Pesquisa: 46% dos brasileiros já deixam de comer carne por vontade própria; mercado vegano ganha espaço.
Pesquisa divulgada no início deste mês pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria — o antigo Ibope Inteligência aqui no Brasil), que foi encomendada pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) no início deste ano, revela que em todas as regiões do Brasil, independente da faixa etária, 46% dos brasileiros já deixam de comer carne por vontade própria ao menos uma vez na semana. Destes, 32% escolhem a opção vegana quando destacada pelo estabelecimento.
O consumidor brasileiro está se mostrando cada vez mais consciente em busca de opções saborosas e que façam bem ao planeta, por isso, estabelecimentos também precisam inovar nos cardápios e oferecer mais opções aos clientes. O Açougue Vegano, por exemplo, é a primeira rede de franquias genuinamente brasileira e criada com a proposta de atender o público vegano e pessoas que estão querendo reduzir o consumo de carne.
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Alimentação Consciente Brasil faz 5 anos e alcança a marca de 15 milhões de refeições preparadas exclusivamente com ingredientes vegetais.
Programa da Mercy For Animals já treinou e capacitou mais de mil merendeiras e cozinheiras de escolas públicas e instituições sociais em três estados brasileiros
Mais de 15 milhões de refeições à base de vegetais preparadas por instituições parceiras, que geraram uma redução da oferta de pelo menos 20% de ingredientes de origem animal e treinamento de mais de 1000 profissionais que atuam nas cozinhas de redes municipais e federais de educação e iniciativas de assistência social. Esses são os principais resultados do programa Alimentação Consciente Brasil (ACB) que acaba de completar cinco anos de implantação no Brasil.
O programa Alimentação Consciente Brasil foi criado pela Mercy For Animals, uma das principais organizações dedicadas a combater a exploração de animais para consumo. Seu objetivo é fornecer auxílio para a substituição de pelo menos 20% de ingredientes de origem animal por opções vegetais nos cardápios das instituições públicas que servem refeições em larga escala, como escolas, universidades e restaurantes populares em todo o país. O programa já realizou parcerias com os municípios de Cuiabá (MT), Sinop (MT), São Gonçalo (RJ), Niterói (RJ), Campos dos Goytacazes (RJ) e com o Instituto Federal do Sul de Minas (MG).
“A estratégia é levar o programa ao maior número possível de pessoas, e uma das formas de fazer isso é atendendo instituições encarregadas de planejar e fornecer refeições em larga escala, como Secretarias Municipais de Educação, responsáveis pela rede pública de ensino”, diz Alice Martins, Gerente de Políticas Alimentares da MFA.
Atualmente, o programa está negociando com instituições em diversas regiões do Brasil e desenvolvendo um guia para que aquelas de menor porte possam implantar o programa de forma semi-autônoma. Pretende ainda lançar uma plataforma digital que concentrará os principais conteúdos dos treinamentos em educação nutricional, meio ambiente e culinária vegetal.
Criado para atender às demandas e necessidades dessas instituições, o Alimentação Consciente Brasil promove treinamentos teóricos e práticos para nutricionistas e profissionais de cozinha, incentiva o preparo de receitas adequadas aos insumos licitados e infraestrutura das cozinhas das escolas ou restaurantes populares e auxilia na adequação do cardápio às resoluções que as instituições devem seguir, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) ou o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). Todas as outras pessoas envolvidas no processo de implantação do programa, como diretores e professores, no caso de escolas, também recebem treinamento e materiais de suporte impressos e online para apoiar uma implementação de sucesso a longo prazo com estudantes. Tudo isso sem qualquer custo à instituição parceira.
Com esses treinamentos, a ideia do programa é possibilitar a substituição de pelo menos 20% de ingredientes de origem animal por vegetais, o que equivale ao cardápio de um dia da semana, mas que também pode ser referente a refeições alternadas ao longo da semana. Por depender da variedade de itens licitados e oferecidos em cada instituição pública, os alimentos e receitas variam e são adaptados conforme a cultura alimentar de cada região.
As instituições participantes são incentivadas a preparar as refeições apenas com ingredientes in-natura e provenientes de formas mais justas de produção, como a agricultura familiar. As receitas do ACB são, na sua maioria, baseadas em leguminosas, grupo alimentar do reino vegetal mais rico em proteínas. Entre as diversas receitas, estão: feijoada de legumes, macarrão com molho bolonhesa de lentilha, estrogonofe de grão-de-bico, tutu de feijão, cassoulet de feijão-branco, entre outras.
O programa brasileiro serviu de modelo para a implantação em outros países em que a MFA atua, como México, Índia e Canadá, com adaptações de acordo com cada realidade cultural. Atualmente, está ativo apenas no Brasil.
Impactos
Nesses primeiros 5 anos, o impacto ambiental promovido pelas instituições parceiras do ACB nos cardápios de escolas municipais, universidades e restaurantes populares brasileiros foi de cerca de 150 milhões de litros de água doce economizados, quase 10 mil hectares de terra poupados e mais de 30 mil toneladas de CO₂ não emitidas. Além disso, as parcerias pouparam cerca de 300 mil animais no período, impacto equivalente a quase 10 mil pessoas se tornarem veganas.
Em 2020, com o impedimento do trabalho presencial e as escolas fechadas, o projeto foi desenvolvido de forma remota, dando suporte às instituições parceiras. Além disso, a MFA se mobilizou para ajudar a levar comida às pessoas em situação de vulnerabilidade e insegurança alimentar, criando o projeto Comida Que Faz Bem, que possibilitou a oferta de cerca de 3 mil refeições à base de vegetais no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro.
Sobre a MFA - Fundada há mais de 20 anos nos Estados Unidos e presente no Brasil desde 2015, a Mercy For Animals (MFA) é uma das principais organizações sem fins lucrativos do mundo dedicada a combater a exploração de animais para consumo, especialmente em fazendas industriais e na indústria da pesca. A MFA trabalha para transformar o atual sistema alimentar e substituí-lo por um modelo que seja mais compassivo com os animais e garanta um futuro melhor para o planeta e todos que o habitam. Atualmente, a Mercy For Animals também opera em outros países da América Latina, no Canadá e na Índia.
Para mais informações sobre a organização, acesse www.mercyforanimals.org.br
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