domingo, 8 de agosto de 2021

Respeito.

 O que podemos aprender com o Dia Internacional dos Povos Indígenas?

Data reforça o respeito à diversidade cultural e defende a importância de combater a discriminação contra indígenas

Comemorado em 9 de agosto, o Dia Internacional dos Povos Indígenas é uma data que busca valorizar as diferentes culturas e etnias que existem ao redor do mundo, refletindo sobre a urgência em combater o preconceito e o racismo contra povos indígenas. Criada em 1995 pela Organização das Nações Unidas (ONU), a data também levanta discussões sobre direitos humanos, diversidade e inclusão.

Para Cristine Takuá, autora do material didático da BEĨ Educação sobre cultura indígena, a data é importante pois traz visibilidade para grupos historicamente marginalizados e excluídos da sociedade. No entanto, a especialista destaca que é necessário ampliar a consciência sobre os povos indígenas para além de um dia específico, dando destaque para o assunto principalmente em escolas e espaços culturais.


Educação contra a violência e o preconceito

Segundo dados de um relatório elaborado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), em 2019 no Brasil registrou-se um aumento de 150% nos casos de violências diversas cometidas contra povos indígenas, entre elas, homicídio, racismo, discriminação étnico-cultural, invasão e exploração de território.

De acordo com Cristine, o primeiro passo para combater a violência e o preconceito contra indígenas é por meio da educação. “Entender o passado de dominação que perpassa a história desses povos é uma forma de refletir criticamente sobre o assunto e gerar mais conscientização sobre a luta e os direitos indígenas”, afirma.

A autora também defende que um dos principais fatores de preconceito e racismo contra indígenas é a ideia equivocada de que eles compartilham uma cultura única. “Os povos indígenas são muito diversos e distintos em termos de língua, espiritualidade e costumes, mas no senso comum têm-se a ideia de que eles são uma coisa só”, explica.

Apesar de existir uma lei determinando o ensino obrigatório de história e cultura indígena nas escolas brasileiras, na prática, o assunto ainda é invisibilizado ou então abordado de forma muito superficial. Para Cristine, isso reforça um entendimento equivocado de que a cultura indígena é algo distante de nós e que deve ser segregado.

“Muitos dos costumes e crenças que temos hoje são herança direta dos povos indígenas, mas isso acaba sendo apagado da história. Para que não haja mais preconceito é preciso ter conhecimento”, finaliza.

Sobre a BEĨ Educação. A BEĨ Educação desenvolve projetos pedagógicos que trabalham a cidadania, a identidade, as potencialidades, os conhecimentos, os valores e os sonhos dos estudantes. Com o propósito de educar para uma cidadania mais engajada e humanizada, ela busca criar um novo tipo de educação, mais relevante e atraente, para esta e as próximas gerações de estudantes e professores. A BEĨ Educação é um desdobramento da BEĨ Editora, que há 30 anos vem construindo um catálogo de livros sobre arte, design, arquitetura, urbanismo, fotografia, economia e gastronomia, bem como organizando exposições e ações culturais relacionadas ao exercício da cidadania e à promoção da cultura brasileira. A empresa conta hoje com três frentes de atuação: introdução à educação financeira; vida urbana e noções de cidadania; arte, história e cultura indígenas.

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