Filme Os Assassinos de Inês de Castro, dirigido por Munir Pedrosa, tem seu ponto de partida o poema dramático de Rui Xavier
Frame – Will Prado
Com direção de Munir Pedrosa, o filme Os Assassinos de Inês de Castro tem o poema dramático de Rui Xavier como ponto de partida. A estreia acontece dia 23 de dezembro, às 21h pelo canal do Youtube do longa e conta com Flávio Pacato, Marcelo Villas Boas, Marcelo Zorzeto, Maria Clara Manesco, Munir Pedrosa e Rodrigo Caetano no elenco.
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O assassinato de Inês de Castro, político medieval, tem encontrado diversas interpretações na arte desde que aconteceu, sendo a mais famosa delas no Lusíadas, épico fundador do idioma. É com essa versão, a mais canônica do cânone, que o texto de Rui Xavier dialoga. Numa escrita poética, fortemente carregada de drama e reflexão filosófica, o texto dá voz justamente àqueles que, na narrativa camoniana, não a tem, coloca o fantasma de Inês em cena, põe protagonismo na voz dos assassinos, e, através da presença do surreal narrador, procura colocar a voz da própria História em cena, com suas contradições e becos sem saída.
No fundo de toda violência, desde aquela que foi sofrida por Inês até aquela sofrida por seus assassinos, encontramos o mesmo conflito fundamental de todas as sociedades humanas, entre as razões do afeto, do indivíduo, e as razões da política, que com tanta frequência o esmaga.
HISTÓRICO DO FILME
O projeto Os Assassinos de Inês de Castro foi contemplado pelo ProAC Edital inicialmente para ser um espetáculo teatral, mas por conta da pandemia houve a necessidade de ser adaptado para o formato audiovisual.
SINOPSE
A história da ficção é como uma espiral; as novas narrativas que movimentam a espiral em direção ao alto não partem do zero, mas são a reinvenção de velhos motes, antigas histórias sempre recontadas, e que se tornam canônicas por tocar em alguma corda fundamental.
A história real de Inês de Castro, o fato histórico acontecido no improvável ano de 1325, é certamente um daqueles que tocam em várias dessas cordas: um amor proibido do príncipe é percebido como uma ameaça ao Estado, o Rei manda matar a amada, e após a morte desse rei o príncipe (agora ele o rei) manda buscar os assassinos, tortura-os barbaramente, os mata. Renovando a tradição das obras sobre o tema, o espetáculo nos convida para dentro da masmorra, onde vemos pairar o fantasma de Inês de Castro sobre a cena da tortura dos assassinos pelo furioso Pedro e pelo Carrasco, que só cumpre ordens.
A figura surreal de um Menestrel conduz a narrativa, em estado de cumplicidade com a plateia. Todos em cena são assassinos e vítimas: uns dos outros, do Estado, das relações de poder do seu tempo, e exprimem suas razões na loucura da masmorra, onde o único fiel da balança é a consciência do público.
FICHA TÉCNICA
Elenco
Flávio Pacato
Marcelo Villas Boas
Marcelo Zorzeto
Maria Clara Manesco
Munir Pedrosa
Rodrigo Caetano
Direção: Munir Pedrosa
Dramaturgia: Rui Xavier
Assistente de direção: Dani D’Agostino
Fotografia: Will Prado
Luz cênica: Rodrigo Caetano
Cenografia e arte: Marcelo Maffei
Direção de produção: Munir Pedrosa
Produção: Gengibre Multimídia
SERVIÇO
Em cartaz – no Youtube.
Data – 23 a 28 de dezembro de 2021
Primeira exibição – 21h
Segunda exibição – 00h (meia noite)
Duração – 60min
Link de acesso – www.youtube.com/
o filme inicia no horário programado e sai do ar após o término da exibição
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