

Texto: Mike Bartlett

Tradução: Diego Teza

Idealização: Fani Feldman e Cia. do Sopro

Direção: Zé Henrique de Paula

Fani Feldman (Medea), Daniel Infantini (Jasão), Juliana Sanches (Pam), Maristela Chelala (Sarah), Plínio Meirelles (Andrew) Bruno Feldman (Nick Carter) e David Uander (TOM) 

Preparação: Inês Aranha

Trilha Original: Fernanda Maia

Assistência de direção: Marcella Piccin 

Iluminação: Fran Barros

Cenário: Bruno Anselmo 

Figurino e visagismo: Daniel Infantini 

Direção audiovisual, montagem e fotografia: Murilo Alvesso| Câmeras - Murilo Alvesso, Jorge Yuri e Ju Lima | Edição e finalização: Jorge Yuri I Assistente de direção: Ju Lima Som Direto - Tomás Franco | Assistênica de câmera e Grafismos - João Marcello Costa | Produção Audiovisual - Assum Filmes

Concepção do projeto: Fani Feldman e Bruno Feldman 

Produção: Quincas e Cia. do Sopro

Direção de Produção: Fani Feldman e Rui Ricardo Diaz

Assistente de Produção: Laura Sciulli


Serviço: MOSTRA CIA. DO SOPRO

De 09 a 20 de dezembro.

De 09 a 12 de dezembro “A HORA E VEZ”

De 13 a 16 de dezembro “COMO TODOS OS ATOS HUMANOS”

De 17 a 20 de dezembro “MEDEA”

Ingressos: Sympla

Transmissão: Canal do Youtube da Cia do Sopro

Grátis

Nenhum comentário: